Um marco significativo no turismo do Espírito Santo foi apresentado na Secretaria do Turismo (Setur), nesta segunda-feira (20). O Projeto Conceitual de Utilização do Espaço da Ferrovia Leopoldina foi apresentado em uma reunião que contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Philipe Lemos; do deputado federal Gilson Daniel, do prefeito de Vargem Alta e responsável pelo projeto na Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Elieser Rabello; além de representantes das 11 prefeituras envolvidas na proposta.
A Estrada de Ferro Leopoldina tem uma rica história que remete a 1856, quando teve início em Minas Gerais, expandindo-se posteriormente para o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Durante décadas, a ferrovia desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico e social das regiões que atravessava. Privatizada em 1990, parte de suas linhas foram incorporadas pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e, mais tarde, pela VLI. Contudo, desde 2017, a ferrovia encontra-se abandonada, com operações suspensas e infraestrutura deteriorada.
Em 2023, municípios do Espírito Santo uniram-se em uma reivindicação ao governo federal para a doação das áreas de domínio da ferrovia, citando abandono e atos de vandalismo. A malha ferroviária no Estado, com uma extensão de 257 quilômetros, atravessa 11 municípios: Vila Velha, Cariacica, Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano, Alfredo Chaves, Vargem Alta, Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul.
O projeto de reutilização da Ferrovia Leopoldina visa transformar trechos desativados em atrativos turísticos multifuncionais, que poderão incluir:
Ciclovia ou Trilha para Caminhada: Aproveitar a infraestrutura linear para passeios ciclísticos e trilhas, proporcionando um espaço seguro e agradável para atividades ao ar livre.
Vagões Bistrô: Convertendo vagões inativos em estabelecimentos de gastronomia, promovendo a culinária local e produtos regionais.
Museus sobre Trilhos: Transformar vagões ou estações em museus que abrigam exposições variadas, resgatando a história das cidades.
Centros Culturais ou Casas do Turismo: Utilização das estações desativadas como centros culturais, galerias de artesanato, e espaços para apresentações artísticas.
Mirantes: Criação de mirantes para contemplação da natureza, atraindo turistas com espaços instagramáveis.
Feiras e Mercados: Adaptação de áreas desativadas para sediar feiras e mercados temporários, impulsionando a economia local.
Parque Linear: Implantação de parques lineares ao longo dos trilhos, revitalizando espaços e promovendo convívio social.
O secretário Philipe Lemos enfatizou a importância do projeto: “São mais de 250 quilômetros de trilhos que passam por 11 municípios. O objetivo é reutilizar esses espaços para o empreendedorismo, cultura e turismo. Vamos levar um ofício ao ministro dos Transportes, Renan Filho, assinado pelo governador Renato Casagrande, por mim e pelos prefeitos, solicitando a devolução da ferrovia para os municípios.”
O projeto segue para as seguintes fases:
Diagnóstico: Análise da infraestrutura existente, avaliação socioeconômica e identificação de trechos com potencial turístico.
Estudo de Viabilidade: Análise de mercado, perfil do turista, estimativas de custos e viabilidade técnica.
Consolidação das Propostas: Obras de recuperação, restauração de estações e reforma de vagões.
Manutenção: Prefeituras serão responsáveis pela manutenção dos espaços recuperados e pelo desenvolvimento de atividades turísticas variadas.
Vale destacar que este projeto promete transformar a Ferrovia Leopoldina em um corredor vibrante de atividades culturais, gastronômicas e turísticas, revitalizando a história e o patrimônio da região enquanto impulsiona o desenvolvimento local.