Faleceu nesta sexta-feira (16), em Nova Venécia, aos 75 anos, José Gonçalves, funcionário aposentado da concessionária de energia EDP. A informação é de Wilson Rodrigues, Jhon Martins e Romeríto Sártorio, da Rede Notícia.
Muito conhecido na cidade, José era sócio do Colina Country Club, e integrava o grupo de bocha do clube. José estava internado e lutava contra cirrose hepática.
Segundo nota da família, o velório de José Gonçalves terá início às 22h desta sexta-feira (16), na Capela Mortuária de Nova Venécia. O sepultamento será às 10h de sábado (17), no cemitério do bairro Bomfim.
“Silenciosa na maioria das vezes, a cirrose hepática é uma doença crônica que causa cicatrizes no fígado, prejudicando seu funcionamento. Resultado de processos inflamatórios, a cirrose hepática é caracterizada pela substituição progressiva do tecido normal por tecido cicatricial (fibrose) não funcional. É uma condição crônica e assintomática”, informou o Hospital Israelita Albert Einstein
Segundo a cartilha “Cirrose e suas Complicações“, da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), a cirrose altera a arquitetura do fígado devido à presença de nódulos que envolvem as células remanescentes.
Com o tempo, mais tecido cicatricial se forma, comprometendo não apenas a estrutura, mas também o funcionamento do fígado, que é a maior glândula do corpo e desempenha funções fundamentais, como metabolizar glicose e proteínas, armazenar vitaminas e minerais e eliminar toxinas, apenas para citar alguns exemplos.
Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC), a agência de saúde do governo americano, em 2018, havia 4,5 milhões de pessoas com esse diagnóstico somente nos Estados Unidos.
Quadros agudos podem ser revertidos, porém, na maioria dos casos, o problema é crônico e o dano hepático é permanente. No entanto, se a cirrose for diagnosticada precocemente e a causa for tratada, danos adicionais podem ser evitados.
Muitas doenças e condições de saúde têm potencial para causar danos no fígado que podem levar à cirrose. Veja algumas delas:
- Abuso crônico de álcool;
- Hepatite viral crônica (hepatite B, C e D). Embora seja uma das principais causas mundiais da cirrose, nem todas as pessoas com um desses três tipos de hepatite irão desenvolver a doença;
- Esteatose hepática (gordura no fígado);
- Obesidade;
- Diabetes tipo 2;
- Atresia biliar (ductos biliares malformados);
- Deficiência de alfa-1 antitripsina;
- Cirrose biliar primária (destruição dos ductos biliares);
- Síndrome de Alagille (distúrbio digestivo genético);
- Distúrbios hereditários do metabolismo do açúcar (galactosemia ou doença de armazenamento de glicogênio);
- Doença de Wilson (acúmulo de cobre no fígado);
- Hepatite autoimune;
- Colangite esclerosante primária (endurecimento e cicatrização dos ductos biliares);
- Fibrose cística;
- Hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo);
- Infecções como sífilis ou brucelose;
- Medicamentos com componentes hepatotóxicos, como paracetamol (dependendo da dose), metotrexato e isoniazida.
A principal medida para conter a cirrose é eliminar a causa básica da agressão, como, por exemplo, cortar completamente o consumo de álcool, controlar ou reduzir o peso, controlar o diabetes (quando presente) e tratar hepatites virais e autoimunes.
Além de evitar a progressão da doença, o tratamento consiste em utilizar medicamentos para aliviar os sintomas, como acúmulo de líquido no abdome (ascite), fadiga, náusea, perda de apetite e de peso, inchaço nos tornozelos e nos pés, entre outros. No entanto, a cura, ou tratamento definitivo, só é possível por meio do transplante hepático, indicado apenas nos casos mais avançados.