Se falar o nome, datilografia, em Nova Venécia, algumas gerações, vão logo lembrar da Escola de Datilografia Remington Rand, fundada em maio de 1958, com apenas uma máquina. Os primeiros alunos matriculados? Juarez Oliveira e Ambrósio Biral.
A fundadora, Syllene Flores, instalou a escola na Avenida Belo Horizonte, N° 71, no bairro Filomena, e em janeiro de 1970 a primeira proprietária da unidade, passou a escola para sua irmã, Maria Flores (In Memória). “Minha tia havia passado no concurso para trabalhar no Centro de Saúde, onde permaneceu por mais de 30 anos e se aposentou”, fala um dos filhos da Maria Flores, Cleyder Martinelli.
Foi então que, Maria Flores começou a lecionar na escola, de sua propriedade, em novo endereço, na Rua Anchieta, N° 31, local onde a unidade ficou até finalizar suas atividades em 1996. “Minha mãe faleceu em 1993 e quem assumiu, foi sua filha, Cleydiana Flores,até o encerramento das atividades, o motivo: a obsolência causada pela chegada dos computadores e da internet. A digitação aperfeiçoada, já não era mais exigida, ocasionando a independência do aluno, o usuário, que não fazia questão de teclar com 10 dedos, virando a chave com o “cata-milho” de dois dedos, que por sua vez, tinha a velocidade necessária para as demandas da época”, explica Cleyder.
As máquinas
Para o estudo dos alunos, a média de máquinas eram 23 unidades, das marcas Olivetti e Remington. Já os horários de pico das aulas, 18h às 20h. Nos últimos anos de atividade, entre 1985 a 1995, a média de alunos nesse período chegou a 1.200 alunos estudantes.
A Escola lecionava dois tipos de curso: Método de Datilografia e Auxiliar de Escritório que estavam contidos no mesmo livro que era utilizado para o curso.
Maria Flores Martinelli, foi casada com Joilson Martinelli até 1981, e o casal teve quatro filhos, o Cleyder Martinelli, Cleydiana Flores, Junior Flores e Kleber Flores.
A quantidade de máquinas ia aumentando de acordo com a procura pelo curso que nos anos de 1980 teve a maior quantidade de alunos. Uma média de 150 diplomados por ano.
Na última década de funcionamento da escola foram registrados mais de 1500 alunos com uma estimativa desde a fundação em 1958, até o encerramento das atividades em 1996, de terem frequentado mais de 5000 alunos nos 38 anos de atividade da escola.
“Fiz meu curso de datilografia na Maria Flores, ela era referência e, só de estudar lá, você já tinha meias portas abertas para chance de emprego, isso também não era em grande quantidade, tinham poucos empregos. A gente precisava do curso de datilografia, para conseguir os trabalhos em segmentos empresariais. Após eu terminar o curso, logo consegui emprego no escritório de Contabilidade do seu Arquimedes, e estou até hoje aqui, a empresa foi mudando de nome e hoje, se chama Contabilidade Seixas. Eu me sinto privilegiada por ter feito parte desta época, eu tinha 16 anos quando entrei na datilografia, e no escritório, entrei em 1984, tem 40 anos que estou aqui. Nós acompanhamos a evolução da “extinção’” das máquinas de datilografia no mercado de trabalho, e a entrada dos meios digitais”
Roselena Marcarini Carloni, ex-aluna da Escola de Datilografia Remington Rand
“O encerramento das atividades da escola traz como motivo obsolência causada pela chegada dos computadores e da internet. A digitação aperfeiçoada, já não era mais exigida, ocasionando a independência do aluno, que não fazia questão de teclar com 10 dedos, virando a chave com o “cata-milho” de dois dedos, que por sua vez, tinha a velocidade necessária para as demandas da época”.
Cleyder Martinelli, filho de Maria Flores
