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Fapes e Ministério da Saúde realizam webinário sobre a 8º edição do PPSUS no Espírito Santo

Com cases de sucesso apresentados e dúvidas do Edital nº 17/2024 esclarecidas, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), realizou, nesta quinta-feira (31), webinário sobre a 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) no Estado. O evento foi transmitido pelo canal da Fundação no Youtube e contou com a participação dos diretores geral e técnico-científico da Fapes, Rodrigo Varejão e Celso Saibel, respectivamente, que reforçaram a importância da chamada pública. Além deles, representantes do MS, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretária de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) também estiveram presentes.

“Me recordo quando fui beneficiário do programa. Coordenei o PPSUS no passado, participei dessa experiência. Então, fico feliz em estar participando agora do lançamento dessa 8ª edição do PPSUS. Temos feito muitos trabalhos com o CNPq e queremos ampliar ainda mais essa parceria, porque sabemos da necessidade de se ter um parceiro na localidade para que a política pública chegue até a ponta. Estamos abertos ao diálogo, à disposição para executar essas propostas que são de interesse do Governo Federal e Estadual”, pontua o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão.

Jorge Alexandre Carvalho da Silva, analista de ciência e tecnologia da Coordenação geral de Ciências da Saúde e Biociências, representante do CNPq, agradeceu à Fapes pela parceria em fomentar a pesquisa no Espírito Santo. “A Fapes tem sido uma parceira de primeira hora, então queria agradecer a equipe da Fundação. Espero que este edital seja um sucesso e que nos próximos anos possamos desenvolver ainda mais atividades interessantes. O CNPq estará presente para auxiliar em tudo”, afirma o analista.

Coordenadora geral de fomento à pesquisa e saúde do Ministério da Saúde, Denise Lins de Souza, fez questão de ressaltar que, de maneira inédita, o PPSUS vai estar em todos os estados do País e seu olhar regional é um diferencial. “Essa edição reafirma o compromisso da gestão atual (do Governo Federal) com a ciência e tecnologia. Pela primeira vez na história participam todos os estados. O grande destaque do PPSUS é a questão de como reduzir as desigualdades regionais em pesquisa. O programa olha para as necessidades e especificidades locais, suas linhas de pesquisa, em como pode ser aplicável ao SUS, possibilitando gestores e profissionais de saúde usufruir e tomar decisões importantes. Que as pesquisas desta edição tragam soluções e resultados que beneficiem principalmente a população e o SUS, que é o que a gente almeja”, destaca Denise Lins de Souza.

Gerente de ensino da escola de saúde pública do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi), Carolina Perez Campagnoli representou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no evento e enalteceu a importância do edital no que diz respeito ao desenvolvimento do SUS no Espírito Santo. “É uma iniciativa muito importante para o nosso Estado, porque somos um berço de inovação, pesquisa e avanços na saúde. O Espírito Santo tem se destacado na saúde pública, na pesquisa e inovação. Pessoas de fora nos abordam e querem nos visitar para acompanhar e compreender o desenvolvimento de projetos. O programa tem fortalecido o SUS capixaba e demonstra o compromisso do Governo Estadual com a saúde pública. Vale destacar que pela primeira vez está se contribuindo além do apoio técnico, com um aporte financeiro, através da Sesa, para fomentar projetos de pesquisa”, explica Carolina Perez Campagnoli.

Prótese robótica de perna para pessoas amputadas

Um dos pesquisadores convidados para o webinário foi o professor Rafhael de Andrade, que coordenou o projeto de dispositivos robóticos para reabilitação e assistência de pessoas que são atendidas pelo SUS, desenvolvido por alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Um desses dispositivos robóticos inovadores que já está em fase avançada é uma prótese robótica de perna para pessoas amputadas que emprega motores, robôs e sensores, além de um computador e uma bateria, sendo capaz de realizar o movimento que a pessoa desejar, permitindo assim ter mais mobilidade. Por ser um equipamento único, composto por joelho e pé robóticos, a prótese tem uma diferença crucial para as comercializadas atualmente, que são separadas para joelho ou pé.

“Eu diria que no Hemisfério Sul, a prótese que estamos desenvolvendo é única. Ainda tem muita coisa a ser feita, porque tudo que envolve saúde humana exige que a gente vença grandes barreiras. Mas eu diria que em nível de desenvolvimento tecnológico, que varia até 9, a prótese está em estágio 7 ou 8. A gente já conseguiu testar essa prótese em pessoas amputadas, que andaram bem, conseguiram caminhar, subir e descer rampa, mas ainda precisa de ajustes, até porque a tecnologia não para de avançar. A gente pretende integrar esse dispositivo ao sistema neuromotor da pessoa, de tal forma que a pessoa consiga controlar a prótese robótica da mesma forma com que ela consegue controlar a perna de forma natural, evolutiva. Um controle intencional”, explicou Rafhael de Andrade.

No entanto, em termos de o produto chegar até as pessoas para ser utilizado, Andrade explica que ainda há necessidade de ser percorrer um processo de desenvolvimento e comercialização, que deve ser feito por empresas do ramo. O coordenador deseja ainda que possam surgir startups com esse objetivo especifico.

“Acho que a gente está próximo. A universidade não pode comercializar isso como equipamento, claro, a gente precisa transferir essa tecnologia para uma empresa que seja interessada em desenvolver e comercializar o equipamento. Eu diria que estamos no ponto de fazer essa transferência, apesar de o mercado ser bastante fechado e a gente não ter muita empresa que faz isso. Nossa intenção é que surjam startups dentro da universidade que visem desenvolver esses produtos como equipamentos para levar até as pessoas”, revelou o pesquisador.

O projeto recebeu um suporte financeiro de cerca de R$ 138 mil para ser realizado. O valor é proveniente do Edital PPSUS aberto em 2020. 

Enfrentamento as violências contra mulheres

Quem também participa do webinário é Franciele Marabotti Costa Leite, doutora em Epidemiologia, que coordenou o projeto “Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo: um estudo de base populacional”, desenvolvido na Ufes. De acordo com ela, foram entrevistadas 1.086 mulheres em suas residências e os dados foram alarmantes.

“Esse projeto de pesquisa teve por objetivo identificar a prevalência de violência contra a mulher entre as residentes do município de Vitória durante a pandemia e experiências de violência pelo parceiro íntimo na vida. Pudemos concluir que duas em cada 10 mulheres residentes em Vitória foram vítimas. A violência mais frequente foi a psicológica seguida de física e sexual”, informou Franciele Marabotti Costa Leite.

Ela ainda fez questão de exaltar o programa PPSUS. “A experiência com o edital foi muito exitosa. Certeza que se não fosse o apoio financeiro, essa pesquisa não teria sido realizada e não teríamos dados tão importantes para as políticas de enfrentamento as violências contra as mulheres em nosso Estado”, pontuou a coordenadora, que foi contemplada no Edital PPSUS de 2020 com o valor de R$ 150 mil para ser desenvolvido.

Celso Saibel, diretor técnico-científica da Fapes, fez questão de enaltecer os cases de sucesso apresentados no webinário. “Como a pesquisa é importante. Existe uma falácia que você consegue fazer inovação sem pesquisa, e que a pesquisa da universidade só gera papel e não produto. Temos que ter paciência com a formação dos nossos recursos humanos. A gente viu que ambos trabalharam em duas instâncias diferentes e trouxeram resultados. Quando eles apresentam os orçamentos de cerca de 130 mil reais e mostram esses resultados, temos que parabenizar demais, porque estão tirando leite de pedra com pouco recurso”, finaliza.

Passo a passo de submissão e regras gerais

Leonardo Machado, assessor técnico da coordenação geral de fomento à pesquisa e saúde do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCIT), ligado ao Ministério da Saúde (MS), fez uma apresentação sobre o alinhamento entre PPSUS e as prioridades locais e regionais em saúde, com dados de investimentos e projetos do programa ao longo dos anos. Realizou também uma explicação ampla com o passo a passo sobre como submeter projetos na plataforma Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T).

Lembrando que as inscrições estão abertas até o fim do dia 28 de novembro, por meio do SISC&T, disponível em https://sisct.saude.gov.br/sisct/ e por meio do SIGFAPES, disponível em www.sigfapes.es.gov.br.

Já sobre as regras gerais, coube a Edinir Pinheiro, gerente de Pesquisa e Difusão Científica da Fapes, explicar alguns dos pontos mais importantes do Edital. Além disso, ela também esclareceu dúvidas que surgiram através de perguntas pelo chat da transmissão no youtube.

Qual o objetivo do PPSUS?

O edital nº 17/2024 foi lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com o Ministério da Saúde por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Decit/SECTICS/MS), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O intuito é selecionar propostas com a finalidade de apoiar e fortalecer o desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam as peculiaridades e as especificidades do Estado.

O público-alvo do Edital é formado por pesquisadores com título de doutor, em exercício efetivo da atividade de pesquisa em instituição de Ensino Superior e/ou pesquisa, pública ou privada sem fins lucrativos, localizada no Estado. O investimento global é de cerca de R$ 6,6 milhões.

Serviço:

EDITAL FAPES/CNPq/Decit-SECTICS-MS/SESA nº 17/2024 – PPSUS: clique aqui e acesse

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