| Breno Siqueira
Com a presença de lideranças comunitárias e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu, na tarde desta sexta-feira (6), a oficina “Um território de informações: potencialidades dos dados do Censo 2022”. A atividade fez parte das ações de divulgação “Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: Resultados do universo”, realizada na Casa Brasil IBGE, situada no andar térreo do Palácio da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro (RJ).
Mais de 20 pessoas conferiram os aspectos técnicos e operacionais do Censo Demográficos 2022, resultados e ferramentas, que são primordiais para auxílio e tomada de decisão de gestores locais. A primeira parte da oficina foi dedicada a apresentar a pesquisa, os números da operação e as potencialidades dos dados.
A abertura da oficina ficou por conta do coordenador técnico do Censo Demográfico, Gustavo Junger, e da gerente de planejamento da Coordenação Técnica do Censo Demográfico (CTD), Giulia Scappini. Os dois trouxeram informações como números relacionados, temas investigados e as novidades do Censo Demográfico 2022.
Junger explicou alguns detalhes relacionados ao último Censo e desafios para sensibilizar, por exemplo, a população indígena. “A Cartografia Censitária foi participativa e colaborativa, com treinamento diferenciado, sensibilização com materiais traduzidos, tradução de questionários, uso de guias e intérpretes e adaptações de questionários, em cidades como Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR)”, disse Junger.
O coordenador técnico do Censo Demográfico ainda trouxe alguns números do Censo, dentre eles a área percorrida e o número de coordenações de área. “Ao todo foram 27 coordenações estaduais, 583 coordenações de área, 1444 coordenações de subárea, percorrendo por 5570 municípios e 6040 postos de coleta. No total, o IBGE chegou a 90,7 milhões de domicílios visitados numa equipe envolvida de mais de 200 mil pessoas”, destacou Junger.
Por sua vez, Giulia Scappini trouxe dados que envolvem a cobertura temática do Censo, que buscaram envolver vários temas que compreendem a população. “Utilizamos dois tipos de questionários: o básico e o ampliado. O básico continha 26 perguntas relacionadas às características dos moradores, como identificação étnica-racial, registro civil, educação e rendimento. Enquanto o ampliado continha 77 perguntas sobre temas como nupcialidade, fecundidade e religião”, destacou a gerente de Planejamento do CTD.
Ela ainda ressaltou a importância de conseguir os resultados destes dados, citando, por exemplo, os recortes de sexo e idade. “Este estudo visa acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e a evolução da população ao longo do tempo. Ele também auxilia no planejamento e desenvolvimento de políticas e programas governamentais, tais como número de escolas, de vacinas e programas de assistência aos idosos”. Por fim, Giulia ainda falou do “Panorama”, portal do IBGE onde se encontram resumos dos estados e municípios brasileiros.
Na sequência, foi a vez do técnico da Gerência de Indicadores Sociais do IBGE, Bruno Mandelli Perez, tratar das potencialidades dos dados para gestores locais. Citando a cidade do Rio de Janeiro, onde aconteceu a oficina, Perez apresentou alguns dados como, variação da população e dos domicílios, distribuição por idade e sexo e coordenadas dos domicílios. “As coordenadas dos domicílios, por exemplo, podem ser utilizadas para verificar o número de domicílios a uma determinada distância de algum equipamento público. Coordenadas das novas construções podem indicar zonas de expansão dentro da cidade”, destacou Perez.
O analista ainda trouxe as propriedades do SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática), uma ferramenta digital que pode ser acessada em qualquer navegador de internet e permite consultar, de forma simples e rápida, dados de estudos e pesquisas realizados pelo Instituto. “O SIDRA permite consultar informações de todos os indicadores econômicos conjunturais como os de trabalho e rendimento, inflação, indústria, comércio, serviços, agropecuária e o PIB e suas séries históricas. Também dá acesso aos resultados de quase todas as pesquisas estruturais do IBGE, inclusive o Censo Demográfico”, afirmou Bruno Perez.
Aline Lopes Coelho, gerente de integração da Produção de Geoinformação, trouxe ferramentas e formas de acesso dos dados apresentados, como mapas interativos que levam o usuário até a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), ferramenta utilizada nas divulgações de produtos de geociências do IBGE, e para o acompanhamento dos recenseadores do Censo 2022. “Na PGI, o usuário tem acesso à visualização da população residente na área afetada em cada município, e também à informações complementares como população por setor censitário, favelas, terras indígenas e territórios quilombolas”, disse Aline.
Therence Sarti, coordenador de Meio Ambiente da Diretoria de Geociências do IBGE, apresentou o BDiA (Banco de Informações Ambientais), um sistema de informações ambientais para o Brasil disponível à consulta pública na web, que reúne a coleção de bases temáticas dos mapeamentos de recursos naturais do país nos temas Geologia, Geomorfologia, Pedologia e Vegetação, produzidos pelo IBGE ao longo das duas últimas décadas. “É possível fazer acesso na plataforma em tempo real, no link “geociências” e, posteriormente “informações ambientais”, onde se encontram estatísticas e indicadores ambientais, produtos relacionados a espécies ameaçadas de extinção, qualidade da água, entre outras informações”, explicou Sarti.
Dados que alcançam a comunidade
Ricardo Carvalho trabalhou no IBGE durante o Censo Demográfico 2022 como Agente Censitário Supervisor e atualmente é aluno do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele destacou que “esta oficina é importante para oferecer conhecimento, explicando como os dados podem ser utilizados. Este é um papel importante de um órgão de estado brasileiro, como é o IBGE”.
João Gabriel de Mélo é estudante de Ciências Sociais na UFF (Universidade Federal Fluminense) e ressalta que sempre teve vontade de conhecer o trabalho disponibilizado pelo IBGE. “A maior dificuldade era saber como acessar estes dados, esta oficina abriu muito minha mente, principalmente a respeito do recorte de setores censitários”, destacou Mélo.
Também estudante de Ciências Sociais na UFF, Gabriel Ramalho explicou que se aproximou mais fortemente do IBGE por conta do contato com mapas e indicadores, durante a faculdade. “Chamou-me a atenção a questão referente aos mapas e densidade demográfica. Realizei uma pesquisa envolvendo Segurança Pública e o contato recorrente com mapas me chamou atenção para o órgão. Esta oficina é uma ótima experiência”, disse Ramalho.