Os reajustes de 4,5% em maio e 8% em setembro são um avanço na luta da categoria, mas o sindicato critica a exclusão de cerca de 7 mil trabalhadores/as da tabela de vencimento, que é vinculada ao Piso Nacional do Magistério.
Graças à mobilização do SINDIUPES, professores/as, pedagogos/as e agentes de suporte educacional da Rede Estadual conquistaram reajuste de 8% a partir de setembro. A medida, no entanto, exclui mais de 7 mil trabalhadores/as da modalidade vencimento, em sua maioria aposentados/as e pensionistas, o que mantém em aberto uma pauta que seguirá na mesa de negociação.
O anúncio feito pelo governador Renato Casagrande e pelo secretário de Educação, Vitor de Angelo, no dia 1º de setembro, atinge 18 mil profissionais da ativa e 10 mil aposentados/as e pensionistas que recebem na modalidade de subsídio, totalizando 28 mil beneficiados/as. Segundo dados da própria SEDU, o impacto financeiro será de R$ 32 milhões em 2025 e cerca de R$ 130 milhões anuais.
A diretora executiva do sindicato, Noêmia Simonassi, ressalta que o reajuste é resultado direto da pressão organizada da categoria:
“Esse reajuste será aplicado na tabela do subsídio porque os/as ativos, que têm direito a receber com os recursos do Fundo, estão no subsídio. Os/as aposentados/as e pensionistas que estão na mesma tabela do pessoal da ativa, isto é, do subsídio, também receberão o reajuste dos 8%. Os recursos para pagar os aposentados sairão do Tesouro Estadual.”
Com os 4,5% já conquistados em maio, o acumulado chega a 12,5% em 2025. O SINDIUPES considera esse percentual uma vitória parcial, mas reforça que a valorização só será plena quando incluir todos/as os/as trabalhadores/as.
O sindicato denuncia que a decisão foi anunciada sem diálogo prévio, desrespeitando a mesa de negociação permanente. O diretor regional norte, Rodrigo da Fonseca Agapito, enfatizou:
“O índice não é insatisfatório, já que, somado aos 4,5% anunciados em maio, chega a 12,5%. Mas foi uma surpresa, pois não foi discutido com o sindicato. Cremos que todo princípio parte da discussão junto com o Sindiupes sobre o índice ao qual se pode chegar.”
Rodrigo também questionou a aplicação dos recursos:
“Acreditamos que esses 8% sejam para cumprir os 70% do Fundeb, pois tem que usar no mínimo essa porcentagem para pagamento do magistério.”
Outro ponto que permanece sem definição é o abono de fim de ano. A pauta defendida pelo SINDIUPES é de que o benefício alcance tanto os/as que estão no subsídio quanto os/as que estão no vencimento, ativos/as e aposentados/as.
Uma nova audiência está marcada para o próximo dia 10 de setembro na SEDU, quando o sindicato voltará a cobrar soluções para os pontos críticos.
Noêmia Simonassi reforça:
“A nossa luta é por valorização e reconhecimento para todos/todas!”
O SINDIUPES seguirá mobilizado para que a conquista de 8% seja ampliada, o abono garantido e a negociação respeitada, assegurando que nenhum trabalhador/a em educação fique para trás.
Próximos passos do Sindicato
“O Sindiupes vai seguir pressionando dentro e fora das escolas. Assembleias e protestos de rua serão realizados para exigir que a lei seja cumprida integralmente. Não recuaremos na defesa da carreira e da dignidade dos professores de Barra de São Francisco”, afirma Rodrigo Agapito.












