O Brasil bateu mais uma vez recorde no número de cervejarias registradas. A quantidade desse tipo de estabelecimento no país cresceu 6,8%, passando de 1.729 em 2022, para 1.847 em 2023.
É o que aponta o Anuário da Cerveja 2024, uma espécie de raio-x do setor publicado anualmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), destaca que o anuário é ferramenta importante para que o poder público saiba como estimular o setor, responsável por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país — e de 2,5 milhões de empregos.
“Ele é fundamental para que as melhores políticas públicas sejam tomadas com as melhores informações possíveis. É bom para o Poder Executivo, para o Poder Legislativo, é bom para o mercado cervejeiro saber onde alocar seus investimentos”, afirma.
O levantamento mostra também que o maior número de cervejarias foi acompanhado de uma maior variedade de cervejas. Se em 2022 o Brasil tinha 42.831 produtos registrados, em 2023 essa quantidade saltou para 45.648.
O país contava com 60.334 marcas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) até o fim do ano passado. Segundo o Sindicerv, o número é maior do que o observado em toda a União Europeia. O anuário esclarece que um mesmo registro de cerveja pode contemplar mais de uma marca comercial — o que explica a diferença entre esses indicadores.
Cresce a preferência pela cerveja nacional
O anuário aponta que a importação brasileira de cerveja está em queda desde 2019. Entre 2022 e 2023 houve diminuição de 51,1% no volume de litros comprados de outros países. De acordo com o Mapa, pode-se inferir que a maior oferta de produtos nacionais contribuiu para diminuir a busca por cervejas estrangeiras.
As exportações das cervejas produzidas no Brasil, por sua vez, continuam em crescimento. A publicação mostra que em 2022 o volume vendido para outros países subiu 18,6%. Isso rendeu mais de US$ 155 milhões de dólares às cervejarias brasileiras. O resultado garantiu um saldo positivo de US$ 147 milhões à balança comercial brasileira, que é a diferença entre o que o Brasil exporta e importa.
Ranking por estados
São Paulo lidera o ranking dos estados com mais cervejarias. O estado mais populoso do país fechou 2023 com 410 estabelecimentos, 23 a mais do que em 2022. O Rio Grande do Sul — que aparece em segundo lugar — foi a unidade da federação onde mais cervejarias foram abertas na passagem entre os dois anos. Foram 25. Minas Gerais fecha a lista dos três primeiros.
Outro destaque positivo do setor cervejeiro foi o estado do Pará. Trata-se da unidade da federação com maior crescimento percentual de estabelecimentos. Ao todo, o número de cervejarias por lá saltou 33,3%.
Dez estados (Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Amazonas, Sergipe, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima) e o Distrito Federal mantiveram no ano passado o mesmo número de estabelecimentos que em 2022. Apenas Bahia e Alagoas apresentaram queda.
Isso significa que o número de cervejarias se estabilizou ou cresceu em 25 estados do país, em 2023. Números que espelham um setor que se expande ano a ano, diz Maciel. “Sem dúvida nenhuma, o crescimento de cervejarias no Brasil é algo que se reflete no que a gente vê no dia a dia. As indústrias estão investindo, estão abrindo novas plantas, operando em capacidade quase máxima”, avalia.
Top-10 municípios com mais cervejarias
O município de São Paulo é onde mais existem cervejarias no país, aponta a publicação: 61. Em seguida, vêm Porto Alegre, com 43; e Curitiba, com 26. Entre os 10 primeiros, há três municípios mineiros, dois catarinenses, dois gaúchos, dois paulistas e a capital federal.
- São Paulo (SP) – 61
- Porto Alegre (RS) – 43
- Curitiba (PR) – 26
- Caxias do Sul (RS) – 23
- Nova Lima (MG) – 22
- Belo Horizonte (MG) – 21
- Juiz de Fora (MG) – 21
- Blumenau (SC) – 18
- Sorocaba (SP) – 18
- Brasília (DF) – 17
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