Um casal de empresários de São Mateus, a 210 quilômetros de Vitória, na microrrregião Nordeste do Espírito Santo, foi indiciado pela Polícia Civil por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. O homem foi preso e a mulher apenas indiciadas. Ele era dono de uma construtora e incorporadora que não tinha funcionários e movimentava mais de R$ 15 milhões por ano.
As investigações corriam desde 2021 e o inquérito foi concluído e a operação “Aggio” deflagrada no último dia 1º, mas seu resultado divulgado somente nesta segunda-feira (11) pela Delegacia Especialiazada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, em entrevista coletiva na Chefia da Polícia Civil, quando o delegado José Eustáquio deu detalhes do caso.
As investigações revelaram que as vítimas eram ameaçadas de morte quando não conseguiam quitar suas dívidas, sendo forçadas, sob grave ameaça, a transferir bens móveis e imóveis como garantia para os suspeitos.
A Operação “Aggio”, deflagrada no último dia 1º, levou à prisão de um dos suspeitos, bloqueio de cinco veículos, sendo dois deles apreendidos, e à apreensão de documentos, dinheiro, armas e dispositivos eletrônicos, além do bloqueio de 23 contas bancárias e rastreamento de mais de mil transações de criptoativos.
Segundo o chefe de Polícia, delegado José Darcy Arruda, a operação indicou que a empresa movimentou 214 verzes mais do que declarou na Receita Federal. A operação terá desodobramentos.
Segundo o delegado José Eustáquio, ao investigar denújncia de extorsão e agiotagem do casal, a Polícia detectou a movimentação atípica na empresa ligada aos suspeitos. Vítimas davam como garantia imóveis e veículos para pagamento de empréstimos.
“Quando não havia pagamento, extorquiam as vítimas. Sob ameaça, transferiam bens móveis e imóveis para a empresa ou para as pessoas físicas indiciadas. A gente notou a necessidade de bloquear cinco veículos e 23 contas bancárias que eram usadas pelos indiciados, que fizeram mais de mil transação digitais em várias redes de criptomoedas”, disse o delegado.
Segundo o titular da Deic de São Mateus, a empresa não tinha placa ostensiva e nem estava no local indicado como endereço à Receita Federal. “Mas identfiicamos com diligênica o escirtório em prédio residencial sem placa ostensiva, atípico para quem moviemnta esses valroes. Um escritório discreto, onde apreendemos contratos de compra e venda de gaveta num total de R$ 5 milhões. Prendemos o suspeito com arma de fogo, registrada, mas ele não tinha o porte. Indiciamos ele e a mulher por lavagem de dinheiro, usura e extorsão”.
As investigações começaram quando uma vítima, da região serrana do Estado, procurou a Polícia e prestou queixa dizendo que sofria pressão do agiota e estava tendo problemas psicológicos. A dívida de R$ 15 mil já estava em mais de R$ 200 mil e, segundo o delegado, o agiota subvalorizava os bens da vítima e a forçava a assinar contratos de compra e venda, além de supervalorizar a nota promissória do empréstimo.