O dólar comercial renovou seu novo recorde, de R$ 5,59 no último fechamento. Este valor supera o observado no início do Governo Lula, em janeiro de 2023, sendo a maior a cotação em quase dois anos e meio. No balanço da semana anterior, o saldo da desvalorização do real, sobre o dólar, foi de 3,75%. O euro comercial custa quase R$ 6,00.
Existe uma preocupação contínua com o cenário fiscal no Brasil e pequenas crises institucionais interferem nos ânimos dos investidores. Na última sexta-feira (28), o Presidente da República afirmou que não faz sentido insistir em corte de gastos, se a população mais carente será afetada de maneira negativa. Também, cobrou que o Banco Central atue para conter esta escalada .
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por sua vez, criticou a condução dos gastos pelo governo federal e os riscos sobre a economia. Entretanto, ainda que existam razões para o mau-humor do mercado, já começa a haver um descolamento da teoria econômica para a grande desvalorização do real das últimas semanas.
O regime de câmbio é flutuante no Brasil, ou seja, não há um sistema de metas para os preços do dólar ou do euro. Mesmo assim, poderá haver alguma intervenção por parte do Banco Central, por meio dos swaps cambiais, diante da alta generalizada. A preocupação é porque o patamar elevado do dólar gera efeitos danosos sobre a inflação. Por consequência, os juros não devem cair tão cedo no país.
Durante os próximos dias, os investidores devem se concentrar em eventos que movimentam o legislativo. As próximas duas semanas, que antecedem o recesso parlamentar, serão importantes no Congresso para a votação da regulamentação da reforma tributária.
É possível que haja esfriamento do preço do dólar e do euro, com as vendas das divisas e a depender do resultado das votações no legislativo.
As cotações são da companhia Morningstar<\/a>.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil