Foto: Google Maps

O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo cresceu 14,9% entre 2022 e 2023, segundo dados recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais do que o desempenho estadual, a análise dos números municipais revela um padrão claro: municípios com forte presença da agropecuária apresentaram taxas de crescimento percentual bem superiores à média do Estado, superando, em muitos casos, centros urbanos de maior porte.
Entre os principais destaques está Santa Maria de Jetibá, que registrou crescimento de 32,2%, figurando entre os três maiores avanços percentuais do Espírito Santo. O município é referência nacional na avicultura de postura e na olericultura, com elevada agregação de valor e forte encadeamento produtivo, fatores que se refletem diretamente no desempenho do PIB.
Outro resultado expressivo foi o de Itarana, com crescimento de 31,4%. Mesmo sendo um município de pequeno porte, a combinação entre agricultura familiar diversificada, produção de café e hortaliças demonstra como territórios rurais bem estruturados conseguem expandir sua economia acima da média estadual. Já Sooretama, com 29%, apresenta uma base produtiva fortemente ligada à fruticultura, cafeicultura e silvicultura, evidenciando o impacto das cadeias agroindustriais consolidadas no desenvolvimento local.
Também se destacam Pedro Canário (27,9%), Anchieta (27,8%), Nova Venécia (27,6%), Linhares (26,8%) e São Mateus (26,2%), municípios onde a agropecuária — seja por meio do café, da fruticultura, da pecuária ou da silvicultura — mantém papel central na geração de renda e na expansão econômica.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, os dados confirmam a força do setor no desenvolvimento capixaba. “O crescimento do PIB nos municípios do interior mostra que a agropecuária é um dos principais motores da economia do Espírito Santo. Onde há produção organizada, tecnologia, assistência técnica e infraestrutura, há geração de renda, emprego e desenvolvimento regional”, destacou.
Crescimento agrícola versus grandes centros
Os números também chamam atenção ao comparar o desempenho de municípios rurais com os grandes centros urbanos. Vitória (16,8%), Vila Velha (16,2%) e Serra (8,3%), apesar de concentrarem volumes absolutos elevados de PIB, apresentaram crescimento percentual inferior ao de diversas localidades com base agrícola. O dado reforça que, no período analisado, o ritmo de expansão econômica foi mais intenso no interior produtivo do que nos polos metropolitanos.
Pequenos municípios, grandes variações
Municípios como Mucurici (25,0%), Dores do Rio Preto (24,7%), Santa Leopoldina (21,4%) e Governador Lindenberg (21,0%) ilustram como a agropecuária pode impulsionar resultados expressivos, mesmo em economias de menor porte. Nessas localidades, oscilações positivas na produção, nos preços agrícolas e no volume comercializado têm impacto direto e significativo no resultado econômico anual.
Segundo Enio Bergoli, o desafio é manter esse ritmo de crescimento de forma sustentável. “Os dados reforçam a importância de continuar investindo em infraestrutura, inovação, acesso a mercados e valorização da agricultura familiar. É assim que garantimos um crescimento consistente, equilibrado e com mais oportunidades para quem vive e produz no interior do Estado”, concluiu.










