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IBGE divulga estudo de Unidades Geográficas de Confidencialidade dos dados do Censo Agropecuário 2017

Editoria:
Geociências

| Breno Siqueira

A publicação Unidades Geográficas de Confidencialidade do Censo Agropecuário 2017 apresenta uma nova metodologia de agregação de dados para geração de estatísticas – Foto: Elenice Cano

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje (10/10) um estudo que propõe uma metodologia para tornar viável a disponibilização de resultados estatísticos do Censo Agropecuário 2017 para qualquer recorte geográfico do país garantindo a manutenção do sigilo dos informantes, assim como das informações prestadas por eles.

A publicação Unidades Geográficas de Confidencialidade do Censo Agropecuário 2017 apresenta uma nova metodologia de agregação de dados para geração de estatísticas, onde o microdado considerado deixa de ser um único estabelecimento agropecuário e passa a ser um conjunto mínimo de 10 estabelecimentos. Ela traz como uma de suas principais marcas a manutenção da semântica espacial inerente à distribuição dos estabelecimentos agropecuários no território brasileiro.

Maurício Silva, geógrafo do IBGE, explica que “os estabelecimentos são agrupados em conjuntos, de no mínimo 10 estabelecimentos, conforme os seus contextos, por exemplo, os que estão em uma mesma Unidade de Conservação tendem a ficar reunidos nos mesmos grupos, da mesma forma ficam agrupados aqueles que se posicionam à beira de uma barragem ou às margens de uma mesma rodovia”.

Silva também ressaltou que existem iniciativas equivalentes em outros países, como no caso do Reino Unido, embora usando metodologias diferentes. “Na nova metodologia desenvolvida no IBGE, , demos muita atenção para que esses blocos retratem a semântica espacial do território brasileiro, de modo que os estabelecimentos agropecuários ficassem agrupados segundo os mesmos contextos”, explicou Silva.

O geógrafo ainda destacou que o objetivo da metodologia “é proporcionar a disponibilização de dados estatísticos em recortes geográficos que são específicos segundo as necessidades de instituições e pesquisadores”. E ressaltou que o IBGE segue as normas internacionais de sigilo da informação estatística e está alinhado à legislação nacional que regula o sigilo estatístico e pessoal da população, motivo pelo qual necessita omitir determinados dados em suas publicações quando esses trazem risco de revelação dos informantes e de suas informações.

Atualmente, uma das principais limitações à divulgação de dados é causada pelas interseções espaciais consecutivas entre Recortes Geográficos Específicos (recortes que não seguem os limites de setores censitários nem de municípios) e os demais recortes divulgados. Essas sucessivas interseções vêm sendo denominadas, pelos especialistas e por outros institutos nacionais de estatísticas, como o problema da “diferenciação geográfica”. Tais interseções potencializam a individualização do dado, o que obriga o IBGE a omiti-lo para manter a confidencialidade. As Unidades Geográficas de Confidencialidade do Censo Agropecuário 2017 (UGCs-CA17) impedem a individualização do dado, permitindo assim ampliar a disponibilização de estatísticas para qualquer recorte geográfico especificado pelo usuário.

Utilizando estas Unidades Geográficas, o IBGE torna-se capaz de atender a solicitações de especialistas e instituições (públicas ou privadas) por resultados do Censo Agropecuário 2017 agregados por recortes específicos que sejam de seu interesse. Tais solicitações passarão por procedimentos supervisionados de agregação estatística e pelas devidas avaliações sobre a viabilidade de disponibilização do dado, antes de serem atendidas.

Maurício Silva ainda explicou que as UGCs serão utilizadas em mais pesquisas do IBGE. “Estudos estão sendo realizados para criação de UGCs para o Censo Demográfico 2022. Há também a previsão de criação de UGCs para o 12º Censo Agropecuário”, disse o geógrafo.

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