Após uma onda de incertezas e desafios enfrentados no período da pandemia da Covid-19, o setor industrial brasileiro tem retomado o otimismo e apostado em um cenário positivo para os próximos meses. É o que revela o relatório “Investimentos na Indústria 2023-2024”, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em março.
O estudo mostra um aumento no número de grandes empresas brasileiras do setor que pretendem retomar os investimentos até 2025. Entre as organizações que informaram o interesse em investir, um terço afirmou que irá fazê-lo ainda este ano.
Sobre o foco dos investimentos, 40% das empresas vão mirar no mercado doméstico, enquanto 20% dizem visar o mercado externo e 31% pretendem investir em ambos igualmente.
Com o aumento das cifras para investir, 42% pretendem aplicar recursos na ampliação ou melhoria da capacidade produtiva. Para isso, diferentes estratégias tendem a ser utilizadas.
Implementação de novas tecnologias e automações
Ao ampliar o investimento em frentes como tecnologia e automação, as empresas aumentam a eficiência e ganham em produtividade. Um novo maquinário ou mesmo o emprego da robótica e da Inteligência Artificial conseguem minimizar erros, garantindo maior velocidade de produção.
O sistema ERP industrial é outro exemplo do uso da tecnologia a favor da indústria. A ferramenta de gestão é capaz de integrar diferentes áreas, contribuindo para a otimização de processos e alavancando os resultados.
O recurso não é exclusivo para grandes empresas, sendo possível encontrar alternativas para negócios de diferentes portes. No mercado, há softwares, como o Nomus ERP Industrial, desenvolvidos para atender a realidade de pequenas e médias indústrias.
Sobre o investimento em maquinário, a pesquisa da CNI mostrou que 77% das grandes empresas brasileiras fizeram a aquisição de máquinas ou equipamentos em 2023.
Desenvolvimento de novos produtos
A ampliação na oferta de novos produtos resulta em um aumento natural da capacidade produtiva. Para que isso aconteça, é necessário o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ao aproveitar novas oportunidades de mercado, as indústrias conseguem aumentar o nível de competitividade frente à concorrência.
Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que os setores mais inovadores em produto são os de fabricação de máquinas e equipamentos (89,3%); fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (87,5%); fabricação de produtos químicos (87,4%); e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (86,6%).
Foco em treinamentos
A mão de obra qualificada costuma ser um dos grandes gargalos na indústria brasileira. Segundo o relatório da CNI, quase metade das fábricas do país enfrenta dificuldade para encontrar profissionais para os postos de trabalho. O levantamento aponta que 96% têm dificuldades em contratar operadores qualificados, e 90%, técnicos capacitados.
Os dados revelam a necessidade de as empresas usarem parte dos seus investimentos para a oferta de cursos e treinamentos técnicos contínuos para os colaboradores.
Gestão de estoque eficiente
Uma gestão de estoque eficiente também pode ter impacto na capacidade produtiva das indústrias. Este é um gargalo que, sem bem resolvido e com o investimento correto, garante eficiência à linha de produção. Isso porque, se a matéria-prima necessária para o abastecimento está sempre disponível, atrasos ocasionados por falta de insumos são mais difíceis de ocorrer.
Eficiência energética
A pesquisa da CNI também revelou a preocupação das empresas quanto à eficiência energética. No ano passado, 38% das grandes empresas fizeram algum tipo de investimento nessa direção, percentual próximo aos 34% que associaram os investimentos à preocupação com o impacto ambiental.