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“Falam que sou a broteira de Vila Pavão”

Por Cíntia Zaché, da Rede Notícia

A Delyra Krauze Peteres, é uma das grandes referências na fabricação de brote em Vila Pavão. É difícil falar sobre esse pão, que representa a resistência de um povo, ao chegar ao Brasil, no século XIX, sem lembrar dela.

Sem acesso ao trigo ao chegar em terras brasileiras, e pouco conseguindo cultivá-lo, os pomeranos substituíram a farinha branca, pelo milho. Foi daí que surgiu esse pão, que é a “cara” de Vila pavão. Ainda, abordando sobre os ingredientes, lá atrás, esse povo alemão, originário da Pomerânia, começou a utilizar, além do milho, alguns tubérculos, como por exemplo, a batata doce, inhame, cará e aipim, juntando também, açúcar, sal e fermento.

Hoje, o tão cultural brote, é feito pelos ascendentes de pomeranos, utilizando, no lugar dos tubérculos, o trigo, proporcionando a “liga”, fala dona Delyra Krauze Peteres, referência na fabricação de brote em Vila Pavão.

Um pouco da história da fabricação do brote, quem conta é a Delyra, que aprendeu a fazer esse pão, com a mãe dela, desde muito pequena.


Dona Delyra, a dona daquele saboroso brote

“Cresci vendo minha mãe fazer brote, era o que a gente tinha para o café da manhã, pão de trigo, somente nas festas e no Natal. Ela fazia com cará, batata doce, essas coisas, mas, as coisas mudaram, e com o acesso ao trigo, a gente coloca essa farinha, para dar liga. Comecei a fazer brote quando eu tinha uns 15 anos, fazia para comer em casa, foi no ano de 2000, há mais de 20 anos, que levei a sério e comecei a fazer para vender. E deu certo, hoje a gente não dá conta, fazemos o brote cinco dias na semana, além de mim, tem meu marido, o Alvin Peteres, que ajuda, e tem minha sobrinhas, meus braços direitos, a Normélia e Marineia, nós fabricamos outros produtos também. Nosso brote é feito com o fubá escaldado, leva o trigo, pouquinho de sal, açúcar e um dos segredos, é assar na folha da banana, e no forno a lenha, fica muito gostoso. Fazemos brote de banana e o tradicional, e a gente como com manteiga, com queijo ou com linguiça, ai sim, fica uma delícia. Esse pão faz parte do nosso dia a dia e dos casamentos, das festas. O preço da unidade, R$ 10. Eu amo fazer o brote e, como todos os dias. Se eu dia eu tiver que parar a produção, vou ficar triste, é uma grande alegria trazer comigo ainda, aquilo que aprendi e vi minha mãe fazendo desde pequena”.
Delyra Krauze Peteres, referência na fabricação de brote em Vila Pavão

» Dona Delyra conta com a ajuda das sobrinhas, Normélia e Marinéia, para a produção do brote

» Dona Delyra e o marido, seu Alvin Peteres e os tradicionais brotes

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