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Ferrovia do Norte do ES é o maior projeto autorizado pela ANTT

Malha ferroviária da Petrocity vai formar o Corredor Centro-Sudeste

A malha ferroviária da Petrocity Ferrovias, que está em processo de licenciamento, é o maior projeto em execução sob regência do novo marco ferroviário, sob o modelo de autorização, principal aposta do Governo Federal para implementar o modal, que atualmente responde por apenas 20% do transporte de cargas no País.

Em reportagem desta semana no Valor Econômico, o assunto recebe destaque e a Petrocity é colocada entre as cinco principais requerentes de autorização, ao lado da Rumo, Macro Desenvolvimento, 3G e VLI.

A autorização ferroviária é apontada pelo jornal como uma alternativa para reduzir a ociosidade da malha, citando que a modalidade de exploração das estradas de ferro foi introduzida em 2021 pelo Marco Legal das Ferrovias.

“Até o fim do ano, vamos regulamentar o chamamento público para oferecer ao mercado os trechos não operacionais de ferrovias”, informa o superintendente de transporte ferroviário da ANTT, Alessandro Baumgartner (Foto da capa: Geraldo Majela/Agência Infra).

Já existem 45 contratos de adesão à nova modalidade de outorga, com previsão de R$ 241,14 bilhões em investimentos em uma rede de 12,6 mil quilômetros. Quatro deles são da Petrocity, totalizando 2.160 quilômetros.

“O novo marco regulatório traz modernidade e cria condições para um transporte ferroviário mais equilibrado e integrado”, diz o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva.

A empresa tem quatro projetos em fase de licenciamento ambiental, que somam R$ 20 bilhões: as ferrovias Juscelino Kubitschek, que liga o norte do Espírito Santo a Brasília; Planalto Central, de Brasília a Mara Rosa (GO); EF-A20, de Corumbá de Goiás a Anápolis (GO); e Minas-Espírito Santo, ligando o Norte capixaba a Santana do Paraíso (MG).

José Roberto disse em recente entrevista ao jornal A Gazeta (ES) que os projetos estão rigorosamente dentro do cronograma e que as ferrovias entrarão em operação em 2029, criando o Corredor Centro-Sudeste.

“Na hora que a licença sair, iniciaremos a construção em sete frentes de trabalho simultaneamente. Assim, a obra será concluída mais rápido. A operação financeira para isso já está estruturada”, disse o CEO da Petrocity.

Duas das ferrovias (EFJK e a EFMES) vão se encontrar em Barra de São Francisco, que terá ligações com São Mateus, Santana do Paraíso, Brasilia e Mara Rosa (GO). “A cidade do Noroeste do Espírito Santo será um dos maiores hub logísticos do País”, disse Barbosa.

Nos últimos dias, Petrocity e Multimodal Caravelas confirmaram a assinatura de um memorando de entendimento para que a integração da EFJK com a EF Bahia-Minas, através da Unidade de Transbordo e Armazenagem de Cargas (Utac) de Teófilo Otoni (MG).

Assim, os trens da Petrocity Ferrovias (PCF) terão acesso ao porto de Caravelas (BA), dobrando a capacidade de escoamento de cargas junto com o Terminal de Uso Privativo (TUP) de Urussuquara, em São Mateus.

DESAFIO

O Valor Econômico registra que a crônica dependência brasileira do modal rodoviário desperdiça vidas em acidentes, polui a atmosfera e retarda o crescimento econômico.

Desatar esse nó logístico é um desafio complexo, em função do alto custo dos projetos ferroviários e de seu longo prazo de maturação. Mas um sinal positivo é que os setores público e privado têm se articulado nesse sentido, via ajustes regulatórios e outras iniciativas.

O governo prepara um plano nacional para o setor, com aporte público estimado em R$ 20 bilhões e a expectativa de gerar dez vezes mais recursos para investimentos. Mas especialistas alertam que é essencial ter boa governança dos projetos para evitar erros do passado, como o desperdício por mau planejamento e a descontinuidade das ações.

Apenas um quinto do transporte de cargas no Brasil hoje é realizado pelo modal ferroviário. Dos 30,6 mil quilômetros de trilhos existentes no país, pouco menos da metade está plenamente ativa, 14% têm baixíssima utilização e 37% estão sem uso, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Para enfrentar a ociosidade da malha e ampliar sua participação na matriz logística, a proposta governamental é aplicar recursos provenientes das renovações antecipadas das concessões.

Com informações do Valor Econômico

Ferrovia do Norte do ES é o maior projeto autorizado pela ANTT

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