― Advertisement ―

spot_img

NIS FINAL 4: pagamentos do Bolsa Família nesta quinta-feira (21)

A CAIXA inicia nesta quinta-feira, dia 21, o pagamento do Bolsa Família referente ao mês de novembro para os beneficiários com o Número de...

ES: polícia desarticula rede de vídeos sobre fabricação ilegal de armas

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), finalizou a operação ‘ARMAS.COM’, que desarticulou uma rede de divulgação de vídeos de ensino e instrução para a fabricação de armas de fogo caseiras e também de tráfico de armas de fogo caseiras. Os vídeos eram divulgados sem restrições, por meio de uma plataforma aberta de vídeos on-line.

O resultado das investigações foi apresentado em coletiva de imprensa que ocorreu na tarde desta quinta-feira (18), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

“O Ministério da Justiça compreendeu a grandeza da nossa investigação e irá convocar todos os Estados que também estão sofrendo com esse mesmo problema, para que juntos possamos executar operações policiais e tirar essas pessoas de circulação, para que essas armas não entrem no mercado do crime”, relatou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda.

O início das investigações pela Desarme se deu depois de confirmado que armeiros de fábricas clandestinas de armas de fogo do Espírito Santo teriam iniciado as suas atividades após tomarem conhecimento e aprenderem todo o ofício da produção de armas de fogo caseiras, por meio da plataforma de vídeos.

Em uma operação anterior da Desarme deflagrada em dezembro de 2023, denominada ‘Legado Armeria’, um suspeito admitiu ter aprendido a fabricar armas por meio desses vídeos, contribuindo para a produção de cerca de 200 armas clandestinas. “A prisão ocorreu no meio da investigação e ascendeu um alerta para a equipe policial, que desenvolveu uma atuação estratégica para combater o tráfico ilegal de arma, mas também controlar a fabricação ilegal”, informou o titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos, delegado Daniel Belchior.

Durante as investigações, foi contabilizado que, nos canais identificados, os mais de mil vídeos disponíveis abertamente para qualquer espectador, juntos, somavam mais de 110 milhões de visualizações. Os canais tinham um total aproximado de 843 mil inscritos.

“Na plataforma, foi desenvolvido uma rede de compartilhamento, juntamente com documentos, que traziam o passo a passo de como fabricar uma arma caseira. Mais de mil vídeos foram excluídos da plataforma, totalizando 110 milhões de visualizações em canais que somavam 843 mil inscritos. No início, chegamos a notificar a plataforma, porém não houve colaboração, por isso, foi acionado o Ministério Público do Espírito Santo (PCES), que emitiu um mandado de remoção do conteúdo.”, completou o delegado Daniel Belchior.

Os canais identificados durante a investigação passaram a servir como verdadeira rede de comunicação, por meio de suas abas de comentários aos vídeos, entre armeiros clandestinos no Brasil, ficando constatada nas investigações a troca de dúvidas e contatos, e a negociação de armas de fogo e projetos em PDF de armas caseiras com orientações técnicas para a produção.

“Após mais de um ano de investigação e forte resistência da empresa proprietária da plataforma em cumprir uma decisão judicial, de maio de 2023, que determinou a remoção de todos os canais com os respectivos vídeos, em fevereiro de 2024, todo o conteúdo foi finalmente removido após a contabilização de uma multa milionária em desfavor da empresa”, disse o delegado.

De acordo com as investigações, os responsáveis pelos canais atuavam em grande parte do território brasileiro, sendo identificados suspeitos com oficinas clandestinas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Bahia, entre outros. Diversos grupos criminosos no Estado capixaba também estariam aprendendo a desenvolver armas caseiras, aumentando assim o arsenal armamentista de traficantes.

Texto: Beatriz Paoliello

spot_img