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Reeleito em cidade do Caparaó, prefeito revela pilares de nova gestão e futuro político

Com um orçamento anual de R$ 140 milhões para 2025, uma média de pouco menos de R$ 12 milhões mensais, o prefeito reeleito de Alegre, Nirrô Emerick (PP), reeleito com 81,09% dos votos válidos  (nominalmente, o prefeito aumentou em 5.841 votos seu desempenho em relação a 2020, obtendo 13.925 votos em 2024, contra 8.084 na eleição anterior), defininiu a linha de atuação para seu segundo mandato.

O município tem 24.222 eleitores aptos a votar, mas apenas 17.177 validaram seu voto nas eleições municipais de 2024, com abstenção de 5.910 eleitores (24,4%), 615 nulos (3,36%) e 520 votos em branco (2,84%), uma perda de mais de 7 mil votos (mais de 30% do eleitorado).

Igualmente, Nirrô (que já foi vereador e vice-prefeito antes de chefiar o Executivo do município), falou também sobre eventual progressão na carreira política. Garantiu que vai cumprir seu segundo mandato até o final e que somente vai pensar numa candidatura em 2030. Hoje com 46 anos, estará na época com 52 e pretende construir uma jornada política parfa além dos limites de Alegre.

“Em 2030, serei candidato a deputado. Se estadual ou federal, ainda vou decidir no futuro. O fato é que nossa região do Caparaó ficou muito sem representação política e precisamos mudar isso. Alegre mesmo já temos dois deputados simultaneamente e vai para quase 20 anos sem representação. Quianto às eleições de 2026, decido mais na frente. Agora, é pensar no Alegre”, disse Nirrô.

Segundo o prefeito, que tem a professora Kaydman Jordem (PSDB) como vice, sua nova gestão se assentará, com foco em sustentabilidade e mudanças climáticas, em seis pilares: modernização dos serfviços de saúde;  inserção de robótica, programação e empreendorismo na educação municipal; transformação digital nos serviços cotidianos; inserção social de jovens da periferia; inovação e economia criativa para o desenvolvimento econômico; adaptação e mitigação para as mudanças climáticas.

Nirrô detalhou cada um dos pilares. Para modernização dos serviços de saúde disse que promoverá integração de Tecnologia na Saúde Preventiva, a utilização de aplicativos para monitoramento de saúde preventiva, alertando sobre doenças crônicas e incentivando estilos de vida saudáveis.

No segundo pilar, que se relaciona à educação municipal, disse que haverá criação de espaços de Inovação, introdução de laboratórios de robótica e capacitação dos jovens desde cedo para lidar com tecnologia e preparar-se para o mercado de trabalho.

Para a educação empreendedora e sustentável, disse que haverá inclusão de disciplinas de empreendedorismo, inovação e sustentabilidade na grade curricular, incentivando os jovens a desenvolverem soluções tecnológicas que abordem desafios da economia da região .

Também salientou a busca de parcerias com o setor privado, startups e empresas de tecnologia, para fornecer treinamentos e estágios aos alunos, incluindo projetos focados em sustentabilidade, energias renováveis e impacto ambiental.

No item da transformação digital nos serviços cotidianos, está nos planos a digitalização do atendimento público, com desenvolvimento de um portal unificado e aplicativos móveis para serviços municipais, permitindo ao cidadão resolver questões como emissão de documentos, pagamento de taxas e agendamento de consultas de forma online.

Nirrô disse, ainda, que serão criadas plataforma de participação popular, com a implantação de canais digitais para que a população possa opinar sobre decisões públicas, garantindo uma gestão mais transparente e participativa. E, por fim, um projeto já em andamento, em parceria com o Estado, que é a Cidade Inteligente e Sustentável, com implementação de soluções de smart city com foco em sustentabilidade, como sensores para monitoramento de  cheias e deslizamentos de encostas .

A degradação da qualidade de jovens da periferia está no radar do prefeito para seu segundo mandato, numa cidade de contrastes, com uma alta oferta de ensino superior, mas pouca interação entre a universidade e a comunidade. Nirrô quer a  inserção social de jovens da periferia.

Para isso, disse que serão implementados programas de capacitação tecnológica e mentoria, com a oferta de cursos de programação, design gráfico e outras habilidades digitais com ênfase em soluções sustentáveis. Assegurou, ainda, o incentivo ao esporte, cultura e sustentabilidade, com expansão do acesso a essa áreas para jovens em situação de vulnerabilidade, integrando essas práticas ao desenvolvimento social, à prevenção de violência e à conscientização.

Nesse campo da cultura, Alegre perdeu muito nos últimos anos, não se notando movimentos de substituição de antigos líderes que promoviam o setor na cidade e que foram morrendo. Poucas atividades são registradas, a não ser o Festival de Música, que não não acontece com regularidade e nem tem características originais, com a eliminação da mostra competitiva, mantendo apenas os grandes shows. Há mais de 10 anos a cidade ganhou do Estado o Teatro Virgínia Santos, praticamente inativo.

Teatro Virginia Santos: quase nenhuma atividade em Alegre.

Com visão voltada para a baixa atividade econômica, o prefeito falou em aumentar o programa de incentivo financeiro para que jovens participem de cursos técnicos e de capacitação nas áreas de tecnologia, inovação e desenvolvimento sustentável, com foco em soluções inovadoras .

Para o implemento do desenvolvimento econômico, falou em fortalecer os núcleos incubadores  de startups focados em áreas como tecnologia da informação, biotecnologia, economia criativa e inovação incentivando o desenvolvimento de projetos; apoiar o desenvolvimento de negócios ligados à cultura, design, música, audiovisual e outras áreas da economia criativa com ênfase em práticas sustentáveis e uso consciente de recursos naturais, oferecendo infraestrutura e incentivos fiscais.

E, ainda, na promoção de eventos e feiras de inovação, como hackathons, mostras de tecnologia para atrair talentos e investidores, e estimular soluções que possam reduzir o impacto na  cidade. Para esse fim, a cidade dispõe também de uma grande área de eventos, o Parque Geraldo Santos, mais conhecido por sediar o Festival de Alegre.

As mudanças climáticas desafiam a gestão pública em todos os níveis. Nirrô fala em desenvolver um pllano de ação para mitigar os impactos das mudanças climáticas, com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, uso de energias renováveis e reflorestamento urbano.

Também revela intenção de investir em infraestrutura verde, como parques, áreas de retenção de águas pluviais e telhados verdes, para reduzir os impactos de enchentes e ondas de calor, além de promover a biodiversidade urbana e implementar programas educacionais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade, engajando toda a população, especialmente os jovens, em práticas cotidianas que contribuam para a redução de impacto ambiental.

Para tocar esses projetos, Nirrô Emerick começa a definir, em meados de novembro, seu secretariado para a nova gestão. Não antecipou as mudanças que fará, entretanto, disse que a equipe terá um perfil que mesclará critérios técnicos e políticos.

SAIBA MAIS: ALEGRE

Criado em 6 de abril de 1884, mas implantado, oficialmente, em 11 de novembro de 1890, desmembrado de Cachoeiro de Itapemirim, o município de Alegre já foi uma das mais importantes, sob todos os aspectos, do Espírito Santo. Há cem anos, tinha mais de 120 mil habitantes e muita pujança econômica e social. Foi uma das primeiras servidas pela Estrada de Ferro Leopoldina, erradicada pelo governo militar nos anos 60.

Desses tempos, guarda lembranças com a preservação dos prédios de três estações, na sede, onde fica o Instituto Histórico e Geográfico, e nos distritos de Rive e de Celina, e através dos túneis por onde a ferrovia rompia a cadeia de montanhas, o principal deles o “Dos Ingleses”, bem perto do centro.

A partir dos anos 30, começou a perder território e importância, com a emancipação de Guaçui (e, junto, levando Dores do Rio Preto e Divino de São Lourenço). Depois, Vala do Souza, que deu origem a Jerônimo Monteiro em meados do século. E, por fim, saiu Ibitirama.

Junte-se a isso as mudanças de perfil socio-econômico e demográfico do Estado e do País. A partir do decênio de 40, houve duas grandes movimentações de êxodo da população. Primeiramente, “para o Norte do rio Doce”, época de busca de oportunidades na região inóspita na margem esquerda do rio Doce e acima, até a divisa com a Bahia; depois, veio uma segunda leva, nos anos 60, quando da erradicação dos cafezais, movendo a população do campo para a cidade e, daí, para outras regiões, notadamente “o Norte do Paraná” e as regiões metropolitanas.

No final dos anos 60, um movimento de lideranças da cidade resultou na evolução do perfil do ensino, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (Fafia) e da Escola Superior de Agronomia do Espírito Santo (Esaes), inicialmente apenas com engenharia agronômica e, depois, federalizada e integrada à Ufes, tornando-se em campus avançado da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), dando início à sua expansão para o interior.

Sua economia é baseada em comércio, serviços e produção agropecuária (especialmente, cafeicultura e pecuária leiteira e de corte). O setor de serviços representa 42,4% do PIB do município. A agropecuária representa 9,75% do PIB e ocupa 14,8% da população.

A cidade hoje ainda é uma referência no ensino superior estadual, da graduação ao pós-doutorado, mas demonstra um grande declínio econômico, com baixa atividade industrial, grande potencial turístico pouco explorado. Recentemente, perdeu uma faixa de território para Jerônimo Monteiro, numa revisão geral feita pelo Governo do Estado.

Alegre hoje tem área total de 772 quilômetros quadrados, com altitude variando dos 100 metros, na baixada do vale do Itapemirim a quase mil metros na região de Celina, que fica entre a sede e Guaçuí, mas com altitude de 280 metros na sede municipal, situada no vale na subida da serra do Caparaó, cortado pelos rios Conceição e Alegre, que flue para o Itapemirim.

Sua população é de pouco menos de 30 mil habitantes, com escolarização de 97,6% e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade de vida da população, saindo de menos de 0,500 no início dos anos 90 para 0,721 na atualidade, considerado bom, apesar de abaixo do indice estadual de 0,771, o quinto mais alto do País. O IDH de Alegre é o segundo melhor da região e o 24º melhor do Estado. (José Caldas da Costa, Da Redação)

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