Mais de 40% dos produtores rurais reconhecem que inovações tecnológicas no agronegócio resultam em melhor performance, ganhos de produtividade e redução de custos. A estimativa é da Pesquisa Caminhos da Tecnologia no Agronegócio realizada pela KPMG. O estudo mostra ainda que 34% dos entrevistados entendem que novas tecnologias precisam dialogar com produtores de diversas faixas etárias e com operações de tamanhos variados para serem eficientes.
Os avanços tecnológicos têm chegado no agronegócio com propostas variadas, incluindo a otimização de processos, implementações sustentáveis e correção de falhas para garantir a melhoria nas produções. O investimento em desenvolvimento de software e outras inovações tem sido um caminho para produtores rurais que buscam modernizar suas operações.
Como são as tecnologias no agronegócio
No agronegócio, as soluções da tecnologia movimentaram o setor e trouxeram um impacto significativo na vida de muitos produtores rurais. Conforme aponta um estudo sobre a difusão da agricultura digital no Brasil, realizada pela pesquisadora Maira de Souza Regis da Universidade de Brasília (UnB), o uso da tecnologia no setor é um caminho sem volta, pois além de agregar valor à produção, proporciona mais sustentabilidade ambiental, social e econômica aos sistemas agrícolas.
A pesquisa ainda destaca que mais de 95% dos produtores rurais utilizam algum tipo de tecnologia e que boa parte deles acredita que a agricultura digital favorece a sustentabilidade, além de reduzir os riscos inerentes à produção agrícola, principalmente os climáticos.
A sustentação de sistemas, a administração de dados e o acompanhamento rigoroso dos processos são tarefas que a tecnologia leva ao campo com resultados cada vez mais positivos. Conforme explica a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), algumas soluções estão sendo mais recorrentes no setor e ajudam produtores a aumentar o faturamento e melhorar suas operações.
A inteligência artificial (IA), por exemplo, foi citada como uma solução usual no campo para diferentes finalidades, desde previsões climáticas e informações de colheita, até o processamento de dados de mercado em grande escala.
As startups também estão contribuindo na expansão do setor. Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2024, mostrou que uma a cada três agtechs brasileiras já vende para outros países e que 43% desses negócios faturaram mais de R$ 1 milhão no último ano.
Essas empresas utilizam desde a digitalização de cadeias de suprimentos e sistemas de monitoramento remoto, até sensores de solo e desenvolvimento de aplicativos para produtores rurais gerenciarem as operações eficientemente.
Impactos já podem ser vistos no setor
De acordo com o Serasa Experian, o uso de inovações tecnológicas no campo pode trazer diferentes benefícios. Monitoramento e dimensionamento de safra, sensoriamento remoto, acompanhamento em tempo real das condições climáticas e do solo, análise de grande volume de dados com big data e uso de drones para mapeamento de danos causados por desastres naturais e a aplicação de insumos de forma mais eficiente são algumas das utilidades citadas pela entidade.
O agronegócio é uma das atividades que mais contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor é responsável por 26% do PIB do país.
De acordo com informações divulgadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio brasileiro alcançou um marco histórico no mercado de trabalho em 2023, registrando mais de 28,3 milhões de pessoas empregadas, o que corresponde ao aumento de 1,2% em comparação com o ano anterior.