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O casal encontrado morto nesat segunda-feira (3), ao lado de uma poste e perto de um poste na rodovia BR 342 (sob administração estadual),...

“Não se atira em veículo em fuga”, diz secretário sobre PMs afastados por morte em Colatina

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, disse nesta segunda-feira (3), à TV Gazeta, afiliada da Globo no Espírito Santo, que o Estado precisa dar uma resposta rápida sobre para a população sobre a morte do jovem Danilo Lipaus Matos, de 20 anos na última sexta-feira (31), no bairro Aeroporto, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados das ruas e terão a conduta investigada pela Corregedoria da PM.

Segundo o boletim de ocorrência, ao todo foram efetuados 15  disparos realizados sargento Renan Pessimílio, mais 15 disparos pelo soldado Eduardo Nardi Ferrari, mais 12 disparos feitos pelo cabo Rodrigo de Jesus Oliveira e 2 disparos do soldado Ramon Lucas Rodrigues Souza. Havia um outro soldado na ocorrência, que não teria atirado, Guilherme Martins. A vítima morreu no local.

“Determinamos uma apuração muito rigorosa dos fatos, junto à Corregedoria da Polícia Militar, além da apuração também da Polícia Civil e Polícia Científica. A gente lamenta a perda de uma vida, de um jovem trabalhador. O Estado tem que dar uma resposta, uma resposta muito rápida, isenta e com a participação do Ministério Público para dar para a população segurança e confiança”, disse o secretário.

Damasceno descreveu o boletim de ocorrência como confuso e complexo, com vários registros ao mesmo tempo, com roubo de veículo, fuga, perseguição e confronto armado. “Em algum momento o veículo do Danilo passou e a polícia, naquele momento, entendeu que ele poderia ser um suspeito. De todo modo, o fato é que, independente disso, nós temos regras de ouro. O Estado preza muito pelo treinamento policial, preza bastante sobre o uso diferenciado da força”, declarou.

Conforme o secretário, os policiais apenas podem realizar disparos em situação de risco de vida dos agentes ou de quem estiver por perto. “Não se atira em pessoa em fuga, nem em veículo em fuga, salvo se o veículo ou a pessoa estiver colocando em risco a vida dos policiais ou de terceiros. Então isso precisa ser apurado. Realmente essa ocorrência chamou atenção, porque o Danilo não estava armado, estava sozinho dentro do veículo, o veículo já tinha parado, e nós tivemos essa quantidade de disparos que aconteceu”, comentou Damasceno.

A partir dos registros do boletim de ocorrência, do trabalho da perícia e da Seção Regional de Medicina Legal (SML) de Colatina, serão reunidas informações para concluir as investigações. “É uma investigação que não é tão complexa para a apuração, porque eu acho que ela tem todos os elementos. Tem os policiais identificados que efetuaram os disparos, a vítima foi levada ao IML, também já foi feita a perícia, a perícia de local de crime. Então, com tudo isso, vai ser possível a gente concluir também essa investigação”, afirmou.

Familiares de Danilo, que preferem não se identificar, afirmam que ele era um jovem sem qualquer pendência com a Justiça ou a polícia e alegam que ele foi assassinado por policiais militares. Eles questionam o paradeiro da suposta arma que a vítima teria em posse, destacando sua ausência como prova de que o jovem foi executado por agentes do Estado. Citam a quantidade de tiros disparados contra o jovem, a maioria na cabeça. Os familiares pedem uma investigação independente e a devida punição dos responsáveis pelo crime.

Segundo a versão da Polícia Militar, a corporação “recebeu um alerta do Cerco Eletrônico” de que uma caminhonete supostamente roubada estava se deslocando na rodovia Gether Lopes, sentido Colatina. “Segundo foi informado via rádio, o veículo em questão poderia estar envolvido em diversos roubos na região de Águia Branca e ter suspeitos armados em seu interior. Foi feito acompanhamento pelas equipes da Força Tática, mas em determinado momento, a caminhonete se evadiu e foi localizada abandonada no bairro São Braz. Segundo moradores, os suspeitos podem ter fugido por uma área de mata que tem nas proximidades. O veículo foi removido”, relatou a PM.

De acordo com a versão dos PMs, “durante a ocorrência, foi informado via rádio que uma outra caminhonete havia furado um bloqueio policial próximo ao local. Pouco depois, uma guarnição relatou que o mesmo veículo furou um segundo bloqueio e que o passageiro portava um objeto semelhante a uma arma de fogo”.

A Associação das Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (Aspra-ES) divulgou uma nota sobre a abordagem policial que resultou na morte do jovem Danilo Lipaus Matos, de 20 anos. O caso ocorreu na noite de sexta-feira (31), no bairro Aeroporto, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, e envolveu 44 disparos efetuados por policiais militares.

A Aspra diz “está acompanhando de perto a ocorrência envolvendo militares associados, colocando o jurídico à disposição para acompanhar a apuração dos fatos e esclarecer as ações dos nossos associados, que acreditamos serem legítimas”.

Segundo a associação, “a ocorrência é bem complexa, onde foram lavrados vários boletins por guarnições diferentes, contendo registro de veículo roubado abandonado, perseguição, evasão a bloqueio policial e tentativa de atropelamento aos nossos policiais. Se os policiais não tivessem atirado, podíamos agora estar lamentando a morte, por atropelamento, de um ou mais policiais, ou até mesmo de pessoas que estavam caminhando nas ruas. Nós temos o compromisso de proteger a sociedade e esta é a razão pela qual nossos policiais estavam mobilizados nessa ocorrência”.

*Com informações da TV Gazeta e ‘A Gazeta’

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