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No México, IBGE participa do 25° Encontro Nacional de Estatísticas de Gênero

Editoria:
IBGE

| Esther Gama

Com o tema “25 anos para fortalecer as políticas de igualdade”, encontro contou com representantes de diversos países para debater o assunto.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) participou, nos dias 2 a 4 de setembro, do 25° Encontro Nacional de Estatísticas de Gênero, evento realizado na sede do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (INEGI), em Aguascalientes, no México, que teve por objetivo fortalecer políticas de igualdade baseadas em evidências.

Representando o Brasil, o IBGE participou do Encontro por meio da sua Comissão Temática de Relações Sociais de Gênero e Sexualidade, para “acompanhar o que os outros países estão fazendo em termos de estatística de gênero, identificar as inovações, trazer isso para o Brasil e contribuir com as nossas mudanças e novidades”, explicou Daléa Antunes, coordenadora da Comissão.

Nessa edição, o Encontro abordou a produção estatística em torno das necessidades de autonomia econômica das mulheres, medidas de uso do tempo, violência por gênero contra as mulheres, a perspectiva de gênero nos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e inovação para as mulheres estatísticas de gênero.

“A participação do IBGE é importante para perceber que estamos caminhando na mesma direção. Nós também estamos construindo nosso Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatísticas e Dados (SINGED), estamos ampliando nossas parcerias institucionais e investindo em inteligência artificial e ciências de dados”, ressaltou Daléa Antunes.

A coordenadora da Comissão Temática de Relações Sociais de Gênero e Sexualidade do IBGE, Daléa Antunes, falou sobre a construção da comissão no Instituto

A representante do IBGE fez sua apresentação no segundo dia do encontro, que tinha como tema “Progresso e desafios das pesquisas de uso do tempo na América Latina e o Caribe”, com objetivo de trocar informações sobre os recentes progressos das pesquisas de uso do tempo nos países da região, para identificar e fortalecer a resposta à desafios comuns e avaliar os próximos passos.

Em sua apresentação, Daléa Antunes mostrou a possibilidade de inserção de um módulo sobre o uso do tempo na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), cuja previsão de ir a campo é o início do próximo ano. Ela também apresentou as mudanças, ainda em fase de testes e provas piloto, dos quesitos de trabalho de cuidado, do trabalho doméstico e do trabalho voluntário, no módulo “outras formas de trabalho”, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C).

“Como geógrafa, me chamou atenção a apresentação da Paloma Merodio, vice-presidente do INEGI, do México, que identificou diversas formas de aumento das desigualdades entre mulheres e homens antes e depois dos desastres socioambientais. Por exemplo, mostrou como os empregos entre homens e mulheres seguem direções opostas, pois a demanda por reconstrução emprega mais homens e muitos dos empregos informais, onde as mulheres atuam, tem mais potencial de serem destruídos. Além dessa mesa e outras com tema territorial, durante os três dias havia diversas intervenções pedindo análises das questões de gênero com enfoque no território”, pontuou Daléa.

Daléa antunes, do IBGE; Iliana Vaca, da Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD); Carla Arellano, do Instituto Nacional de Estadísticas (INE) do Chile; Andrea Ramírez, do Departamento Administrativo Nacional de Estadística (DANE) da Colômbia; e Octavio Heredia, do Instituto Nacional de Estadística e Geografía (INEGI) do México, apresentaram na Mesa 2B: “Progresso e desafios das pesquisas de uso do tempo na América Latina e o Caribe”

O evento também contou com painéis de temas como violência contra as mulheres e meninas; a relação entre o gênero e o meio ambiente; uso de dados administrativos para fortalecer as informações sobre as mulheres; uso de inteligência artificial para estatísticas de gênero; a posição das mulheres nas empresas, entre outros.

“No que se refere a inovações em pesquisas de gênero, elas parecem provenientes de duas estratégias: uso de dados administrativos e de cruzamentos de dados, como mostrou o Instituto Nacional de Estatística (INE) da Argentina, ao tratar da forma de aposentadoria entre homens e mulheres. E do uso de inteligência artificial e Big Data, como mostrou o INEGI, do México, ao usar essa ferramenta nas análises de denúncias realizadas através de telefones emergenciais. Nesse sentido, a construção do SINGED, as novas parcerias institucionais e o próprio fortalecimento contínuo do IBGE na Era Digital são também estratégias essenciais para o avanço das estatísticas de gênero e que todos os países parecem estar realizando”, acrescentou Daléa.

A coordenadora da Comissão Temática de Gênero e Sexualidade destacou, entre todas as pesquisas que estão sendo produzidas na América Latina e Caribe, as iniciativas para a construção de guias e metodologias para captar melhor as novas formas de violência próprias da era digital, em que a fronteira entre o online e o offline parece cada vez menos nítida.

Sobre o Encontro

Há 25 anos, o Encontro promove a colaboração entre institutos nacionais de estatística, mecanismos para a promoção das mulheres, organizações internacionais, organizações da sociedade civil e especialistas acadêmicos, e promove a inovação na produção e o uso de estatísticas de gênero.

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