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Mais de 200 famílias do MST ocupam fazenda em São Mateus

 

Mais de 200 famílias coordenadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam uma propriedade rual às margens da rodovia ES 381, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. A ocupação do movimento social ocorreu na madrugada de quarta-feira (17), faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, e ocorre em vários estados brasileiros.

Segundo o MST, a Fazenda Coqueirinho, alvo da ocupação, possui 294 hectares, dos quais 28 hectares são considerados parte devoluta. Anteriormente, a fazenda abrigava uma fábrica de farinha de mandioca. O movimento alega que a área está em disputa na Justiça Federal devido ao não cumprimento de direitos trabalhistas.

“A atividade faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que faz memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, que aconteceu em 17 de abril de 1996, com o assassinato de 21 Sem Terra. Este ano de 2024, com o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, a Jornada Nacional em defesa da Reforma Agrária é apresentada pelo movimento como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, com o objetivo de combater a fome, gerar emprego e avançar no desenvolvimento do país”, informou o MST, por nota.

O MST reivindica as áreas ocupadas para assentamento e reforma agrária. “As ações, sobretudo, enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, para combater a fome, e avançar no desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Em uma conjuntura onde o orçamento da pasta dessa política pública é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos”, argumenta o movimento, em nota.

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a ação do MST ocorre às vésperas do lançamento pelo governo federal do Programa Terra para Gente para acelerar o assentamento de famílias no Brasil anunciado na tarde de segunda-feira (15) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, no Palácio do Planalto. O programa é uma promessa feita no ano passado pelo presidente Lula, que quer uma “prateleira de terras” improdutivas e devolutas para destinar à reforma agrária e à demarcação para quilombolas. A tentativa do governo era frear a onda de invasões do movimento prevista para este mês.

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