Foto: Mateus Fonseca/Governo-ES
O Palácio Anchieta foi palco de uma celebração histórica para a cafeicultura do Estado. Nesta segunda-feira (16), foi realizada a terceira edição do Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo, promovido pelo Governo do Estado. A iniciativa reconhece a excelência e a sustentabilidade dos cafés capixabas, premiando as melhores amostras nas categorias Arábica e Conilon, tanto em qualidade quanto em sustentabilidade.
O evento foi organizado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
A cerimônia foi marcada por muita emoção e celebração, consolidando o Espírito Santo como um dos principais produtores de café especial do Brasil. Os vencedores, em cada uma das quatro categorias, receberam prêmios em dinheiro e o reconhecimento por sua excelência e dedicação.
“Estamos terminando um ano que foi muito bom para o café. O valor das exportações foi recorde, superando a da celulose. Hoje temos um grande profissionalismo na produção de café. A agricultura atual é repleta de tecnologia e o agricultor está inserido na agenda da inovação. A assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia abre as portas para nós. Temos que nos preparar para continuar sendo os melhores cafés do mundo. Veja como foi importante a gente trazer tantos prêmios nacionais de melhores cafés do País”, disse o governador Renato Casagrande.
O mandatário capixaba destacou a importância da melhoria constante e do aumento da eficiência em todas as áreas: “Além de todos esses prêmios, destaco algumas ações de governo para o setor. Reduzimos o ICMS do café conilon, que era uma demanda antiga para dar tratamento igualitário ao que já acontecia com o arábica. Isso dá mais competitividade aos nossos produtores. Temos que seguir nesse caminho da sustentabilidade. Que possamos ter um 2025 com muita produtividade e com preços bons.”
Premiação
O Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo avaliou critérios como qualidade da bebida, aroma, sabor e práticas sustentáveis, destacando os produtores que se dedicam a oferecer o melhor do café capixaba. A iniciativa estimula a inovação e a melhoria contínua na produção, garantindo um futuro promissor para o setor cafeeiro. Além da premiação em qualidade, o concurso reconheceu as melhores práticas de sustentabilidade.
Na categoria Arábica – Qualidade, o pódio foi ocupado por Marcos Antônio Costa, da Fazenda Córrego Pinheiros, em Brejetuba, que conquistou o primeiro lugar com a nota 92,79. Em segundo lugar ficou Vagner Uliana, com a nota 90,08, e em terceiro, Assildo Dias da Silveira, com a nota 89,75.
Já na categoria Conilon – Qualidade, o primeiro lugar ficou com Ormindo Francisco Nandorf, da Fazenda Chité Pedreiras, em Santa Teresa, com a nota 92,88. José Braz Ortelan, com a nota 91,08, ficou em segundo lugar, e Robson Bastianello, com a nota 90,75, em terceiro.
Os vencedores foram premiados com valores que variaram de R$10 mil a R$30 mil, além do reconhecimento por produzirem cafés de altíssima qualidade. A premiação é um incentivo para que os produtores continuem investindo em técnicas de cultivo que valorizam o sabor e a qualidade dos grãos.
Na categoria Arábica – Sustentabilidade, o produtor Luciano Dutra Pimenta, de Afonso Cláudio, conquistou o primeiro lugar com a nota 86,73. Em seguida, ficaram Joselino Meneguete, de Brejetuba, com a nota 86,32, e Welinton Ferreira Braga, também de Afonso Cláudio, com a nota 83,90.
Já na categoria Conilon – Sustentabilidade, o pódio foi dominado por Jarlete da Penha Sôtelle, de Santa Teresa, que obteve a maior pontuação, 94,36. Em segundo lugar ficou Robson Bastianello, de Nova Venécia, com a nota 92,43, seguido por Pedro Tonole, de Venda Nova do Imigrante, com 89,10 pontos.
Os vencedores foram premiados com valores que variaram de R$2 mil a R$5 mil, além do reconhecimento por suas práticas sustentáveis e pela qualidade de seus cafés. A premiação é um incentivo para que os produtores continuem investindo em tecnologias limpas e em práticas agrícolas que respeitam o meio ambiente.
O concurso de café destaca a importância da cafeicultura para a economia do Espírito Santo e demonstra o compromisso dos produtores com a sustentabilidade. Ao valorizar práticas como a recuperação de áreas degradadas, a utilização de água de forma eficiente e a adoção de sistemas agroflorestais, a competição contribui para a construção de uma cafeicultura mais sustentável e competitiva.
“Os cafés capixabas vivem um momento de grande valorização, impulsionados pela crescente demanda por produtos de alta qualidade e pela crescente preocupação com a sustentabilidade. Com o apoio do Governo do Estado em pesquisa, tecnologia e investimentos estratégicos, os produtores têm investido cada vez mais em práticas sustentáveis e tecnologias de ponta, elevando a qualidade dos seus produtos. O Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo, ao reconhecer essa excelência, consolida o estado como referência nacional e internacional no setor cafeeiro”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Bergoli lembrou ainda que para o produtor, a premiação confere um status especial ao café vencedor, aumentando a visibilidade do produtor no mercado. “Isso atrai a atenção de compradores, torrefadores e consumidores exigentes, que buscam produtos de alta qualidade e com uma história única.”
“Os resultados desta edição do Prêmio reafirmam o estágio avançado da cafeicultura no Espírito Santo, evidenciado pela excelência em qualidade e sustentabilidade. Os vencedores obtiveram pontuações muito expressivas em todas as categorias, comprovando, mais uma vez, que os produtores capixabas estão na vanguarda da produção de cafés especiais no Brasil. O Incaper desempenha um papel fundamental nessa trajetória, incentivando e apoiando os produtores na adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis”, ressaltou o diretor-geral do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva.
O produtor rural Ormindo Francisco Nandor, da Fazenda Chité Pedreiras, localizada em Santa Teresa, conquistou o título de campeão na categoria Conilon – Qualidade. “Expresso aqui a minha alegria e gratidão pois ainda não acredito que isso está acontecendo. Parece um sonho”, afirmou o produtor, visivelmente emocionado.
Nandor também destacou a importância da fé e do apoio familiar em sua jornada. “A primeira coisa é pedir a Deus que te dê a vontade de trabalhar. E a família é o nosso alicerce. Sem eles, nada seria possível”, ressaltou.
O produtor rural Marcos Antônio Costa, da Fazenda Córrego Pinheiros, localizada em Brejetuba, conquistou o título de campeão na categoria Arábica – Qualidade. “Acredito que o diferencial do meu trabalho está na identificação e no empenho com o que faço. A sustentabilidade marca a minha produção, e a cada ano buscamos melhorar ainda mais nesse quesito. Nosso objetivo é alcançar a nota máxima de 100 pontos, se Deus quiser”, afirmou o produtor.
A produtora rural Jarleda da Penha Soteli, da Fazenda Vista Linda, localizada no município de Santa Tereza, conquistou o título de campeã na categoria Conilon – Sustentabilidade. “Estou nas nuvens! É muito bom ter o nosso trabalho valorizado. Desde 2015, estamos sendo premiados por nossos cafés de qualidade e sustentabilidade. Em breve, teremos nosso próprio café torrado e moído”, revelou a produtora.
Jarleda destaca a importância de preservar o meio ambiente e cuidar da terra: “Eu vejo a nossa terra como uma das maiores riquezas da minha vida. Por isso, cuido dela com muito carinho. É dela que tiramos o sustento”, afirma.
Os 20 finalistas, tanto de arábica quanto de conilon, passaram por uma rigorosa avaliação sensorial realizada por juízes certificados durante a Semana Internacional do Café. Além disso, as propriedades foram auditadas pelo Incaper para verificar o cumprimento de práticas sustentáveis.
A premiação de cafés especiais, como o Prêmio de Cafés Especiais do Espírito Santo, é um marco fundamental para os produtores. Ao conquistar um prêmio, o cafeicultor ganha visibilidade nacional e internacional, atraindo compradores exigentes e abrindo portas para novos mercados. A premiação contou com o patrocínio da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), maior cooperativa de café conilon do Brasil e que há 20 anos incentiva a qualidade do café capixaba.