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Obesidade deve atingir cerca de 700 milhões de indivíduos até 2025

A obesidade é uma doença que não tem cura, mas tem controle. Segundo o doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani, ela está associada ao aumento de risco de mais de 200 doenças, incluindo mais de 15 tipos de câncer. Além disso, o médico lembra que existe o estigma social causado pela obesofobia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade.

Na opinião do especialista, o excesso calórico advém muitas vezes de um consumo desenfreado de comidas, que é do desejo alimentar. “É é uma questão química ,não é uma escolha racional. A pessoa não escolhe racionalmente ficar obesa. Então, os pontos de atenção são a questão do comportamento, que inclusive vem a questão do tratamento”, explica.

Mas o endocrinologista explica que a doença também está associada a 60% e 70% genética. “São mais de 300 genes envolvidos, o principal chama-se FTO. Esses genes eles influenciam em vários aspectos como a otimização metabólica, então tudo ele armazena com mais facilidade e com facilidade de ganho de peso”, revela.

Só no Brasil, a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas só em 2022. 

Prevenção

O tratamento da obesidade consiste basicamente na mudança no estilo de vida do paciente. O endocrinologista Flávio Cadegiani explica que a prevenção é feita com alimentação saudável e uma rotina de atividade física.

“A atividade física bem feita ela é muito melhor para prevenir o ganho de peso do que para ter perda, tem muito atleta que tem obesidade porque eles pararam de treinar e não pararam de comer. Então a atividade física ela é muito importante para a prevenção da obesidade, uma atividade física bem feita e regular, uma boa alimentação, não precisa ser rigoroso, mas precisa manter o hábito de uma alimentação saudável, segurar carboidratos, açúcar”, observa. 

Segundo a nutricionista Camila Pedrosa, o acúmulo excessivo de gordura corporal pode resultar em várias complicações na saúde da pessoa.

“Doenças cardíacas, diabetes, pressão alta. A gente pode ter obstruções aí que são os trombos na corrente sanguínea. Isso pode causar derrames, problemas de articulação, justamente por conta do excesso de peso. Problemas de sono. Ela pode ter redução da fertilidade, problemas de fertilidade é muito comum em pacientes obesos e, além disso, ela pode ajudar a desencadear outros tipos de câncer”, informa.

Uma doença que precisa de controle

A nutricionista Camila Pedrosa diz que a obesidade é considerada uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e tem controle. “Se a pessoa para de fazer o acompanhamento, de cuidar da alimentação, ela tende a voltar o ganho de peso, mesmo que ela seja uma pessoa que fez uma cirurgia bariátrica. Ela parou de cuidar, ela tem reganho de peso”, lembra.

E quem já teve que enfrentar a doença diz que não é fácil. A publicitária Stefany Liberal, de 30 anos, conta que já passou por momentos de não querer sair mais de casa por causa de sua aparência. Para recuperar sua autoestima, ela recorreu a cirurgia bariátrica — procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave.

“Obesidade é algo muito difícil. Tem gente que acha que a obesidade é algo que essa pessoa come, só isso? Não, às vezes pode ser uma doença, pode ser algo que vem para complementar, que é muito difícil. Então, obesidade não é fácil. E a cirurgia bariátrica em si também é algo muito difícil. Tem gente que acha que fazer a cirurgia bariátrica é algo fácil, mas não é. É muito difícil porque tem várias consequências”, relata. 

A OMS instituiu o 4 de Março como o Dia Mundial da Obesidade, com a intenção de disseminar conhecimentos sobre a doença. A data também é uma maneira de combater o estigma social a respeito do problema.

Medico lembra que há ainda o estigma da obesofobia  Foto: Wilson Dias/Agência BrasilMedico lembra que há ainda o estigma da obesofobia Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

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