O corpo de Adílio foi velado na manhã desta terça-feira (6) na sede do Flamengo, na Gávea, com o comparecimento de diversos craques que fizeram história no clube. Todos eles inconformados com a perda do amigo, que não resistiu a um câncer no pâncreas e morreu na madrugada desta segunda-feira (5).
Adílio é o seguindo jogador do histórico time do Santos, em 1991, com passagem pelo Flamengo, a morrer precocemente. Em fevereiro de 2017, aos 52 anos, morreu o ponta-esquerda Paulo Henrique, que era filho do ex-lateral Paulo Henrique, ídolo do clube nos anos 60.
Paulo Henrique era casado com uma capixaba de Muniz Freire, onde jogou no time local campeão capixaba em 1991, depois de chegar ao Espírito Santo para jogar no Santos. Acabou se radicando no Espírito Santo e encerrou a carreira no Linhares, aos 33 anos de idade.
Adílio e Paulo Henrique jogaram juntos no time do Santos que Enivaldo dos Anjos, então prefeito da cidade (1989-1992), formou em 1991 para melhorar a imagem de Barra de São Francisco perante a opinião pública estadual. E fizeram parte de uma campanha de atração de empresas e pessoas com talento para morarem na cidade.
Naquela época, Adílio ajudou também a trazer para o time também o zagueiro Gaúcho Lima (ex-Botafogo) para formar a coluna vertebral da equipe, que tinha outros jogadores de destaque no futebol capixaba. O time foi vice-campeão capixaba da Segunda Divisão e subiu para a Primeira Divisão.
Naquela ocasião foi uma grande festa a presença do Adílio em Barra de São Francisco, ele que fez parte de um plantel recheado de grandes craques.
Em entrevista a um podcast local, Enivaldo dos Anjos explicou que trouxe Adílio pra mudar a imagem de Barra de São Francisco como cidade violenta. Por ironia, no assalto ao Banco do Brasil em 1991 o jogador Paulo Henrique estava hospedado com a esposa num hotel ao lado da rodoviária e viu a execução de um dos assaltantes no meio da rua.
Na ocasião, além de compor o time do Santos com outros grandes nomes, o ex-meio campista do Flamengo, ainda gravou mensagens positivas sobre a cidade, que na época foram veiculadas na TV Gazeta.
A estratégia deu certo, o time se destacou e em pouco tempo Barra de São Francisco deixou de ser rotulada como cidade violenta.
Na foto abaixo, a formação do time do Santos: em pé – Ailton Gonsalves (massagista, falecido), Agnaldo, Sandro, Magela, Gaúcho Lima, Braz, Jacimar, Marcos Magalhães (técnico) e Dilsinho (dirigente); agachados – Carlos Mantenópolis, Zé Carlos Baiano, Adílio e Paulo Henrique.
Depois que encerraram a carreira profissional, Adílio e Paulo Henrique continuaram jogando no time master do Flamengo, ao lado de grandes craques do passado.
Adílio foi craque no Flamengo e Seleção Brasileira. O ex-jogador lutava contra um câncer no pâncreas e estava internado em um hospital na zona oeste do Rio de Janeiro. Com a camisa do Flamengo, Adílio conquistou 32 títulos, entre eles estão a Libertadores e o Mundial de 1981, ao qual ele marcou um dos gols na vitória de 3 a 0 sobre o Liverpool, na disputa do título em Tóquio.
Foto da capa: Enivaldo conversa com Adílio e logo atrás Paulo Henrique, ex-craques do Flamengo, ambos falecidos precocemente.
