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Anauê para o bem dos EUA, por Álvaro Silva

A saudação nazista do bilionário Elon Musk na solenidade da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos chocou (veja foto).

Ninguém tinha dúvidas sobre suas crenças políticas e as de seu chefe, um supremacista branco claramente declarado, mas não se esperava que Musk fosse capaz de, diante de câmeras de TV de todo o mundo, trazer ao vídeo um gesto que revive Adolf Hitler em seus momentos de vitória. Ele o fez! E depois disso sumiu sem se explicar aos milhões de telespectadores do evento.

Lembrou, por curto minuto, a existência do Partido Integralista que no Brasil representava o nazismo com todos os seus trejeitos e uma saudação tipicamente tupiniquim: “Anauê para o bem do Brasil”.

Esse termo, anauê, tem origem indígena e, para Luís da Câmara Cascudo, foi descoberto entre os índios nhambiquaras no Mato Grosso com o significado de “unido aos outros iguais”. Os integralistas, chamados à época de galinhas verdes, copiavam muita coisa dos novos nazistas, saudosos dos tempos de Hitler e Mussolini.

A posse de Trump teve alguns momentos ainda igualmente constrangedores como, por exemplo, quando ele declarou que vai mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América provocando risos da ex-vice-presidente Hilary Clinton. Ou que vai tomar o Canal do Panamá, hoje sob controle do governo local através de acordo entre este país e os Estados Unidos.

O novo xerife não tocou na questão da Groenlândia, mas deixou a descoberto um segredo de polichinelo: o cessar fogo na Faixa de Gaza pode ser apenas forma de ganhar tempo. Para novo presidente dos EUA, o sucesso do término da guerra pode ainda estar muito longe

Não existe nazista pacifista. Isso é bobagem. Ele irá aos poucos retomando seu discurso de ódio, porque disso entende. Será simples encontrar motivos, falsos ou não, para retomar o belicismo que marca as verdadeiras intenções do neonazismo latente em seus discursos vazios de bons propósitos.

Donald Trump mente de maneira compulsiva porque o que sua ideologia sabe fazer já foi feito no dia da posse: desconstruir o governo anterior. Ou ao menos tentar.

A receita é idêntica à usada por Jair Bolsonaro aqui no Brasil: criou uma narrativa mentirosa de ter recebido convite para a posse do presidente norte-americano no Capitólio, mas como não havia nada disso, Michele Bolsonaro e mais 21 patetas ficaram ao relento, num frio polar, barrados na festa e no baile que se seguiu.

Há uma esperança: o legislativo dos Estados Unidos, embora com maioria republicana, tem uma diferença pequena para os democratas e alguns dos deputados e senadores não parecem dispostos a entrar em aventuras rocambolescas.

Nos seus maiores delírios, ao que parece Trump será contido, mas não resta duvida de que poderá provocar danos como à COP-30. O Brasil tem que lutar por ela com unhas e dentes.

Nos tempos atuais, defender uma política de investimento total em combustíveis fósseis é marcar data para a missa de sétimo dia da humanidade.

*Álvaro José Silva é jornalista, escritor e membro da Academia Espírito-Santense de Letras 

Anauê para o bem dos EUA, por Álvaro Silva

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