O Espírito Santo não tem, até o momento, nenhum caso confirmado ou suspeito de intoxicação por metanol. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Apesar disso, a pasta emitiu um alerta à população para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, que têm provocado casos graves em outros estados do país.
De acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), o Brasil contabiliza 41 notificações até esta quarta-feira: 37 em São Paulo e 4 em investigação em Pernambuco. Houve ainda cinco mortes notificadas, sendo uma confirmada por intoxicação. Algumas vítimas perderam a visão.
Riscos do metanol
O metanol é um tipo de álcool industrial, usado principalmente como solvente e combustível. Diferente do etanol, presente nas bebidas alcoólicas comuns, o metanol não deve ser ingerido em nenhuma circunstância. Especialistas alertam que mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave, levar à cegueira ou provocar a morte.
A médica toxicologista do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-ES), Rinara Angélica de Andrade Machado, explica que as principais fontes de intoxicação são:
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consumo de bebidas alcoólicas adulteradas;
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manipulação incorreta de solventes, combustíveis ou produtos químicos contendo metanol;
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ingestão acidental, quando o produto é confundido com água ou outras bebidas.
Sintomas de intoxicação
Entre os principais sintomas estão: náuseas, vômitos, dor abdominal, dor de cabeça intensa, tontura, fraqueza, alterações visuais (como visão turva ou perda da visão), respiração acelerada, convulsões e até perda de consciência.
“A intoxicação por metanol pode levar à cegueira permanente e até ao óbito”, alerta a médica Rinara Angélica.
Orientações à população
Para prevenir os riscos, a toxicologista recomenda:
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não consumir bebidas de origem duvidosa (sem rótulo, sem registro ou vendidas em locais informais);
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comprar apenas em estabelecimentos confiáveis e exigir nota fiscal;
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verificar rótulo e lacre da embalagem (não consumir se houver sinais de adulteração);
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evitar bebidas artesanais sem procedência comprovada, como destilados caseiros não fiscalizados;
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priorizar fabricantes legalizados e com selo fiscal;
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ter atenção redobrada em festas ou eventos informais.
Em caso de suspeita de intoxicação, a orientação é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo e, se possível, levar a embalagem ou amostra da bebida ingerida.
O Ciatox-ES também disponibiliza atendimento gratuito pelo telefone 0800 283 9904.
Casos em São Paulo e Pernambuco
Em São Paulo, a Vigilância Sanitária interditou três bares e apreendeu mais de 100 garrafas para análise, após casos confirmados relacionados ao consumo de bebidas adulteradas. No estado, já são 10 confirmações e 27 investigações em andamento.
Em Pernambuco, quatro casos seguem em investigação.
“A intoxicação por metanol é um grave problema de saúde pública, que pode ser prevenido com atenção, informação e responsabilidade. A população deve estar alerta ao risco do consumo de bebidas adulteradas”, reforçou a médica toxicologista Rinara Angélica. (da Redação Sesa)











