Entenda o que configura o quadro, quais são os fatores de risco e os cuidados necessários para revertê-lo.
Mais de 380 milhões de pessoas sofrem com diabetes no mundo, segundo a International Diabetes Federation, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). A doença é dividida em tipos 1 e 2, sendo que, no primeiro caso, ocorre a redução ou a falta de produção de insulina, hormônio que auxilia no transporte do açúcar do sangue para dentro das células do corpo. Já no segundo, o organismo passa a ser resistente à ação desse hormônio.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o tipo 1 acomete até 10% do total de pessoas diagnosticadas com a doença, enquanto cerca de 90% dos casos são do tipo 2, que costuma estar associado a fatores que podem ser evitados, como a obesidade e o sedentarismo. O diabetes é uma doença crônica e não tem cura.
O chamado “pré-diabetes” se configura quando a pessoa ainda não tem a doença, mas corre o risco de desenvolvê-la. O termo é usado para indicar que os níveis de açúcar no sangue estão alterados, mas não o suficiente para um diagnóstico de diabetes. Segundo a SBD, a condição consiste na etapa em que ainda é possível reverter ou retardar a evolução do quadro e suas complicações.
Ainda de acordo com a SBD, 50% dos pacientes nesse estágio desenvolvem a doença. Isso acontece porque, ao serem comunicados do problema, não enxergam uma oportunidade de reversão e acabam deixando para tomar os devidos cuidados quando a situação já se agravou. Quando não cuidado, o pré-diabetes pode prejudicar nervos e artérias, além de infarto e derrames.
A prática regular de atividade física, uma dieta balanceada, a perda de peso e o consumo restrito de bebidas alcoólicas são algumas das formas de promover a tolerância normal à glicose e reverter o quadro de pré-diabetes.
Papel da suplementação como cuidado auxiliar
A suplementação alimentar também pode ser indicada para ajudar no controle dos níveis de glicose no sangue, contribuindo para auxiliar os cuidados da pessoa com pré-diabetes. Diferentes estudos mostram a relação entre o uso de suplementos e a melhora do quadro. No entanto, a indicação de quais devem ser usados, assim como a dosagem adequada, deve ser feita pelo profissional da saúde que acompanha o paciente.
Segundo material publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, os benefícios do magnésio dimalato incluem a redução da pressão arterial em pessoas com pré-diabetes, resistência à insulina e outras doenças crônicas não transmissíveis. Dessa forma, a suplementação de magnésio pode melhorar o metabolismo da glicose em pessoas com diabetes ou que correm o risco de desenvolver a doença.
As funções da creatina também podem ser úteis para o controle glicêmico. Segundo pesquisa realizada pelos mestres em Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Matheus Anselmo Medeiros e Meline Gomes Gonçalves, o uso da creatina pode reduzir os níveis de glicemia em até 20%.
Os testes foram feitos em laboratório e indicaram, ainda, a atenuação de outros parâmetros bioquímicos, como a redução da quantidade de ureia no sangue e de resposta antioxidante no tecido renal.
Os pesquisadores ressaltam, contudo, que o acompanhamento médico e nutricional é necessário para indicar o uso de qualquer tipo de suplementação, uma vez que cada organismo pode reagir de uma maneira às substâncias.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
O pré-diabetes não apresenta, necessariamente, sintomas aparentes. Por isso, as autoridades de saúde orientam a realização de exames periódicos para acompanhar as taxas de glicose no sangue. Isso é feito a partir da análise de parâmetros que podem ser observados em exames como glicemia de jejum, hemoglobina glicada e glicemia após estímulo com sobrecarga de glicose.
Segundo entidades de saúde, como a SBD e o Ministério da Saúde, o estilo de vida e a predisposição genética são as principais causas do pré-diabetes. Entre os fatores de risco estão a alimentação hipercalórica e com excesso de carboidratos e ultraprocessados, o excesso de peso e a falta de exercícios físicos.
O tratamento do pré-diabetes consiste em intervenções para mudar o estilo de vida. Algumas ações importantes englobam priorizar uma alimentação saudável, rica em alimentos frescos e menos processados, evitando açúcar e carboidratos simples, perder peso e praticar atividade física regular durante 150 minutos por semana, no mínimo.
Gerenciar o estresse e priorizar um sono de boa qualidade também são atitudes necessárias, conforme as autoridades de saúde. Alguns pacientes podem necessitar de medicação específica, e todo o tratamento deve ser feito sob a orientação médica.