O pesquisador Hélio Elias da Silva desenvolveu tijolos sustentáveis a partir da combinação de resíduos de mineração, retalhos de têxteis e garrafas PET. O produto é resultado de seu doutorado em Ciências Ambientais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Ciamb) da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do professor Nelson Antoniosi, do Instituto de Química (IQ/UFG).
A criação dos tijolos ocorre por meio de resíduos de mineração de ferro e esmeraldas, com pó de tecidos de poliéster e pó de garrafas PET. Segundo Elias, “a mistura é prensada em moldes metálicos e aquecida, resultando em tijolos que possuem qualidade comparável aos tradicionais tijolos de solo-cimento”. Os tijolos sustentáveis são uma alternativa mais barata, resistente e ecologicamente correta aos tijolos tradicionais. Segundo o pesquisador, os tijolos ecológicos apresentam uma série de vantagens. Além de serem mais baratos de produzir e comercializar, os tijolos também são mais resistentes e duráveis. Graças à sua composição, os novos tijolos podem ser utilizados em diversas aplicações na construção civil, como em muros, paredes e lajes. A utilização desses materiais feitos a partir de reutilização de descartes contribui para a redução do impacto ambiental, diminuindo a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários e a demanda por recursos naturais.
A invenção representa um avanço significativo e abre um caminho para um futuro mais sustentável e economicamente viável, principalmente no âmbito de moradias populares. A utilização de tijolos ecológicos pode proporcionar diversos benefícios para a sociedade, como a redução dos custos de construção, a geração de empregos e a preservação do meio ambiente. Elias esclarece ainda que a medida é útil no reaproveitamento de materiais que são poluentes, se descartados de forma inadequada e contribui para a conservação de matérias-primas naturais. O pesquisador acredita, inclusive, que a abordagem pode diminuir “significativamente a extração de materiais virgens da natureza, evitando a degradação ambiental”. A técnica evita a derrubada de árvores nativas do Cerrado, comumente utilizadas na queima de tijolos cerâmicos, e também impede a extração de argila das margens de córregos e rios, o que preserva os recursos hídricos e a fauna.
Foto: Arquivo Pessoal