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Julho Amarelo: Campanha promove conscientização sobre as hepatites virais

O sétimo mês do ano foi definido como “Julho Amarelo”, cujo objetivo é alertar a população sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais, doenças que muitas vezes são silenciosas, mas que podem causar sérios danos ao fígado e à saúde geral.

A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, e pode ser causada principalmente por vírus, pelo uso de alguns medicamentos, álcool em excesso e outras drogas. As hepatites virais são classificadas por letras do alfabeto, A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, as hepatites mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Por ser uma doença que na maioria das vezes não demonstra sintomas, ela pode acabar se tornando crônica, e por isso, a Secretaria da Saúde (Sesa) alerta a população para importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. 

No Espírito Santo, este ano até o mês de maio, o maior número de casos foi registrado na hepatite B, com mais de 90 notificações.  Em seguida estão os casos de hepatite C, com 75 notificações e, por fim, a hepatite A, com 03 casos notificados.

O coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais e médico infectologista, Marcello Leal, explica que a principal forma de prevenção que a população deve ter é a vacinação. “As vacinas contra as hepatites A e B são seguras, eficazes e estão disponíveis gratuitamente nas unidades básicas de saúde. Até o momento, não existe vacina contra a hepatite C”, ressaltou. 

Cada tipo de hepatite tem suas próprias formas de transmissão, sintomas e tratamentos. A hepatite A é geralmente transmitida por meio de alimentos ou água contaminada, enquanto as hepatites B e C são transmitidas principalmente pelo contato com sangue contaminado e, no caso da hepatite B, também por meio de relações sexuais e da mãe para o filho durante a gestação.

Os principais sintomas das hepatites são cefaléia, mal-estar, náuseas, vômitos, icterícia (coloração amarelada da pele e área branca dos olhos), colúria (urina escura), acolia fecal (fezes claras). O diagnóstico acontece na Atenção Primária à Saúde e o tratamento ocorre nos serviços de atendimento especializado.

As hepatites A, D e E têm seus diagnósticos por meio de coleta de sangue por punção venosa com agulha, já as hepatites B e C podem ser diagnosticadas por testes rápidos por punção e coleta de sangue da ponta dos dedos realizados nas unidades de saúde. 

Prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites

A conscientização sobre as hepatites virais é crucial porque muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas óbvios por longos períodos, o que pode levar ao diagnóstico tardio. Sem tratamento adequado, essas doenças podem evoluir para condições mais graves, como cirrose e câncer de fígado.

Dessa forma, a campanha Julho Amarelo foca na disseminação de informações sobre a importância da testagem, especialmente de grupos populacionais com mais casos confirmados, e das vacinas disponíveis, como a vacina contra a hepatite B.

Para que a cobertura de vacinação e o tratamento precoce da doença atinja a população, é preciso que todos se atentem à prevenção da inflamação. Por serem transmitidas por meio fecal-oral, as hepatites A e C têm os mesmos meios de prevenção, sendo elas: lavar com água tratada alimentos antes do consumo, sobretudo, os alimentos que são ingeridos crus, e manter sempre uma boa higiene pessoal.

Para a hepatite A, a vacinação de crianças de 15 meses a 5 anos incompletos também é outro meio de prevenção. A hepatite C não tem vacina, mas o tratamento é feito com medicamento via oral, em um período de, 12 a 24 semanas. 

Já a hepatite B pode ser transmitida pela transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de objetos perfurantes ou cortantes, por meio de relações sexuais desprotegidos com pessoas infectadas e, por fim, pela transmissão vertical, que é da mãe para o filho durante a gestação ou no parto.

Há maneiras de se prevenir da hepatite B: a vacinação após o nascimento e outras três doses da vacina durante o primeiro ano de vida; o uso de preservativos nas relações sexuais; e não compartilhar objetos perfurantes ou cortantes.

“A campanha Julho Amarelo desempenha um papel fundamental na luta contra as hepatites virais. Ao aumentar a conscientização, incentivar a testagem e promover a vacinação, essa iniciativa ajuda a reduzir a transmissão e as complicações dessas doenças, salvando vidas e melhorando a saúde pública. Participar das ações do Julho Amarelo é um passo importante para cada indivíduo e para a sociedade como um todo na prevenção e combate às hepatites virais”, ressaltou Marcello Leal.

Cobertura Vacinal de Hepatites no Espírito Santo

Dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) apontam que o Espírito Santo apesar de ter aumento das coberturas vacinais no último ano, não alcançou a meta de vacinação contra hepatites em 2023, sendo que esse processo de imunização é uma das formas mais eficazes de prevenção da doença.

A vacinação contra a Hepatite B alcançou 88,80%, a vacina Pentavalente atingiu 86,10%, e a imunização contra a Hepatite A foi de 87,25%, porém, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde para essas vacinas é de 95%.

Nos primeiros quatro meses de 2024, a cobertura vacinal mostrou variações. A vacinação contra a Hepatite B aumentou ligeiramente para 89,35%, indicando uma pequena melhora na adesão da população. A vacina Pentavalente registrou um aumento significativo, atingindo 90,24%, o que demonstra um avanço positivo na imunização infantil e proteção contra múltiplas doenças. No entanto, a cobertura vacinal contra a Hepatite A sofreu uma queda, caindo para 61,30%, devido ao desabastecimento nacional do imunizante em 2024.

Cobertura vacinal 2023

Hepatite B: 88,80%

Pentavalente: 86,10%

Hepatite A: 87,25%

 

Cobertura vacinal 2024 (janeiro a abril)

Hepatite B: 89,35%

Pentavalente: 90,24%

Hepatite A: 61,30%

 

Ações programadas

Durante o mês de julho as referências técnicas das vigilâncias epidemiológicas municipais de hepatites promoverão ações com a realização de testes rápidos de hepatites B e C, HIV e sífilis, além de palestras e distribuição de preservativos e encaminhamento para vacinação contra as hepatites A e B.

A Coordenação Municipal de Hepatites da Serra promoverá, no dia 18 de julho, o Fórum Municipal de Hepatites Virais, com atualizações relativas ao tema para profissionais da atenção primária, equipe multidisciplinar do município e acadêmicos da área da Saúde. Será das 8h às 17h, na Faculdade Multivix.

Já o Ministério da Saúde realizará nos dias 30 e 31 de julho, no Rio de Janeiro, uma oficina da região Sudeste, com o objetivo de construir e implementar a linha de cuidados das hepatites. O evento, que contará com a presença de coordenadores estaduais de hepatites, superintendentes e demais profissionais da saúde, visa à construção de um plano conjunto regional de ações com o objetivo de eliminar as hepatites virais B e C até 2030. 

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