Das maiores cidades do interior do Estado, com mais de 100 mil habitantes, Colatina é a que apresenta a maior sensação de segurança, com os menores índices de criminalidade de todos os níveis, inclusive homicídios, que vêm caindo ano a ano.
O município de 120 mil habitantes (90% na cidade) chegou a ficar 62 dias sem homicídios entre o final de maio e o final de julho, quando, no dia 31, ocorreu o assassinato mais recente. Entretanto, bastaram duas semanas para que o crime fosse elucidado, os autores identificados e com a prisão decretada.
A propósito, está aí o retrato do bom desempenho da Polícia da cidade. Dos 14 homicídios de 2024, a Polícia finalizou 11 inquéritos e encaminhou para a Justiça, ou seja, 80% dos crimes.
MUITO ACIMA DA MÉDIA
Para se ter uma ideia do que isso representa, levantamento do Instituto Sou da Paz, que há sete anos faz essa mesma pesquisa, demonstra que mais de 40 mil pessoas são assassinadas, anualmente, no Brasil e menos de 35% dos casos são elucidados. Os dados são do período de 2020 e 2021.
Para a pesquisa, o instituto coleta dados com ministérios públicos e tribunais estaduais. Nem todos enviam as informações. Neste ano, 16 estados enviaram as informações relativas a 2023, um recorde.
Com base nas respostas, o Instituto Sou da Paz elabora um índice para a resolução dos homicídios: alto (acima de 66%), médio (entre 33% e 66%) e baixo (menor que 33%).
O mesmo estudo mostrou que, no Espírito Santo, o índice de resolução de crimes contra a vida é de 42%. Portanto, em Colatina a Polícia tem índices “altíssimos” de solução, o dobro ds média estadual.
“SEGREDOS” DO SUCESSO
Chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina, o delegado titular Deverly Pereira Júnior enumera três segredos para o sucesso de Colatina na solução de homicídios.
“Em primeiro lugar, na nossa DHPP tem uma equipe de investigadores muito capacitada, altamente qualificada, entre as melhores equipes dentre todas as unidades de Polícia Cicil do Espírito Santo”, enfatizou Deverly Junior.
O segundo fator, segundo o chefe da DHPP, está nos investimentos materiais feitos nos últimos anos, que deram condições de trabalho para a Polícia Civil.
“Foi um grande investimento nos últimos cinco anos, não podemos reclamar disso. Foi muito investimento em tecnologia, ferramentas avançadas, e isso facilita muito a investigação principalmente de crimes mais graves, como homicídios e tráfico de drogas”, disse o delegado.
E, para completar, Deverly Junior salienta o que chama de “peculiaridade de Colatina, especificamente, que contribui demais para a alta resolutividade dos homicídios” é o trabalho da Polícia Militar.
“É um trabalho diferenciado, que deve ser honrado e acaba facilitando o trabalho que vem depois, dá investigação. Como eles são muito atuantes e há uma grande integração entre a PM e a Polícia Civil, essa troca de informações, com os dados coletados pela Polícia Militar e fornecendo para a Polícia Civil, facilita demais a identificação de suspeitos, a localização dessas pessoas, as aras em que atuam”, observa onde delegado.
Deverly ressalta que, “dificilmente um crime doloso contra a vida acontece em Colatina sem que, imediatamente, as informações não cheguem para a gente, por meio de policiais militares, na troca de informações do serviço de inteligência da PM e a nossa Delgacia de Homicídios e Tráfico”.
E finaliza com uma anotação: “O trabalho da Polícia Militar é exemplar em Colatina”. Uma sinergia há tento tempo sonhada pela sociedade capixaba e que nas terras colatinenses parece atingir seu “estado da arte”.