O secretário de Cultura de Pedro Canário, Fúlvio Trindade, foi preso na tarde desta quarta-feira (20) pela Polícia Federal por suspitas de receber “comissões” de contratações de brinquedos para festas na cidade. Dois empresários artísticos de São Mateus também tiveram mandado de prisão expedido pela Justiça, a pedido da PF, mas estão foragidos.
Outras quatro pessoas relacionadas aos empresários foram alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Eco da Fraude, deflagrada com o objetivo de combater crimes de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro na região Norte do Espírito Santo.
Fúlvio Trindade continuava preso na manhã desta quinta-feira (21) à espera da realização da audiência de custódia. Durante as buscas, diversas mídias e documentos foram apreendidos e serão submetidos à perícia para aprofundamento das investigações, visando a apuração de eventuais outros partícipes e a total elucidação dos fatos.

Os investigados serão processados pelos crimes de corrupção passiva e ativa, fraude ao caráter competitivo de licitações e lavagem de dinheiro, conforme as hipóteses criminais apuradas no curso da investigação.
De acordo com o delegado Leonardo Reis Guimarães, da Polícia Federal em São Mateus, a fraude em Pedro Canário foi descoberta no cruzamento de informações relacionadas a outras investigações. Os envolvidos são os mesmos que apareceram em episódios de corrupção também em São Mateus, na administração de Daniel da Açaí.
O secretário Fúlvio Trindade estava no cargo na gestão de Bruno Araújo (Republicanos) e com a eleição do candidato por ele apoiado, Kleison Rezende (PSB), o servidor foi mantido no cargo de confiança. O delegado informou que não houve pedido da Polícia Federal para o afastamento de Fúlvio.
Segundo o que foi apurado pela PF, houve fraude na licitação para locação de brinquedos em datas comemorativas. Uma empresa ganhava a licitação, mas outra executava os serviços. No período apurado, foram licitados e executados contratos no valor de R$ 767 mil em Pedro Canário, com pagamento liquidado de R$ 717 mil.
Os pagamentos ao secretário eram feitos logo depois da liquidação das faturas pelo poder público, pela empresa contratada. Um deles foi de R$ 7,5 mil. Segundo o delegado, o secretário Fúlvio disse que o dinheiro era doação para compra de brinquedos para distribuição em festas beneficentes.
Não há, até o momento, elementos suficientes que caracterizem formação de quadrilha. Agora, a Polícia Federal vai pedir aos órgãos de controle a verificação de há recursos federais envolvidos nessas transações.
A prefeitura foi demandada sobre eventual exoneração do secretário, mas não houve resposta. O espaço continua aberto.











