Um acidente envolvendo três veículos deixou 41 mortos na madrugada deste sábado (21), na altura do KM 285 da BR-116, em Lajinha, município de Teófilo Otoni, em Minas Gerais De acordo com o Corpo de Bombeiros, a colisão ocorreu às 3h30 e envolveu um ônibus, uma carreta que transportava uma pedra de granito e um carro.
Vídeos gravados por pessoas que passaram pela rodovia momentos após o acidente mostram os veículos em chamas.
De acordo com a prefeitura, treze feridos foram levados para dois hospitais e a uma upa de Teófilo Otoni. As três pessoas que estavam no carro ficaram gravemente feridas.
Dinâmica do acidente
Inicialmente, segundo informações repassadas ao Corpo de Bombeiros, o pneu do ônibus havia estourado e o motorista perdeu o controle da direção, batendo contra uma carreta. Um carro que vinha atrás também colidiu com o ônibus. Com a colisão, o ônibus pegou fogo.
Já de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, informações preliminares e vestígios no local demonstram que possivelmente um grande bloco de granito de soltou da carroceria da carreta e atingiu o ônibus que seguia na rodovia, em sentido contrário. Logo após o impacto da pedra com o ônibus ocorreu um grande incêndio. A polícia ainda investiga as circunstâncias do acidente.
O ônibus da empresa EMTRAM saiu de São Paulo na sexta-feira (20), por volta das 7h do terminal rodoviário Tietê, e tinha como destino Vitória da Conquista (BA), um trajeto de aproximadamente 1,5 mil km.
Em nota enviada à imprensa, a empresa lamentou o acidente, disse que colaborando na investigação da causa do acidente e que “está empenhando máximo esforço para auxiliar as pessoas envolvidas e seus familiares, oferecendo e providenciando todo o apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”.
O agente da Polícia Rodoviária Federal, Fabiano Santana classificou o acidente como “uma tragédia sem precedentes para a região” e informou que a maior parte das mortes foi causada pelo incêndio do ônibus. “Foram vítimas resgatas para o hospital, pessoas que se queimaram tentando resgatar vítimas, crianças pedindo para resgatar os pais”, relatou Santana.
Ainda segundo a PRF, a pista ficou totalmente interditada por aproximadamente 6 horas. O trânsito foi liberado no fim da manhã e segue em esquema de ‘pare e siga’.
Nas redes sociais, o governador Romeu Zema lamentou o acidente. “Toda minha solidariedade aos familiares e amigos. Estamos trabalhando para que as famílias das vítimas sejam acolhidas para enfrentar de forma mais humanizada possível essa tragédia às vésperas do Natal, uma data tão significativa para todos”, disse.
O governo de São Paulo ofereceu agentes da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) e do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) para ajudar na identificação dos mortos.
Trecho teve radares removidos
De acordo com a Inter TV, afiliada da Globo em MG, exatamente no trecho da rodovia onde ocorreu o acidente havia um radar que limitava a velocidade dos veículos a 60 km/h. Este e outros radares foram removidos recentemente desta parte da BR-116 por estarem com a documentação vencida.
Nos últimos dias, ao menos três acidentes com vítimas fatais aconteceram em frente a locais onde os radares existiam, mas foram retirados. De acordo com o DNIT, novos radares serão colocados nos mesmos locais em 2025, com uma nova empresa responsável pela instalação.
*Com informações do g1
Atualização
A carreta envolvida no acidente com um ônibus, que saiu de São Paulo com destino à Bahia, e que causou a morte de 41 pessoas na BR 116, em Teófilo Otoni(MG), transportava um bloco de granito do Ceará para uma das grandes empresas de beneficiamento de rochas ornamentais em Barra de São Francisco, a 250 quilômetros de Vitória.
A cidade beneficia 55% das rochas ornamentais produzidas pelo Brasil e exportadas para o mundo inteiro. Algumas das maiores empresas adquirem granito especiais produzidos em outros Estados para beneficiamento e o Ceará tem produtos exclusivos.
De acordo com informações, tanto a carreta quanto o motorista, que fugiu do local do acidente e é procurado pela Polícia Rodoviária Federal, são de Barra de São Francisco. Por enquanto, ainda não foi divulgada a empresa.
A primeira informaçao divulgada pela mídia apontava que o motorista estava com a Carteira Nacional de Habitação (CNH) cassada desde 2022, quando foi parado numa blitz em Mantena-MG e se recusou a fazer teste de bafômetro. O advogado negou essa informação.
A principal linha de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais é de que o bloco de granito se deslocou da carroceria do caminhão e chocou-se com o ônibus provocando a maior tragédia rodoviária do Brasil desde 2007.
A Polícia vai pesar o bloco de granito também para checar possível excesso de carga, em comparação com a nota fiscal encontrada entre os documentos do caminhão.
Outra hipótese também é investigada. Os três sobreviventes do automóvel de Campos dos Goytacazes, que ficou preso embaixo da carreta, contaram que o pneu traseiro do lado direito do ônibus da empresa Emtran estourou pouco antes do acidente e o veículo teria se desestabilizado na pista.
O motorista de caminhão suspeito de causar o grave acidente na BR-116 em Minas Gerais se entregou à polícia no início da tarde desta segunda-feira (23), em Teófilo Otoni.
Ele foi ouvido e liberado pela Polícia Civil após prestar depoimento na tarde desta segunda-feira.
“Uma vez que a representação pela prisão preventiva do suspeito foi indeferida pela Justiça e que não estavam mais configuradas as hipóteses taxativas de prisão em flagrante (art. 302 do Código de Processo Penal), o motorista foi liberado”, afirma a Polícia Civil de Minas Gerais.
Na saída da delegacia, o motorista cobriu o rosto e não deu declarações.
O advogado Raony Scheffer, que o acompanhava, negou que o motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e disse que o mesmo trafegava dentro do limite de velocidade permitida.
Ainda segundo o advogado, o acidente ocorreu após o pneu do ônibus estourar. “O ônibus colidiu com o semirreboque da carreta britrem. O ônibus estava desgovernado”.
Sobre o motorista ter fugido do local do acidente, o advogado apresentou a seguinte justificativa: “Ele [motorista] entrou em pânico ao ver a gravidade do acidente. Preocupou também com sua proteção pessoal e saiu do local porque não tinha como prestar qualquer tipo de socorro”.
“Não está provado nada de excesso de carga. Ele [motorista] não é réu, não tem decisão nenhuma decretando prisão. Não ficou preso e foi liberado para responder ao inquérito em liberdade”, concluiu o advogado.











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