Áureo Monteiro Nunes Neto, de 51 anos, foi condenado a 32 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua esposa, Analine Francisco, de 31 anos. O julgamento, que ocorreu nesta terça-feira (27) no Fórum de Colatina, levou dois anos para acontecer após o crime brutal que abalou o bairro Carlos Germano Naumann, em Colatina. Além da pena de prisão, Áureo também foi condenado ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 100 mil ao filho do casal.
Na manhã do julgamento, familiares de Analine se reuniram em frente ao Fórum com cartazes e palavras de ordem contra o feminicídio, em busca de justiça para a vítima. A tia de Analine, Ana Leida Pedra, descreveu o relacionamento abusivo que a sobrinha vivia com Áureo. Segundo Ana, Analine era frequentemente agredida e mantida sob controle rígido pelo marido, que a isolava de amigos e familiares.
“Pouco tempo antes de acontecer, ele deu vários sinais. Machucou muito ela, batia nela, oprimia. Proibiu de se encontrar com os amigos, de conversar. Tinha um ciúme doentio”, relatou Ana Leida, emocionada.
Familiares se reuniram em frente ao Fórum com cartazes e palavras de ordem contra o feminicídio
As agressões eram do conhecimento da família, e Analine chegou a enviar fotos dos hematomas causados por Áureo, incluindo imagens em que aparecia com o olho roxo e inchado. A tia também revelou que o medo pela segurança do filho adolescente foi o que fez Analine permanecer no relacionamento por tanto tempo.
“É um momento muito esperado, esses dois anos foram como se fossem 10 para a gente. Que ele pegue o máximo possível. Se tivesse como, seria bom a perpétua, que ele nunca mais saísse, porque é uma ameaça à sociedade. O passado dele também era muito violento. Ela sabia de algo muito sério, que fez ela ficar, porque ela tinha um filho adolescente e temia pela segurança dele”, afirmou Ana Leida.
RELEMBRE O CASO
O brutal assassinato de Analine Francisco, de 31 anos, cometido por seu marido Áureo Monteiro Nunes Neto, de 51 anos, ainda permanece na memória da comunidade dois anos após o crime. O ato de violência, ocorrido no bairro Carlos Germano Naumann, foi presenciado pelo filho de Áureo, um adolescente de 17 anos na época, que testemunhou a morte da mãe.
Naquele dia, uma discussão motivada por ciúmes levou Áureo a agir de forma brutal. Segundo o depoimento do filho do casal à polícia, após a discussão, Áureo saiu do quarto onde estava com a esposa, foi até a cozinha, pegou uma faca e retornou para o quarto, onde desferiu vários golpes contra Analine. A jovem tentou se defender, mas foi fatalmente ferida.
Após cometer o crime, Áureo limpou a cena com um rodo e um pano, numa tentativa desesperada de ocultar as evidências. Não satisfeito, ele obrigou o filho a entrar no carro da família, e juntos saíram dirigindo pelo bairro. Durante esse tempo, Áureo buscava adquirir uma arma de fogo, com a intenção de tirar a própria vida. A família de Analine acredita que, além de tirar sua própria vida, ele também poderia ter planejado matar o filho.
A polícia prendeu Áureo minutos após o crime, enquanto ele tentava comprar a arma de dois homens. O adolescente foi resgatado, e o corpo de Analine foi encontrado no quarto do casal, onde a violência havia ocorrido.
Fonte: ES FALA