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Diversidade e inclusão devem compor dia a dia das empresas

Não é novidade que as políticas de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) estão diretamente atreladas à motivação do funcionário. O compromisso, que antes simbolizava a busca por uma imagem corporativa positiva, hoje está ligado ao sucesso do negócio. Criar ambientes onde a multiplicidade de vozes e experiências sejam ouvidas e valorizadas é uma responsabilidade das empresas.

Recentemente, a Deloitte, uma das líderes globais em consultoria, divulgou os resultados do estudo “Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações 2023”. Os dados coletados revelam que a maioria das empresas reconhece o impacto positivo dessas iniciativas. A pesquisa, que contou com a participação de profissionais de 355 empresas, foi realizada entre 24 de julho e 2 de outubro do ano passado. 

Os números falam por si: 96% das empresas afirmam que as iniciativas de DE&I promovem um ambiente mais acolhedor, 95% observam uma melhoria na qualidade da força de trabalho e 94% relatam que essas ações geram valor para a organização. No entanto, antes de valorizar os efeitos benéficos e implementar essas práticas, é importante compreender e planejar sua execução.

O CMPO e cofundador da Gupy, empresa de soluções para RH no Brasil, Guilherme Dias, afirma que práticas de inclusão vão além de um local de trabalho diverso. “Incluir requer um planejamento de ações que contemple as necessidades das pessoas para que possam se sentir valorizadas e pertencentes, o que está relacionado à qualidade da experiência humana,” diz em entrevista à imprensa. 

Como promover a diversidade nas empresas

A Pluxee, empresa administradora de benefícios corporativos – como o benefício refeição –, lista algumas dicas que podem ajudar a promover a diversidade na empresa. De acordo com a organização, a adoção de uma cultura de diversidade, equidade e inclusão é um aspecto fundamental para as empresas que buscam progredir e se destacar no mercado. 

“Uma boa parte das empresas já está empenhada em formar equipes de alto desempenho que reúnam profissionais de diversas origens, idades, gêneros, orientações, histórias de vida, qualificações e valores”, afirma a Pluxee em conteúdo publicado no site. Uma das ações recomendadas é o desenvolvimento de projetos para o engajamento da equipe.

Além disso, a empresa recomenda diversificar o processo de contratação. Muitas vezes, o candidato pode desistir da vaga por acreditar não preencher alguns requisitos. “Para sanar essas dores, o pacote de benefícios pode ser pensado para cada grupo que a empresa pretende contratar, viabilizando acesso aos gaps que aparecem nos talentos, sobretudo quando o recrutamento tem como foco trazer profissionais de diferentes origens”, aconselha a organização. 

Tendências de diversidade e inclusão para 2024

Para a CEO da Gestão Kairós, que também é conselheira consultiva de diversidade, Liliane Rocha, o setor tecnológico precisa de atenção. Em matéria publicada, ela cita a inteligência artificial e a quarta revolução industrial como áreas críticas onde a diversidade e a inclusão devem ser priorizadas.

Essas tecnologias estão remodelando o mundo dos negócios e a sociedade, mas ainda há uma lacuna significativa em termos de representatividade na área. “Entendo que haverá um movimento social intenso, de cobrança por mais diversidade e inclusão também no desenvolvimento de novas tecnologias. Isso porque a sociedade já se deu conta dessas distorções e não mais as aceitará”, afirma. 

Outra tendência forte, de acordo com Liliane, é a atenção à saúde mental diante do contexto da diversidade. No último ano, foi divulgada uma nova portaria pelo Ministério da Saúde, incluindo 165 condições médicas na lista de doenças relacionadas ao trabalho. Entre elas estão burnout (síndrome do esgotamento profissional), ansiedade e depressão. 

“Não podemos banalizar o impacto das doenças mentais na atualidade e nem fugir do fato de que diversidade, inclusão e saúde mental são temas entrelaçados e, exatamente por isso, a partir de 2024 as empresas precisam pensar em formas de unir essas vertentes em suas práticas cotidianas”, defende. 

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