A Superintendência Regional de Saúde de Vitória (SRSV) e o Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, em Cariacica, por meio do Programa de Órtese e Prótese Oftalmológica, da Secretaria da Saúde (Sesa), realizaram nos dias 08, 09 e 10 de maio a entrega de 125 próteses oculares, também conhecidas como “olho de vidro”, desenvolvidas para simular o olho humano.
No próximo dia 03 de junho, serão entregues mais 31 próteses oculares completando as 156 previstas para a primeira etapa do Programa este ano, que ofertará ainda a entrega de outras 44 em uma segunda fase, totalizando 200 próteses. Antes de recebê-las, todos os pacientes passam pela medição que define o tamanho e a cor, de acordo com as características individuais.
As próteses oculares apesar de não devolverem a visão, tem como objetivo auxiliar em questões estéticas e psicológicas de pessoas que perderam um olho ao longo da vida por alguma fatalidade ou problema congênito. Assim, o Programa visa devolver a autoestima e o convívio social aos pacientes.
De acordo com o superintendente da regional de Saúde Metropolitana, Heber Lauar, presenciar a emoção dos pacientes, crianças, adultos ou idosos, destacou ainda mais a importância do Programa. “A entrega representa um divisor de águas na vida dessas pessoas. Ao receberem a prótese ocular e se olharem no espelho, ainda no consultório, o sorriso que expressam já dizia tudo. É uma vida que muda e um novo futuro que se descortina”, disse.
Sentimento esse também compartilhado com o óptico protesista Claudio Osmar da Silva, que realizou o procedimento de colocação das próteses oculares nos pacientes. “Até bebês são trazidos para recebê-las e deixam os pais emocionados. As crianças maiores, os adolescentes, os adultos e os idosos quando se veem no espelho percebem a diferença e a mudança que isso vai trazer para as suas vidas. Vão embora sempre satisfeitos, esperançosos e com a autoestima renovada”.
Pacientes contam suas histórias
Em janeiro deste ano, o pedreiro Gelsimar Roberto Ferreira André sofreu um acidente durante o trabalho, uma máquina de solda que perfurou um de seus olhos. “Fui ao Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, e transferido para o Hospital Evangélico de Vila Velha, onde fiquei internado e passei por uma cirurgia e logo depois fui redirecionado para o CRE Metropolitano para fazer a medição e receber a prótese ocular. É muito ruim ficar sempre com o olho fechado, a gente se acha diferente, mas quando me olhei no espelho, após o procedimento, me senti bem melhor”, recordou.
Outra paciente que esteve no CRE Metropolitano foi a dona de casa Vera Lucia de Freitas. “Eu perdi minha visão por conta de um glaucoma. Recentemente, fiquei internada devido a um infarto, daí um cardiologista me perguntou porque meu olho era totalmente branco e após a minha explicação ele me encaminhou para um oftalmologista e agora vim receber a minha prótese ocular. Estou muito feliz, porque amo crianças e elas tinham medo e corriam de mim, e isso machucava o meu coração. Sou muito agradecida a esse médico que me alertou sobre essa possibilidade”.
O lavrador e apanhador de café, Paulo Sérgio André da Silva, também contou a sua história. “Eu passei por alguns problemas com alcoolismo após o falecimento de minha mãe e acabei em situação de rua. E por uma infelicidade, sem querer, coloquei meu dedo com muita força no olho e acabei perdendo. Fui atendido no Hospital Evangélico de Vila Velha e uma senhora da igreja me ajudou oferecendo um cômodo para morar e graças a Deus venci o vício. Ela também me ajudou a chegar aqui e estou muito feliz. Ao me ver com o novo olho, pensei: ‘agora, estou bonito na foto’”.
Próteses oculares e óculos pelo Programa de Órtese e Prótese Oftalmológica no CRE Metropolitano
Para o acesso às próteses oculares ou aos óculos do Programa de Órtese e Prótese Oftalmológica, o primeiro contato deve ser por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. A partir disso, as consultas serão agendadas por meio do Sistema de Regulação, para o encaminhamento ao CRE Metropolitano.