O cabo Thafny da Silva Fernandes, da Polícia Militar, foi absolvido da acusação de matar o adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo, em 2023. Câmeras registraram o momento do crime. Ele foi inocentado por 4 dos 7 jurados que participaram do Tribunal do Júri.
O réu foi julgado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O julgamento começou às 8h desta sexta-feira (22), no Fórum Criminal de São Mateus, e terminou à noite. O cabo foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Após a absolvição, o MPES informou que vai recorrer da decisão.
O Ministério Público argumentou que a decisão foi contrária às provas contidas nos autos do processo, uma vez que contrariou o que mostravam as imagens gravadas em uma câmera de segurança no local do crime e as demais provas dos autos.
O Ministério Público ajuizou a denúncia em abril de 2023 e pediu que o policial fosse pronunciado e julgado perante o Tribunal do Júri.
Os crimes conexos praticados pelo denunciado e pelos demais agentes de segurança que estavam na ocorrência foram apurados pela Corregedoria da Polícia Militar, sob fiscalização do Ministério Público com atribuição junto à Vara da Auditoria Militar em Vitória, considerando a qualidade de policial militar dos envolvidos.
Além do cabo, outros quatro policiais militares chegaram a ser detidos suspeitos de participação no crime. São eles:
A Justiça chegou a conceder um alvará de soltura para esses quatro policiais militares. Thafny da Silva Fernandes permaneceu preso, mas também foi solto logo depois. Como o caso tramita em segredo de Justiça, não foram dadas informações sobre o andamento da investigação em relação aos demais envolvidos.
Câmeras flagraram momento em que PM mata homem algemado em Pedro Canário — Foto: Reprodução
Câmeras flagraram momento em que PM mata homem algemado em Pedro Canário — Foto: Reprodução
Thafny Da Silva Fernandes é cabo e começou na corporação em 26 de junho de 2013. Em quase 10 anos, foram 182 dias de licença médica. A mais longa foi em 2019, de 84 dias. De acordo com as investigações, ele é apontado como o atirador do crime que matou Carlos Eduardo Rebouças.
No TJES, consta um processo em andamento com o nome de Thafny e outros dois policiais (um deles Tallisson Santos Teixeira, que também foi preso por envolvimento na morte do adolescente de Pedro Canário) a respeito de um homicídio ocorrido no bairro Camata, também no município, no dia 12 de janeiro de 2018.
Conforme a descrição do inquérito, os agentes “teriam, durante ocorrência policial, efetuado disparos de arma de fogo e resultando no óbito do civil”. A Corregedoria da corporação acompanhava o caso no mês de março.
Carlos Eduardo Rebouças Barros, 17 anos, foi baleado e morto por um policial militar no bairro São Geraldo, em Pedro Canário (ES) — Foto: Reprodução
Carlos Eduardo Rebouças Barros, 17 anos, foi baleado e morto por um policial militar no bairro São Geraldo, em Pedro Canário (ES) — Foto: Reprodução
Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, foi baleado e morto por um policial militar no bairro São Geraldo, em Pedro Canário. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação. No vídeo, o suspeito aparece já rendido e mesmo assim é alvo do disparo de arma de fogo à queima-roupa.
Em um primeiro momento, as imagens mostram o rapaz sentado. Depois ele se levanta, parece conversar com o policial e se aproxima de um muro. O PM segue com a arma apontada, até que realiza os disparos. A vítima cai no chão e o policial se afasta.
De acordo com a corporação, ele tinha passagens criminais e estaria com uma arma antes do momento que aparece no vídeo. Depois de ferido, ele foi levado ao Hospital Menino Jesus, na mesma cidade da ocorrência, mas já chegou morto.










