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IBGE divulga análise de cobertura da Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo Demográfico 2022

  • Destaques

  • Na análise de cobertura, a Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo Demográfico 2022 (PPE) mapeia falhas na contagem de domicílios e/ou pessoas, que podem ser por omissão ou inclusão indevida.
  • A taxa de erro líquido ficou em 8,3% no Brasil.
  • Essa taxa de erro líquido se refere ao total de pessoas efetivamente recenseadas no Censo (195.101.203) e não à população final estimada do Censo (203.080.756).
  • As maiores taxas de omissão foram percebidas entre crianças na faixa de 0 a 4 anos e na população jovem adulta de 20 a 24 anos.
  • No recorte regional, Nordeste, Sul e Centro-Oeste (exceto DF) ficaram abaixo da média nacional, e o Sudeste aparece com taxas maiores, destaque para Rio, a maior entre as UFs, com 15,5%, e São Paulo, com 10,8%.
  • No recorte por tamanho da população de município, a PPE mostrou que quanto maior o município, maior a taxa de erro.
  • A PPE é uma pesquisa realizada a partir de uma amostra de setores censitários selecio-nados, após o término das coletas do Censo Demográfico 2022 nesses setores, com objetivo de fornecer recursos para a avaliação da cobertura e qualidade da coleta da operação censitária.
A PPE foi realizada a partir de uma amostra de setores censitários selecionados após o término das coletas do Censo 2022 – Foto: Acervo IBGE

O IBGE divulga hoje (22) a análise de cobertura da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE) do Censo Demográfico 2022. Neste trabalho, o IBGE mapeia falhas na contagem de domicílios e/ou pessoas, que podem ser por omissão ou inclusão indevida. Foi estimada uma taxa de erro líquido de 8,3% no Brasil, considerando a população efetivamente recenseada(195.101.203). Em junho, já havia sido divulgada a análise de conteúdo, que faz a avaliação no âmbito dos resultados.

Apesar de ser uma pesquisa independente, a PPE é parte do projeto do Censo e não corrige o resultado da operação. “Em qualquer país do mundo, a operação censitária tem falhas. Por isso, é importante observamos e localizarmos esses erros”, explica Juliana Queiroz, coordenadora da pesquisa. “A PPE tem como objetivo orientar os usuários na interpretação dos resultados, servir de insumo para as projeções e estimativas demográficas, ajudar a melhorar as pesquisas futuras e ainda dar ainda mais transparência aos dados”, complementa a pesquisadora.

Na análise de cobertura, a PPE mapeia falhas na contagem de domicílios e/ou pessoas, que podem ser por omissão ou inclusão indevida. “Por exemplo: um recenseador que, por algum motivo, não fez a entrevista em um domicílio que fica em um terreno com várias casas. Outro exemplo de omissão: um morador que não é citado pelo informante, como um jovem estudante que passa a semana em uma cidade universitária. Na inclusão indevida, o processo seria contrário: uma pessoa está passando uma temporada e não é moradora, mas é listada como”, exemplifica Juliana.

Taxas de Cobertura do Censo Demográfico 2022 – Brasil

Erro líquido Omissão Inclusão indevida Erro bruto
8.3% 12.2% 3.3% 14.8%

A PPE demonstrou que a taxa de erro líquido ficou em 8,3% no Brasil. Entretanto, as imprecisões na cobertura não ocorrem de maneira uniforme, com variáveis pelas características da população, como sexo e idade. As maiores taxas de omissão foram percebidas entre crianças na faixa de 0 a 4 anos e na população jovem adulta de 20 a 24 anos, como o exemplo citado pela pesquisadora acima. “Os resultados observados para a subenumeração de pessoas por grupos etários vão ao encontro das experiências internacionais sobre o tema. No caso das crianças, elas comumente não são listadas como moradoras por muito informantes”, reforça.

Cabe ressaltar que essa taxa de erro líquido se refere ao total de pessoas efetivamente recenseadas no Censo (195.101.203) e não à população final estimada do Censo (203.080.756), a qual considera, além da população recenseada, a população imputada em domicílios ocupados sem entrevista.

No recorte regional e por Unidade da Federação (UF), destaque para a taxa de erro líquido do Nordeste, Sul e Centro-Oeste (excedo DF), que ficaram abaixo da média nacional. Na outra ponta, o Sudeste aparece com taxas maiores, com destaque para Rio de Janeiro, a maior entre as UFs, com 15,5%, e São Paulo, com 10,8%. “Esse resultado dialoga com outro recorte, que é a taxa de erro por tamanho da população de município. “basicamente quanto maior a população do município, a tendência é ser maior o erro líquido”, desenvolve Juliana, listando a dificuldade na cobertura nos grandes centros urbanos como um desafio para as operações censitárias. “Seja por conta das favelas e comunidades urbanas, seja por causa dos condomínios de classe média alta e classe alta, ou mesmo por causa dos domicílios com somente um morador”, complementa. “Reconhecer que há falhas e quais são é uma das necessidades de se realizar avaliações desse tipo”, finaliza a pesquisadora.

Pesquisa segue princípio estatístico e melhores práticas internacionais

Diversos países fazem pesquisas como a PPE para avaliar seus censos, como México, Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Austrália, África do Sul, China, Índia, entre outros. No Brasil, o IBGE vai a campo com estudos desta natureza desde o Censo de 1970.

A PPE 2022 foi realizada a partir de uma amostra de setores censitários selecionados, após o término da coleta desses setores no Censo. A divulgação dos resultados obedece ao princípio estatístico da responsabilidade e da transparência, além de servir de insumo para melhorar pesquisas futuras e ajustar os resultados do Censo, por exemplo, nas projeções e estimativas demográficas.

Os resultados são disponibilizados para Brasil e Unidades da Federação e podem ser consultados no portal do IBGE.

Editoria:
IBGE

| Caio Belandi