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De Iriny para Vitor Buaiz: “Desculpa, companheiro”

O Triplex Vermelho, um prédio histórico na confluência das ruas Sete de Setembro e Graciano Neves, voltado de frente para a Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, estava lotado na semana passada para uma homenagem a Vitor Buaiz, há 30 anos eleito o primeiro governador da história do PT no Brasil.

A presença de José Dirceu de Oliveira, ex-lider estudantil dos anos 60 e da luta armada contra o regime militar, e ex-ministro de Lula nos seus dois governos anteriores, serviu para reunir personagens históricos da esquerda capixaba, mobilizados por Perly Cipriano.

Perly discursou, José Dirceu falou longamente fazendo uma espécie de revisão de equívocos da esquerda, mas não abrindo mão do que chamou  de “nossos princípios”, além de alertar sobre recentes riscos de golpe, pelo qual estão sendo punidos oficiais estrelados das Forças Armadas.

Entretanto, coube à  deputada Iriny Lopes a fala mais clara e o pedido público de desculpas pelo comportamento do PT em relação ao então governador. “Se fosse hoje em dia, possivelmente não faríamos da mesma forma”, disse Iriny.

É preciso lembrar o que houve. Vitor Buaiz, que havia sido prefeito de Vitória, foi eleito governador por um movimento da sociedade civil organizada em 1994 para evitar que o Estado caísse nas mãos de um aventureiro, o Cabo Dejair Câmara, que prometia governar punindo os “ladrões” com coças de vara de gurugumba, um cipó da Mata Atlântica, que usava como símbolo e brandia no ar para delírio do populacho que traz muita semelhança com fatos recentes.

Vitor ganhou e o PT fez quatro deputados estaduais dos 30 da Casa. O governador precisava compor e seus próprios companheiros se voltaram contra ele numa Assembleia dominada, àquela época, por nomes como Valci Ferreira, Marcos Madureira, José Ramos Furtado e José Carlos Gratz.

A bancada do PT tinha Cláudio Vereza, Juca Alves,  Brice Bragato e José Baioco. Em 1997, Vitor saiu do PT para não ser expulso e teve seu mandato salvo por um líder que sabia lidar com o grupo que já mandava na Casa: o deputado Enivaldo dos Anjos, eleito pelo PDT.

O PT nacional se opôs ao Plano Real, que domou a inflação e fez Fernando Henrique Cardoso presidente da República, e, influenciado por Guido Mantega, Vitor Buaiz foi levado pelo seu secretário da Fazenda, Rogério Medeiros, ao seu maior erro: aumento salarial de 25% para o funcionalismo acreditando que a inflação continuaria.

Vitor terminou o Governo melancolicamente e passou o poder para José Ignácio Ferreira devendo três folhas de pagamento. O resto é  história e Vitor Buaiz nunca mais se elegeu a nada. Mais uma vez, lembrando: devendo isso em parte ao comportamento de seus próprios companheiros.

De Iriny para Vitor Buaiz: “Desculpa, companheiro”

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