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Vendas de cimento caem 2,4% em janeiro e somam 4,8 milhões toneladas

O Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) reveliu que as vendas de cimento somaram 4,8 milhões de toneladas no Brasil em janeiro de 2024, uma retração de 2,4% na comparação com o mesmo mês do último ano e um crescimento de 5,9% quando comparado a dezembro de 2023. Ainda que as vendas de janeiro do ano passado registrassem uma base forte, o resultado de agora sinaliza que o fraco desempenho em 2023 persiste no início de 2024.

O setor continua a sofrer o impacto dos juros e o endividamento elevado, que exercem pressão na situação financeira e no consumo das famílias, contribuindo, inclusive, para a queda na confiança do consumidor em janeiro. Apesar do controle da inflação e da resiliência do mercado de trabalho, houve um aumento da informalidade e o salário dos trabalhadores ainda permanece em uma recuperação lenta, com valores reais estagnados há quatro anos.

O mercado da construção continua em queda, tanto na venda de materiais quanto no número de lançamentos imobiliários. No entanto, o índice de confiança do setor manteve-se relativamente estável. O segmento de infraestrutura ficou menos otimista, enquanto o de edificação residencial mostrou uma maior confiança, impulsionado, principalmente pelas boas perspectivas com o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O Governo tenta acelerar as contratações do MCMV para impulsionar o programa. De qualquer forma, o reflexo dessas mudanças deve ser sentido na demanda de cimento e de materiais de construção apenas no segundo semestre.

Apesar das dificuldades, a indústria do cimento segue otimista com a retomada dos investimentos em infraestrutura e com a possibilidade de elevar a presença do cimento e do pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas, estradas e rodovias. Fatores como esses levam a uma projeção de crescimento de consumo do produto estimada em 2% para este ano, um acréscimo aproximado de 1,2 milhão de toneladas. “A expectativa para 2024 é positiva, com crescimento esperado de 2%, longe ainda de recuperarmos as perdas acumuladas de 4,3% em 2022 e 2023. O aumento da massa salarial e do crédito, em razão da continuidade da redução dos juros, o programa “Desenrola”, MCMV e o Marco Legal das Garantias de Empréstimos, deverão impulsionar a atividade da construção e uma melhor performance da indústria do cimento”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.

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Foto: Divulgação/Brasil MineralFoto: Divulgação/Brasil Mineral

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