É cedo demais para saber que efeitos a longo prazo isso pode ter em fatores como a pureza da heroína, afirma o relatório do UNODC, mas provavelmente vai levar os consumidores de heroína a migrar para outros opiáceos, o que pode “levar a um aumento nas overdoses”.
Uma investigação da BBC, realizada no início deste ano, descobriu que o nitazeno estava sendo contrabandeado para o Reino Unido dentro de embalagens de ração para cachorro e suprimentos para catering, e sendo colocado à venda nas redes sociais.
O Reino Unido classificou o nitazeno como uma droga de classe A, e qualquer pessoa flagrada fabricando ou fornecendo a droga pode ser condenada à prisão perpétua. Mas os especialistas dizem que o governo tem demorado muito a tomar medidas para retirar a droga das ruas.
O fentanil, outro opioide sintético, é 50 vezes mais potente que a heroína. Sua epidemia nos EUA contribuiu para 100 mil mortes em 2022, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do país.
O relatório do UNODC afirma que “o fentanil fabricado ilicitamente” ainda está por trás de “um número sem precedentes de mortes por overdose”, e os números “podem estar diminuindo gradualmente”.
O uso global de drogas aumentou 20% na última década, alcançando 292 milhões de usuários em 2022, de acordo com o relatório.
A maconha continua sendo a droga mais popular, com 228 milhões de usuários em todo o mundo. Ela é seguida pelos opioides (60 milhões), as anfetaminas (30 milhões), a cocaína (23 milhões) e o ecstasy (20 milhões).
Os nitazenos foram desenvolvidos pela primeira vez na década de 1950 como um medicamento analgésico, mas são tão potentes e viciantes que nunca foram aprovados para uso médico ou terapêutico.
Esta droga pode ser injetada, inalada ou engolida. Misturá-la com outras drogas e álcool é extremamente perigoso, e aumenta significativamente o risco de overdose e morte.