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O processo de fermentação dos alimentos pode afetar os testes de bafômetro?

Entenda como alimentos fermentados podem ou não influenciar o resultado do teste do bafômetro

Com o intuito de contribuir para a segurança no trânsito, os testes de bafômetro são utilizados nos motoristas quando há suspeitas de que estes possam estar dirigindo alcoolizados. O processo é bastante simples e consiste em soprar no aparelho, que imediatamente apresenta um resultado. O valor máximo tolerado é de 0,04 mg/l. Caso o teste ultrapasse esse valor, o motorista estará cometendo uma infração gravíssima.

Em julho de 2024, uma pesquisa feita pela Proteste mostrou que algumas marcas de pão e outros produtos que passam pelo processo de fermentação poderiam acusar um valor mais alto no teste do bafômetro caso a pessoa consumisse mais de duas fatias, mas há motivos para se preocupar?

O processo de fermentação

No processo de fermentação do pão de forma, microrganismos, como as leveduras e as bactérias, transformam os açúcares em ácidos, gases e, em alguns casos, em álcool. Ainda assim, a quantidade é bastante pequena e, quando o pão vai ao forno, esse álcool deveria evaporar completamente.

Como os pães industriais utilizam conservantes que ajudam o produto a durar mais, pode acontecer de um pouco desse álcool não evaporar durante o cozimento, mas nada tão significativo a ponto de fazer mal ou deixar a pessoa embriagada. Um pão feito em casa, por exemplo, dificilmente ficará com esse resquício alcoólico da fermentação.

Em entrevista à CNN Brasil, o nutrólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Daniel Magnoni, explicou que “na produção do pão de forma se usa muita farinha, mas também muito fermento e, às vezes, substâncias relativamente parecidas com álcool, como fenóis ou sorbitol (um tipo de edulcorante artificial que tem sido amplamente utilizado como substituto do açúcar), e elas podem levar a alguma alteração no bafômetro. Mas, para isso, é necessária uma grande ingestão de pão”.

Pães não são os únicos que podem apresentar teor alcoólico

Bebidas fermentadas como os kombucha e o kefir também podem apresentar teor alcoólico. Esse valor não chega nem perto daquele encontrado em uma cerveja e nos destilados ou no vinho, por exemplo, mas, no teste do bafômetro, já daria problemas.

Tanto o kombucha quanto o kefir podem conter álcool como resultado do processo de fermentação, chamado de álcool de resíduo. Ainda assim, não há motivos para se preocupar. Conforme o nutrólogo, “bebidas em que são utilizados muitos probióticos para a fermentação podem conter algum tipo de álcool, mas não há risco no seu consumo”.

Bananas maduras e sucos de frutas também podem apresentar teor alcoólico. No primeiro caso, até 0,4%; já nos sucos de uva, por exemplo, o valor pode ser de 0,86g/litro. No caso das bananas, o processo é natural e acontece por causa das leveduras presentes na casca, e a quantidade de álcool é tão baixa que não representa riscos para a saúde. 

Nos sucos de uva também não há motivos para preocupação, é um teor muito baixo, processado naturalmente pelo organismo. A ideia é a mesma dos pães, teria que se consumir muito suco de uva para dar algum problema no teste do bafômetro.

Sem motivos para se preocupar

Andrea Sampaio, nutróloga do Hospital Sírio-Libanês, também em entrevista à CNN Brasil, afirma que não há motivos para se preocupar ou deixar de consumir determinados alimentos. A quantidade de álcool presente é baixa e não apresenta riscos significativos. 

Para que causasse algum problema ou a pessoa chegasse a se sentir bêbada, ela teria que comer um pacote de pão inteiro e muitas bananas, ou seja, provavelmente passaria mal antes de sentir os efeitos do álcool presente nos alimentos.

Quanto ao teste do bafômetro, o risco de esses alimentos apresentarem um falso positivo é significativamente baixo. Afinal, é muito difícil que a pessoa consuma apenas o pão e não coma mais nada que acabe anulando o pequeno teor alcoólico resultado da fermentação.

A ciência, por Pedro Valls