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Ministério prestará assistência a infectados por HIV após transplantes

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta sexta-feira (11), que o governo prestará toda assistência aos pacientes infectados por HIV por conta...

OMS atualiza lista de doenças capazes de provocar pandemias

Uma lista longa — com cerca de 30 microorganismos — capazes de causar doenças que se propagam rapidamente pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a lista de doenças que podem provocar surtos e repetir o que a Covid-19 fez com a humanidade há pouco mais de quatro anos. 

O relatório da OMS elenca os principais patógenos com potencial de desenvolverem epidemias, tais como dengue, pneumonias e síndromes respiratórias. A pesquisa estudou mais de 1600 vírus e bactérias estudados por 200 cientistas de 50 diferentes países com o objetivo de alertar a comunidade médica e científica de todo o mundo. 

O infectologista Jonas Brandt explica que tratam-se de doenças que têm um potencial de transmissão importante e que são facilitadas pela forma de vida que levamos hoje. 

“Hoje em dia o mundo é globalizado. Por isso, são listadas doenças que muitas pessoas nem conhecem, uma vez que são doenças endêmicas em algumas regiões do mundo, Mas que, pelo fato de vivermos num mundo globalizado, essas doenças podem ‘escapar’ daquela região e ganhar uma projeção muito grande”, explica o especialista. 

Lista atual tem o dobro de patógenos da anterior 

Velhos conhecidos dos brasileiros como dengue, chikungunya, cólera, pneumonia, febre amarela, salmonelose não-tifoide, doença mão-pé-boca, gripes e outras febres hemorrágicas passaram a fazer parte da lista, que agora tem o dobro de doenças da anterior. 

Ainda assim, a OMS destaca que “essa não é uma lista exaustiva nem indica as causas mais prováveis da próxima epidemia.” Segundo a entidade, “A OMS revisa e atualiza essa lista à medida em que há necessidade e à medida em que as metodologias mudam”, destacando que essas são doenças tratadas como prioritárias. 

O principal objetivo da lista é conseguir sensibilizar toda a comunidade internacional de que nós precisamos de investimentos de preparação para essas doenças. O infectologista explica. 

“Garantir que a nossa vigilância esteja organizada para isso, que os nossos laboratórios estejam preparados para isso, que nós tenhamos ferramentas de controle caso essas doenças apareçam. E também que possamos investir em pesquisa para poder nos preparar para essas doenças como vacina, tratamento, estratégias de controle”, alerta Brandt. 

Em nota, o Ministério da Saúde esclarece que intensifica esforços para lidar com os patógenos listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), focando em três frentes principais: preparação robusta, vigilância eficaz e resposta oportuna às emergências em saúde pública (ESP). A pasta colabora ativamente com organizações internacionais.  Essa colaboração inclui o compartilhamento de informações críticas, participação em iniciativas globais de preparação e resposta a pandemias e a adoção de melhores práticas recomendadas internacionalmente.

Monkeypox

O infectologista aponta como exemplo a doença conhecida como Monkeypox — uma doença infecciosa causada por mpox vírus que afeta seres humanos e outros animais. Tem como principais sintomas febre e erupções na pele, mas também calafrios inchaço em pequenas glândulas, especialmente em regiões perto do pescoço.
A doença ganhou destaque no Brasil depois que, em 2022, mais de 33 mil casos foram registrados. Endêmica da África, a monkeypox, acabou ganhando escala global. “Hoje temos ocorrências em vários lugares do mundo que foram introduzidas a partir de um surto que ocorreu na Europa em 2022.” 

Outra doenças listadas como prioritárias pela OMS

Febre Lassa
A febre de Lassa é uma infecção por arenavírus frequentemente fatal e que ocorre principalmente na África Ocidental. Pode envolver sistemas de múltiplos órgãos. O diagnóstico é realizado com testes de sorologia e PCR. O tratamento é feito com ribavirina intravenosa.

Febre hemorrágica argentina
Febres hemorrágicas virais (VHFs) são um grupo de doenças infecciosas com sintomas semelhantes em humanos; os vírus causadores afetam o sistema vascular e podem produzir uma doença multissistêmica grave em alguns pacientes. 

Cólera
A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve.

Shigelose
Shigelose é uma doença infecciosa causada por um grupo de bactérias chamadas Shigella. Caracteriza-se por dor abdominal e cólica, diarreia com sangue, pus ou muco; febre, vômitos e tenesmo, em geral, iniciam-se, um ou dois dias após a exposição às bactérias.

Salmonela
É uma bactéria que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. A transmissão se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais. A bactéria é encontrada normalmente em galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes podem ser considerados vias de transmissão da Salmonella (Salmonellose). 

Pneumonia
Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares, onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).

Síndrome respiratória Aguda Grave
Dentre as doenças que causam essa síndrome, estão as infecções dos pulmões (pneumonias), que podem ser causadas por vários microorganismos, como bactérias, vírus e até fungos. Entre estes microorganismos, está o novo coronavírus.

Zika
Transmitido pela picada de mosquito infectado, o Zika é uma doença febril autolimitada, semelhante às infecções pelo vírus Chikungunya e dengue. Mas quando acontece no período da gestação, pode causar complicações neurológicas, como microcefalia congênita em fetos e recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus, porém, mulheres grávidas e pessoas acima de 60 anos apresentam maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Os riscos podem aumentar quando a pessoa tem alguma comorbidade.

Covid-19
Trata-se de uma infecção respiratória — que pode se tornar aguda — causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, de elevada transmissibilidade. A infecção acontece por meio da exposição a fluídos respiratórios de três maneiras: inalação de gotículas muito finas ou partículas de aerossol; deposição de gotículas respiratórias e partículas nas membranas mucosas expostas na boca, no nariz ou nos olhos, seja por respingos diretos e sprays; e tocar diretamente membranas mucosas com as mãos sujas por fluídos respiratórios contendo o vírus.

Foto: Freepik
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