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IBGE
| Breno Siqueira
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira, 4, os dados referentes ao “Censo Demográfico 2022 Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo” na Casa Brasil IBGE, no andar térreo do Palácio da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro (RJ). O evento contou com a presença de ibgeanas e ibgeanos, autoridades e membros da sociedade civil, sendo transmitido pelo IBGE Digital. Esta foi a segunda divulgação do Censo 2022 realizada na Casa Brasil IBGE, espaço de memória e tecnologia, reunindo as diferentes áreas do Instituto e suas atuações em quase 90 anos de história.
O supervisor de relacionamento com a imprensa da Coordenação de Comunicação Social (CCS) do IBGE, Marcelo Benedicto, conduziu a apresentação, que contou com as participações da diretora de Pesquisas, Elizabeth Hypólito, da diretora de Geociências, Ivone Lopes Batista, do coordenador técnico do Censo Demográfico, Gustavo Junger, do Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas da Coordenação de Estruturas Territoriais, da Diretória de Geociências (DGC), Fernando Damasco, e da Responsável Técnica pelo Projeto Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes.
A divulgação também contou com a presença de autoridades como a superintendente regional de Administração do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no Rio de Janeiro, Ângela Carnaval, o chefe da Divisão da Gestão Administrativa do Gabinete, Leandro Carvalho, além da representante da Secretaria de Educação do Estado de Roraima, Eliane de Sousa.
Elizabeth Hypólito, diretora de Pesquisa do Instituto, destacou que “esta divulgação é resultado de um longo trabalho para ampliar o Censo Demográfico e ter informações a respeito da população indígena, um trabalho que inova na captação de informações desta população, cumprindo a missão do Instituto de retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”.
A diretora de Pesquisas, Ivone Lopes Batista, agradeceu a toda equipe do Instituto que contribuiu para a coleta destes dados durante o Censo Demográfico, como o caso das Superintendências Estaduais. Ela ainda comentou que “estes dados demonstram uma melhora da população indígena e uma permanência da desigualdade com relação ao restante da população”.
Coordenador técnico do Censo Demográfico, Gustavo Junger, ressaltou o trabalho da equipe do IBGE nos resultados do Censo 2022. “Esta é uma divulgação que nos deixa orgulhosos, agradecemos ao trabalho dos milhares de recenseadores, agentes de Pesquisa e Mapeamento e ao serviço realizado dentro de cada superintendência. Passamos por décadas de demandas sobre a população indígena e hoje trazemos pela segunda vez, informações a respeito da alfabetização, números de nascimentos e características dos domicílios desta população”, destacou Junger.
A superintendente regional de Administração do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no Rio de Janeiro, Ângela Carnaval, comentou a parceria do IBGE com o Ministério e os locais de visita do Palácio da Fazenda. “É sempre bom recebê-los. Convido a todos para conhecer o nosso museu, assim como a Biblioteca e ter contato com a linda vista deste prédio. O IBGE compõe este acervo com a Casa Brasil e é gratificante ter um espaço do Instituto neste local”, disse Ângela.
5998: A superintendente regional de Administração do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no Rio de Janeiro, Ângela Carnaval, comentou a parceria do IBGE com o Ministério e os locais de visita do Palácio da Fazenda – Foto: Marcio Costa/Agência IBGE Notícias
Dados sobre alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios de indígenas
A equipe técnica formada por Marta Antunes e Fernando Damasco realizou a apresentação dos dados relacionados à alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios de indígenas do Censo Demográfico 2022.
A divulgação ficou separada em três blocos, iniciando-se com os índices de analfabetismo desta população. A taxa de analfabetismo dos indígenas, que em 2010 foi de 23,4%, caiu para 15,0% em 2022, contudo, corresponde a mais que o dobro da taxa nacional, que era de 9,6% e foi para 7%. Dentro de cada faixa etária, há a mesma tendência em relação à população nacional. “Demonstra maior acesso a oportunidades educacionais das gerações mais novas em relação às mais idosas, entre as pessoas indígenas, devido à expansão do acesso à educação em décadas recentes”, destacou Marta.
No segundo bloco, os técnicos trouxeram os dados referentes aos registros de nascimentos dos indígenas, com crescimento de 67,3% em 2010 para 89,1% em 2022. Apesar do alto crescimento, ainda está aquém da população total (99,2%). Entre as crianças de até 5 anos, 94,0% eram registradas, seja em cartório ou Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI). “Uma criança sem documentação tem dificuldade de acesso a uma série de direitos fundamentais”, explicou Fernando Damasco, Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas da Coordenação de Estruturas Territoriais, da Diretória de Geociências (DGC).
Por fim, a dupla ainda levou ao público presente as informações das características dos domicílios. Ao todo, 630.428 domicílios particulares possuem, ao menos, um morador indígena, sejam dentro ou fora dos territórios indígenas, assim como se eles vivem em habitações sem paredes ou malocas. “Em 2022, cerca de 69,1% das pessoas indígenas moradoras de domicílios particulares permanentes conviviam com, pelo menos, uma situação de precariedade ou ausência de saneamento básico, relacionados a abastecimento de água, destinação de esgoto ou destinação do lixo”, informou Damasco.
A equipe técnica ainda apresentou as maneiras do público acessar aos dados completos desta e de outras divulgações, como o SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) e a PGI (Plataforma Geográfica Interativa). “Podemos utilizar um mapa interativo e cruzar dados como o número de domicílios coletivos tipo asilo por estado com o índice de envelhecimento (razão) por Unidade Federativa (UF)”, explicou Marta Antunes.
Dados do Censo Demográfico chegam ao público geral
Eliane de Sousa é gerente de Tecnologia no Centro de Formação de Profissionais da Educação de Roraima e representante da Secretaria de Educação do Estado de Roraima e esteve presente no evento para acompanhar os dados referentes à população indígena em mais uma divulgação. “O que mais se destaca é referente aos dados de alfabetização, trabalhamos com o programa chamado Criança Alfabetizada, realizado dentro da comunidade indígena. Nosso Centro de Formação trabalha diretamente com estas populações e com estes dados, podemos verificar onde está o problema da alfabetização e onde podemos contribuir”, explicou Eliane.