A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou receita líquida de R$ 12.005 milhões no 4º trimestre de 2023, o que representa um aumento de 7,9% quando comparado com o trimestre anterior, como resultado, principalmente, da melhora na realização de preço no segmento de mineração em meio a ascensão do Platts, além do maior volume de aço comercializado no período.
Em 2023, a receita da companhia atingiu R$ 45.438 milhões, um acréscimo de 2,4% sobre 2022, refletindo o recorde de vendas de minério de ferro registrado no ano e o crescimento da operação de cimentos.
O lucro líquido alcançou R$ 851 milhões no último trimestre de 2023, um desempenho oito vezes superior ao verificado no trimestre anterior, graças a melhoria operacional no período, além do aumento das receitas financeiras registradas no trimestre. Por outro lado, o lucro líquido de 2023 atingiu R$ 403 milhões, uma redução de 81% em relação ao ano anterior, impactado pelos desafios operacionais verificados no segmento de siderurgia e pelo aumento das despesas financeiras.
O EBITDA Ajustado somou R$ 3.626 milhões no 4º trimestre do último ano, com uma Margem EBITDA Ajustada de 29,1% ou 4,9 p.p. acima da registrada no trimestre anterior. Esse aumento de rentabilidade mesmo em um trimestre sazonalmente mais fraco é consequência direta da melhora operacional nos principais segmentos de atuação da CSN, com destaque para a mineração que apresentou expansão de 39% no seu EBITDA, mas também da siderurgia que já conseguiu mostrar sinais de recuperação neste final de ano. Em 2023, o EBITDA Ajustado atingiu R$ 11.907 milhões, 14% inferior ao de 2022, devido aos gargalos operacionais na siderurgia apresentados no primeiro semestre e pressões comerciais com a diminuição do preço do aço que acabaram por compensar o forte desempenho alcançado na mineração.
Em 31 de dezembro de 2023, a dívida líquida consolidada da CSN atingiu R$ 30.686 milhões, com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA LTM alcançando 2,58x, um decréscimo de 5 basis points em comparação ao trimestre anterior, ressaltando os esforços da Companhia em reduzir o seu nível de endividamento. Este foi o segundo trimestre consecutivo de redução da alavancagem e a perspectiva é de seguir com essa trajetória de queda ao longo de 2024 à medida em que a CSN avança na melhora operacional dos seus segmentos e na evolução da sua estrutura de capital.
Adicionalmente, a CSN manteve a sua política de carregar um caixa elevado, que neste trimestre atingiu o patamar de R$ 17 bilhões. Adicionalmente, a CSN segue bastante ativa em seu objetivo de alongamento do prazo de amortização, com foco em operações de longo prazo e no mercado de capitais local. Entre as principais movimentações do 4T23, destaca-se a emissão de Bonds na subsidiária offshore da CSN, no valor total de U$ 500 milhões, com vencimento em 2030, tendo como objetivo a recompra parcial do Bond 2026, no valor aproximado de U$ 120 milhões.
No último trimestre de 2023, a CSN investiu R$ 1.595 milhão, montante 34% superior em relação aos investimentos do 3T23, um movimento em linha com o histórico da CSN em concentrar seus investimentos no final do ano. Entre os principais projetos investidos, destacam-se os reparos nas baterias de coque e modernização das operações na UPV, além da troca de frota e equipamentos na mina Casa de Pedra, e avanços nos projetos de expansão de capacidade, principalmente relacionados a P15, recuperação de rejeitos das barragens e expansão no porto de Itaguaí. Em 2023, o montante investido atingiu R$ 4.523 milhões, 33% a mais que em 2022, em linha com a evolução do cronograma dos projetos estratégicos da Companhia. Em 30 de novembro de 2023, a CSN concluiu a precificação de um novo Bond no montante de US$ 500 milhões, com maturação em sete anos e com o Retap dessa emissão acontecendo em 8 de fevereiro de 2024, no montante adicional de US$ 200 milhões. Com isso, a companhia captou nessa última emissão um total de US$ 700 milhões, com vencimento em 2030. Em 14 de novembro de 2023, a empresa anunciou a distribuição de dividendos intermediários aos seus acionistas no valor de R$ 985 milhões, o que corresponde ao valor de R$ 0,74 por ação, a título de antecipação do dividendo mínimo obrigatório de 2023.
A CSN produziu 894 mil toneladas de placas de aço no 4º trimestre de 2023, uma queda de 3,1% em relação ao trimestre passado, mas em linha com a sazonalidade do período. Seguindo a mesma tendência, a produção de laminados planos atingiu 793 Kton, um recuo de 5% em relação ao 3T23, uma desaceleração menor do que a observada nos mesmos períodos dos últimos anos, o que reforça a normalização do processo produtivo. No ano de 2023, a produção de placas atingiu 3.296 mil toneladas, 12,6% a menos em relação ao ano anterior, como resultado dos gargalos operacionais verificados na UPV ao longo do primeiro semestre. As vendas totais atingiram 1.064 mil toneladas no quarto trimestre de 2023, um volume 4,5% superior em relação ao verificado no 3T23. O mercado doméstico conseguiu apresentar crescimento mesmo com toda a pressão enfrentada com produtos importados, com destaque para o desempenho dos zincados. As vendas domésticas somaram 762 mil toneladas de produtos siderúrgicos no 4T23, o que representa um aumento de 2,0% em relação ao 3T23, ainda refletindo a normalização da operação e a resiliência da CSN ao conseguir quebrar a sazonalidade e manter uma estratégia comercial assertiva mesmo com toda a pressão verificada no período. Mas o principal destaque do trimestre veio do mercado externo cujas vendas somaram 302 mil toneladas no 4T23 e foram 11,4% superiores às realizadas no 3T23, mostrando todo o dinamismo apresentado pelo mercado europeu neste final de ano.
Durante o trimestre, três mil toneladas foram exportadas de forma direta e 299 mil toneladas foram vendidas pelas subsidiárias no exterior, sendo 81 mil toneladas pela LLC, 147 mil toneladas pela SWT e 71 mil toneladas pela Lusosider. Em 2023, o volume total vendido foi de 4.166 mil toneladas, nível 5,1% inferior ao verificado em 2022, sendo que 2.917 mil toneladas foram vendidas do mercado interno e 1.249 mil toneladas no exterior. Desse total, o mercado interno foi o que apresentou a maior retração (-5,2% a.a.) explicado pelos gargalos produtivos. Em relação ao Volume total de Vendas, o principal destaque no 4T23 ficou por conta do segmento de distribuição, com 24,7% de aumento na comparação com o volume vendido no trimestre anterior. Por sua vez, os setores de Linha Branca (-19,8%) e Automotivo (-12,5%) aparecem entre os principais destaques negativos como resultado da sazonalidade do período. Na comparação anual, houve recuperações importantes da indústria geral, embalagens e montadoras, mas com quedas nos demais segmentos.
No segmento de mineração, a CSN produziu 10.966 mil toneladas de minério de ferro nos três últimos meses de 2023, uma queda de 5,4% em relação ao volume recorde verificado no 3T23, o que era esperado em função da entrada no período chuvoso, e um aumento de 17,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Após dois recordes seguidos, a produção do trimestre continuou em patamares bastante elevados, resultando em um desempenho acima das projeções esperadas para 2023, o que comprova a excelência operacional alcançada pela Companhia durante todo o ano. No total, foram produzidos 42.650 Kton em 2023, o que representa um crescimento anual de 26,6%. Já, o volume de vendas, por sua vez, atingiu 11.144 mil toneladas no trimestre, ficando apenas 4,3% abaixo do recorde anterior verificado no 3º trimestre de 2023 e um patamar 14,5% acima do verificado no mesmo período do ano anterior. A CSN novamente conseguiu aproveitar a conjuntura favorável com a forte demanda chinesa e o período com menos chuvas do que o habitual para essa época do ano para entregar um alto patamar de vendas no trimestre. Já no ano de 2023, o volume vendido alcançou 42.662 mil toneladas e foi 28% superior a 2022. 4,1% inferior em relação ao trimestre anterior, em linha com a sazonalidade, mas 7,1% acima do mesmo período do ano passado. O ano de 2023 foi extremamente importante para a Companhia, um período marcado pela integração dos ativos da Cimentos Brasil (ex-LafargeHolcim Brasil), pela entrada em novos mercados e pela consolidação da CSN como um player líder de mercado em diversas regiões importantes do país. Como resultado, a CSN registrou um volume vendido de 12.770 Kton em 2023, o que representa um expressivo aumento de 75,8% em relação ao ano anterior, reflexo direto da assertiva estratégia comercial adotada no período.
Foto: Brasil Mineral/Reprodução