O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) sediou, pela primeira vez, a divulgação dos resultados preliminares do Censo Demográfico 2022. A divulgação apresentou informações, como condição de ocupação, material das paredes externas, quantidade de cômodos e dormitórios; presença de máquina de lavar, além de acesso à internet no domicílio.
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE, Bruno Perez, mostraram que, em 2022, 72,7% da população brasileira vivia em domicílios próprios, sejam pagos, herdados, ganhos ou ainda em processo de pagamento. A proporção de moradores em residências alugadas também subiu para 20,9%. Em comparação a 2000 e 2010, houve uma redução no número de pessoas em domicílios próprios e um aumento nas habitações alugadas ou cedidas. A maioria da população (87%) residia em casas com paredes externas de alvenaria ou taipa revestida, uma evolução significativa desde 2010.
“Cerca de 7 mil pessoas, o equivalente a 0,004% da população, viviam em domicílios sem parede. Conceitualmente no Censo, um domicílio deve ter parede. Entretanto, é feita uma exceção em localidades indígenas, visto que para algumas etnias indígenas brasileiras a casa só tem cobertura. Nesses casos, o IBGE faz essa flexibilização de contabilizar um domicílio que não tenha parede”, explicou Bruno Perez.
O diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, destacou a importância dos dados para a gestão pública e o privilégio de receber o IBGE no Instituto: “Temos a missão de produzir informações e evidências científicas para aprimorar as políticas públicas no Espírito Santo e em todo o país. E essa pesquisa permite não apenas compreender as características dos domicílios próprios, mas também detalhar as dos alugados, direcionando as políticas públicas para crédito habitacional e o direito à moradia. Com esses dados, os gestores podem melhorar as condições habitacionais nos municípios”, afirmou.
Pablo Lira também ressaltou a metodologia desenvolvida pelo IJSN para interpretar os dados, o que permite calcular o déficit habitacional nos municípios do Espírito Santo e no Brasil, contribuindo para a melhoria das políticas públicas: “A metodologia criada pelo Instituto oferece aos gestores ferramentas fundamentais para tomar decisões mais assertivas e eficientes, resultando em um impacto positivo e transformador na vida das pessoas”, explicou.
Outro dado relevante apresentado pelo IBGE foi sobre o tamanho das residências: 44,4% da população vive em domicílios com 6 a 9 cômodos, enquanto 29,2% residem em casas de 5 cômodos. “Houve uma redução expressiva dos domicílios com até três cômodos e uma redução, não de forma tão expressiva, de domicílios com quatro cômodos. A proporção de domicílios de cinco cômodos apresentou aumento, enquanto os com seis ou mais tiveram crescimento até 2000 e depois uma estabilidade, que pode estar relacionada ao fato de o número de moradores por domicílio ter se reduzido, acarretando, possivelmente, em uma menor demanda por domicílios com mais cômodos”, salienta o analista Bruno Perez.
A presença de máquinas de lavar roupas aumentou significativamente, alcançando 68,1% da população em 2022, embora com disparidade racial — 41,8% da população parda não têm o aparelho. Quanto ao acesso à internet, 89,4% da população brasileira tinha acesso domiciliar, mas a falta de conexão ainda é um desafio, especialmente entre as populações preta, parda e indígena.
A tarde foi dedicada à oficina “Um território de informações: Potencialidades dos dados do Censo 2022”, que abordou, além dos aspectos técnicos da pesquisa, as possibilidades desses dados para apoiar a tomada de decisões pelos gestores locais.
A mesa de abertura contou com a presença da diretora de Pesquisas, Elizabeth Hypólito; da diretora-adjunta de Geociências, Patrícia Vida; e do coordenador-geral do Censo Demográfico, Gustavo Junger; e foi mediada pelo coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações e Coordenação de Comunicação Social (CDDI/CCS), José Daniel Castro.
Já a mesa de encerramento teve a participação da secretária de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel; da diretora do Departamento de Governança e Indicadores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Verônica Goulart; do secretário de Gestão e Planejamento de Vitória (ES), Regis Mattos; do secretário de Desenvolvimento, Luciano Forrechi; do presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira; e do superintendente do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde Fraga.
A pesquisa completa pode ser acessada por meio do link: Panorama do Censo 2022.