O espetáculo de dança contemporânea “Eu não sou uma sigla” chega a Montanha na próxima quinta-feira (17). A apresentação acontece às 15h30, no Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Elpídio Campos de Oliveira e é aberta ao público. A apresentação faz parte de projeto contemplado com recursos do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura), por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e inclui recursos de acessibilidade como audiodescrição para garantir uma experiência inclusiva a todas as pessoas.
Com foco nas múltiplas formas de violência enfrentadas pela comunidade LGBTQIAPN+, o espetáculo busca promover a reflexão e o debate sobre as diferentes violências – físicas, psicológicas e institucionais – sofridas por essas pessoas no Brasil. A obra faz uma leitura crítica da sociedade, na qual o preconceito e a discriminação ainda são realidades duras, e propõe, por meio da arte, uma forma de empoderamento e resistência.
O evento é mais uma etapa da circulação do espetáculo, que já passou por cidades como São Mateus e Nova Venécia, e agora chega a Montanha em sua sétima apresentação. A classificação é livre.
Um espetáculo que vai além da dança
Mais do que uma apresentação artística, “Eu não sou uma sigla” se propõe a ser uma plataforma para discussões sociais profundas. Cada movimento, cada cena coreografada, traz à tona a luta diária por respeito e igualdade que a população LGBTQIAPN+ enfrenta, de forma direta e comovente. O espetáculo utiliza elementos da dança contemporânea para expressar as emoções e os dilemas de quem é reduzido a estereótipos ou marginalizado por sua orientação sexual e identidade de gênero.
“Este espetáculo não é apenas sobre a arte da dança. Ele é sobre vidas que precisam ser vistas e ouvidas. É uma oportunidade de mostrar que por trás de cada sigla existem histórias reais de dor, mas também de luta e superação”, destacou o diretor do espetáculo.
Importância da acessibilidade
Uma característica fundamental da apresentação é o uso de audiodescrição, garantindo que pessoas com deficiência visual também possam acompanhar a narrativa e se envolver plenamente com a proposta artística. A inclusão deste recurso mostra o compromisso do projeto em tornar a arte acessível e inclusiva para todos, reforçando a importância da democratização cultural.
O público e o impacto social
O espetáculo já cativou plateias em cidades como São Mateus e Nova Venécia, sempre levando ao palco um diálogo franco sobre questões muitas vezes ignoradas ou mal compreendidas. Agora, em Montanha, a expectativa é continuar a provocar reflexões e estimular o debate entre o público local, que terá a oportunidade de participar da sétima apresentação do projeto.
A cidade de Montanha, assim como as anteriores, foi escolhida estrategicamente para receber o espetáculo devido ao seu contexto social e pela necessidade de fortalecer o debate sobre direitos humanos e diversidade nas áreas interioranas. Acredita-se que a arte tem um papel transformador nessas comunidades, onde o acesso a discussões sobre igualdade de direitos nem sempre é tão frequente quanto nas grandes capitais.
Ficha técnica:
Intérprete criador – Marcelo Oliveira
Iluminação: Ian Oliveira
Cinegrafista: Gabriel Moura
Fotografia: Augusto Boaventura
Figurinos: Tayne Oliveira
Cenografia: Marcelo Oliveira
Audiodescrição: Vitória Felício
Produção: Ponto de Cultura Belas Artes Projetos Culturais
Assistente de produção: Gabriel Meira
Sonoplastia: Rafael Alves
Design gráfica: Michele Boldrini