Foi preso na manhã desta sexta-feira (8), Fernando Moraes Pimenta, o Marujo, de 31 anos, considerado o número um na lista dos mais procurados do Espírito Santo. Segundo a Polícia Civil, o criminoso estava escondido dentro de uma parede, em uma espécie de “bunker”, na casa do pai dele, no bairro Bonfim, em Vitória. O bandido estava com um fuzil e até um botijão de oxigêncio para ajudar na respiração no esconderijo. Havia até fechadura eletrônica para acesso ao abrigo. Eram pelo menos seis mandados de prisão em aberto.
Marujo, chefe do tráfico de drogas dos bairros da Penha e Bonfim na Capital, responde diretamente à cúpula do Primeiro Comando de Vitória (PCV). Com a cúpula da facção na cadeia, Marujo passou a executar as ordens dos líderes. Ele se escondeu no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, dentro de áreas controladas pelo Comando Vermelho (CV), aliado do PCV, até outubro do ano passado. O PCV é uma facção que domina não apenas a região metropolitana de Vitória, mas também se estende por vários bairros no interior do estado.
Marujo chefiava a base do PCV no chamado ‘Território do Bem’, que compreende o Complexo da Penha, em Vitória, além de outras cidades, como Aracruz, Linhares e Vila Velha e Serra. Na ficha criminal dele, os mais hediondos crimes: homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa e corrupção de menores.
Marujo foi descoberto escondido em um bunker na casa de seu pai. A Polícia Civil revelou que o esconderijo estava equipado com tecnologia para abrir e fechar o espaço. Dentro dele, Marujo mantinha um cilindro de oxigênio para ajudar na respiração e estava armado com um fuzil. Em 2019, uma grande operação resultou na prisão de seu irmão, José Renato Pimenta Júnior. Dois anos depois, outro irmão, Thiago Moraes Pereira Pimenta, também foi capturado. Todos eles enfrentam acusações de associação ao tráfico de drogas.
O Primeiro Comando de Vitória (PCV), liderado por Fernando Moraes Pimenta, tem sido alvo de investigações policiais há vários anos. Um extenso relatório de mais de 500 páginas, citado pela TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Estado, revela uma extensa rede de colaboração e troca de informações entre traficantes do Espírito Santo e criminosos do Rio de Janeiro. O relatório também destaca o poder da cúpula da facção, que, mesmo estando na prisão, continua a tomar todas as decisões em relação a Marujo. A investigação aponta que é de dentro do presídio que o líder do Bairro da Penha controla todas as atividades, desde a aquisição de drogas até sua distribuição nos pontos de venda. Carlos Alberto Furtado, conhecido como Nego Beto, é o principal fundador do PCV e é diretamente responsável por Marujo.
Mesmo estando na prisão, Beto possui informações detalhadas sobre a quantidade e o valor das armas do grupo, bem como o paradeiro de cada uma delas. Segundo a polícia, são os advogados que levam essas informações ao líder e recebem suas ordens para o grupo criminoso.