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Exportações: mineração contribui com metade do saldo da balança comercial brasileira

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) divulgou que o setor mineral registrou faturamento de R$ 56,7 bilhões no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 5% sobre o mesmo trimestre do último ano. O saldo da balança comercial do setor foi de US$ 8,74 bilhões, o que equivale a 50% do saldo total da balança comercial brasileira no período. “Esse resultado da mineração foi expressivo, uma vez que contribuiu para amenizar a queda do saldo da balança comercial”, disse o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann. O saldo da balança comercial brasileira caiu 35%, passando de US$ 26,99 bilhões, no terceiro trimestre de 2023, para US$ 17,51 bilhões em igual período deste ano. 

Segundo o IBRAM, o setor mineral gerou mais de 221 mil empregos diretos (e mais de 2 milhões indiretos) entre janeiro e agosto, o que significa a geração de mais 8.786 novas vagas, segundo dados oficiais. 

O recolhimento de impostos pela mineração somou R$ 19,6 bilhões no trimestre e cresceu 5% sobre o terceiro trimestre de 2023, enquanto a arrecadação da compensação sobre a exploração mineral (CFEM) totalizou R$ 2 bilhões no trimestre. Neste período, 2.760 municípios arrecadaram CFEM, que superou os dois trimestres iniciais de 2024. Minas Gerais, Pará e Goiás lideraram o faturamento setorial, com participações de 41,3%, 31,5% e 4,4%, respectivamente, no terceiro trimestre. O minério de ferro se destacou, respondendo por 55,4% do faturamento total do setor e registrou R$ 31,4 bilhões. 

As exportações da indústria mineral atingiram cerca de 114,2 milhões de toneladas, um aumento de 5,6%, em volume, e aproximadamente US$ 11,2 bilhões, em receita, um incremento de 0,6% no comparativo com o mesmo trimestre de 2023. O minério de ferro respondeu por 70,1% das exportações. As vendas externas de ouro caíram quase 34% em toneladas no trimestre, de 22,1 toneladas para 14,6 toneladas. Mas, em termos de faturamento houve aumento de quase 10%, de US$ 868 milhões para US$ 953,7 milhões. 

O Brasil ampliou, em dólar, as exportações de bauxita (51,4%), cobre (23,2%) e caulim (10,4%) no 3T24, mas reduziu as de manganês (33,8%). O cobre respondeu por 9,3% das exportações no trimestre, enquanto o ouro teve participação de 8,5%. Já as importações minerais recuaram 0,9% em valor, totalizando US$ 2,4 bilhões, mas cresceram 8,1% em volume, com 11,6 milhões de toneladas. A importação de enxofre se destacou, com aumento de 127% em dólar e de 104% em toneladas: US$ 60,8 milhões e 592,30 mil toneladas. 

O setor mineral projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões em projetos para o período de 2024 a 2028, “reforçando seu compromisso com o desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil”, conforme o IBRAM. 

Sobre os dados setoriais positivos do terceiro trimestre, Jungmann disse que o resultado da mineração se reflete diretamente no desempenho da economia brasileira. “Portanto, se a mineração tem segurança jurídica, previsibilidade com estabilidade de regras e menos custos, inclusive tributários, ela responde com relevantes contribuições para dinamizar os indicadores econômicos”, comenta o dirigente. Jungmann abordou a discussão no Senado Federal sobre a regulamentação da reforma tributária, que poderá forçar a mineração a recolher o imposto seletivo, um custo extra para a atividade. “O imposto seletivo é rejeitado pelo IBRAM, já que o setor já recolhe uma compensação pelos seus impactos, porque prejudica a competitividade internacional da mineração do país e porque este tributo é direcionado apenas a bens que podem causar problemas à saúde ou à vida, como bebidas, cigarros, armas, entre outros. “Os minérios não são produtos que se encaixam nesta relação. Eles são de utilidade pública, são matérias-primas para todas as indústrias e fundamentais para o agronegócio e para a transição energética. Portanto, não podem estar sujeitos ao imposto seletivo” afirma Jungmann.

Na coletiva, o IBRAM forneceu mais detalhes sobre diversas questões, inclusive ambientais e climáticas, envolvendo a Amazônia, que serão debatidas de 6 a 8 de novembro na segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém (PA), que tem o IBRAM na organização, em parceria com o governo do Pará. 

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