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Preços da indústria crescem 1,58% em julho, sexto resultado positivo seguido

Editoria:
Estatísticas Econômicas

| Vinícius Britto

Principal influência nos resultados de julho, refino de petróleo e biocombustíveis registrou alta de 2,83% – Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras

Os preços da indústria nacional aceleraram para 1,58% em julho na comparação com junho, quando haviam crescido 1,26%. Esse foi o sexto resultado positivo seguido neste tipo de comparação. Com isso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula altas de 4,18% no ano e 6,63% em 12 meses. Em julho do ano passado, a variação frente ao mês anterior havia sido de -0,76%. Os dados foram divulgados hoje (29) pelo IBGE.

“Além de terem registrado a sexta variação positiva seguida no índice mensal, os preços da indústria em julho representaram a maior alta desde maio de 2022, quando haviam variado 1,81%. Já o resultado de 4,18% no acumulado no ano mostra um cenário bem diferente do de julho do ano passado, quando acumulava uma queda de 7,17%. No resultado acumulado em 12 meses, houve uma aceleração de 4,17% em junho para 6,63% em julho”, destaca Murilo Alvim, analista do IPP.

Entre as 24 atividades industriais investigadas pela pesquisa, 21 tiveram variações positivas de preço em julho frente ao mês anterior. Em comparação, em junho, 18 atividades haviam apresentado maiores preços médios nesse mesmo indicador. As quatro variações mais intensas foram em metalurgia (4,47%), papel e celulose (3,79%), indústrias extrativas (3,48%) e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%).

“Nos resultados de julho, percebemos uma alta espalhada por todo a indústria, com 21 dos 24 setores pesquisados apresentando maiores preços. Todos os setores que se destacaram, seja por variação ou por influência no resultado geral, tiveram altas em todos os indicadores analisados pela pesquisa”, pontua Alvim.

 

O destaque no resultado de julho veio de refino de petróleo e biocombustíveis, que exerceu 0,29 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 1,58% da indústria geral. Outras atividades que também se sobressaíram foram metalurgia, com 0,28 p.p. de influência, alimentos (0,21 p.p.) e indústrias extrativas (0,17 p.p.).

“A alta de 2,83% no setor de refino de petróleo e biocombustíveis, maior influência no mês, foi puxada, principalmente, pelos maiores preços da gasolina, que acompanharam o aumento dos preços internacionais do petróleo, e pelo aumento do álcool, que contou com uma maior demanda em julho”, explica o analista.

Alvim destacou ainda o setor de metalurgia, que apresentou uma variação de 4,47%, explicada, principalmente, pelas altas observadas em minerais não metálicos – em especial o alumínio e o ouro, que seguem as cotações em bolsas internacionais –, assim como maiores preços em produtos siderúrgicos, por conta da cotação em alta do minério de ferro.

“As altas do petróleo e do minério de ferro em julho acabaram influenciando também o resultado do setor extrativo, que se destacou com aumento de 3,48%. Como a cotação dessas comodities é em dólar, a variação observada nas atividades foi ainda potencializada pelas recentes altas na taxa de câmbio. Em julho, o dólar teve uma apreciação de 2,8% frente ao real, e já acumula uma alta de 13,2% no ano e de 15,4% nos últimos 12 meses”, complementa.

O analista chama atenção também para o setor de alimentos, que na passagem de junho para julho variou, em média, 0,86%, quarta variação positiva consecutiva. “Esse resultado foi pressionado, principalmente, pelos aumentos observados no suco de laranja e no açúcar VHP, produtos exportáveis e que ainda estão com uma demanda externa aquecida. Como contraponto, as carnes bovinas frescas ou refrigeradas e o leite longa vida, com menores custos de produção e demanda em baixa, tiveram retração de preços e impactaram negativamente o resultado setorial”, analisa Alvim.

Já entre as grandes categorias econômicas, em julho frente a junho de 2024, bens de capital (BK) variou 1,28%; bens intermediários (BI),1,93%; e bens de consumo (BC),1,12%, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,20%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 1,30%.

Ainda nesse indicador, a principal influência foi exercida por bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 55,50% e respondeu por 1,07 p.p. da variação de 1,58% nas indústrias extrativas e de transformação. Completam a lista: bens de consumo, com influência de 0,41 p.p., e bens de capital, com 0,10 p.p. No caso de bens de consumo, a influência observada em julho se divide em 0,01 p.p. para bens de consumo duráveis, e 0,40 p.p. para bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Saiba mais sobre o IPP

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes, definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra. A próxima divulgação do IPP, referente a agosto, será em 26 de setembro.

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