O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES), no Centro de Vitória, abre, nesta quarta-feira (13), às 17 horas, duas novas exposições que promovem as potências da arte contemporânea e que, ao mesmo tempo, apresentam e revisitam a diversidade de linguagens das coleções do Museu: a exposição itinerante “Favela é Giro”, produzida pela instituição Museu das Favelas, e a exposição “Fragmentos”, que integra o programa Acervo em Diálogo, do próprio MAES. A entrada é gratuita.
Com curadoria de Bruna Gregório, “Favela é Giro” visa levar a arte contemporânea periférica para diversas regiões do Brasil e é uma elaboração do Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e a EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico.
Foram selecionadas, ao todo, 20 obras que celebram as favelas brasileiras, explorando suas complexidades, belezas e desafios. O conceito central é desmistificar a imagem estereotipada das favelas, apresentando-as como centros pulsantes de cultura, criatividade e resiliência. O nome “Giro” está associado a passeio, circulação e movimento. A exposição apresenta, por meio de obras em sua maioria audiovisuais, os “giros” que ocorrem nas mais diversas formas de território.
A exposição conta com a participação de diversos artistas de diferentes regiões do Brasil. De Goiânia, estão presentes o Batalhão das Gravadeiras, João Ferré, Lucas Bororo, Mayara Varalho e Marcelo Ramalho. Do Espírito Santo, participam Iaiá Rocha, Viviane Nascimento, Ara Poty Mirī Txapya (Dayanne Guarany), De Santanna (Dimas) e Meuri Ribeiro. Representando a região de São Sebastião, estão Brenalta MC, Edmarlei, Swell Nobrega, Juvenal Pereira e Jorge Mesquita. De Ferraz, participam Fabrício, Micke Tranbiks, Anubis, além da dupla Silas Nascimento e Lucas Bezerra.
Para a composição das obras, foram selecionados três pesquisadores de algumas das regiões por onde a exposição passará. O time foi composto pela artista e pesquisadora Xica de Goiânia, pela fotógrafa Ana Luzes, de Vitória, e pelo rapper, pesquisador musical, ator e professor Brenalta MC, de São Sebastião. A Mostra fica em exibição no período de 13 de novembro a 15 de dezembro de 2024, com entrada gratuita. A exposição, que já passou por Goiânia (GO), passará também por São Sebastião, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo (SP).
“Fragmentos”
Já a proposta da exposição “Fragmentos” estabelece um diálogo entre a série de pinturas “Fragmentos Rítmicos”, de Dionísio Del Santo, e o trabalho audiovisual “Fragmentos Pandêmicos”, do Grupo de Experimentação Sonora (GEXS), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A entrada é gratuita. Dionísio Del Santo é um importante nome da arte capixaba, reconhecido por sua abordagem à abstração geométrica e à tradição construtivista.
“Fragmentos Rítmicos” foi criada na década de 1990 e traz obras que exploram a relação entre forma e cor, utilizando uma disposição rigorosamente geométrica. A série reflete a busca de Del Santo por um vocabulário visual próprio, no qual cada fragmento desempenha um papel essencial na composição, criando uma experiência visual que evoca movimento e musicalidade.
Influenciado pelo concretismo, o artista combina uma organização meticulosa com uma sensibilidade estética que convida o espectador a explorar ritmos e padrões, não apenas na arte, mas na própria estrutura do pensamento humano.
Em contrapartida, “Fragmentos Pandêmicos” emerge em um contexto contemporâneo marcado pelo isolamento. O trabalho, realizado em tempos de confinamento, reflete a experiência de viver em cidades, como Manaus, Vitória e Vila Velha. Aline Dias, junto com Marcus Neves e o GEXS, utiliza janelas de apartamentos e gestos de artistas colaboradores para explorar a relação entre o anímico e o inanimado.
As imagens incluem momentos capturados em vitrines de animais empalhados no Museu Mello Leitão, adicionando uma camada de reflexão sobre a vida e a morte. Este material visual se entrelaça com uma composição musical originalmente criada para a Mostra de Música Contemporânea ES – Rumos Itaú Cultural, ampliando o diálogo entre som e imagem.
O resultado é uma série de imagens que se conectam com composições sonoras, aprofundando a relação entre o visual e o sonoro, mas também oferece uma nova perspectiva sobre como fragmentos de experiências se articulam e dialogam entre si. “Fragmentos” explora essas interconexões, refletindo sobre a relação entre o passado e o presente da arte, e a maneira como as frações de nossa experiência cotidiana se manifestam em diferentes formas.
Serviço:
Exposições: Exposição itinerante “Favela é Giro” e “Fragmentos” – programa Acervo em Diálogo
Abertura: 13/11 (quarta-feira).
Horário: 17 horas.
Local: MAES – Museu de Arte do Espírito Santo, useu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes), Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória.
Período em cartaz da exposição “Favela é Giro”: Até 15/12
Período em cartaz da exposição “Fragmentos”: março de 2025
Entrada: Gratuita.