Estudo aponta que 87% das crianças passam pelo processo até os três anos.
Durante a fase de crescimento de um bebê, há mudanças que exigem adaptação. Uma delas é a transição do berço para a cama, que pode gerar dúvidas aos pais sobre o momento certo para acontecer. Estudo publicado no ScienceDirect aponta que 87% das crianças passam pelo processo até os três anos.
Alguns sinais podem ajudar a identificar a melhor hora para realizar o processo. De acordo com a Academia Americana de Pediatria, o primeiro indício para a mudança é o tamanho do berço. Quando ficar pequeno demais para a criança, e a grade tiver menos de três quartos de sua altura, é possível que ela se levante sozinha e corra riscos de queda.
A orientação é para que os pais realizem a transição para uma cama de solteiro infantil ou uma no estilo montessoriana, que fica mais rente ao chão. A segurança deve ser prioridade, como afirma a instituição. As recomendações incluem não utilizar travesseiros até os dois anos e evitar beliche até os seis.
Também é necessário manter as camas longe de janelas e fios elétricos. Outras possibilidades são investir em grades mais altas e adquirir um monitor de vídeo para garantir mais proteção aos filhos na fase de transição.
O que levar em conta para facilitar a transição?
Para algumas crianças, sair do berço pode ser desafiador. Afinal, há o conforto com o antigo ambiente de sono e um maior aconchego, resultado do costume desde o nascimento. Para os pais, a possível resistência do bebê pode dificultar a transição, mas ajustes podem deixar o novo espaço de descanso agradável, facilitando a adaptação, conforme esclarecem especialistas.
Use a técnica de negociação
Ao conversar com o filho sobre a nova mudança, é provável que eles estranhem e não aceitem de início. Para isso, uma alternativa é trabalhar com possíveis negociações e envolver o filho nas escolhas. Oferecer opções à criança pode melhorar a autoconfiança delas e aumentar a probabilidade de que fiquem entusiasmados com a transição, aponta o estudo da ScienceDirect.
As escolhas podem ser da cama ou de toda a decoração para o quarto. A sugestão é deixar que o filho escolha a cor da tinta ou opte pelo uso de um papel de parede de madeira, com estampas ou neutros, de acordo com a preferência individual.
Os móveis podem contribuir para deixar o ambiente mais chamativo, como tapetes com desenhos e brinquedos. Fazer com que o filho sinta que tem algum controle pode facilitar o processo e fique animado com as novidades, conforme ressalta o estudo.
Faça uma transição gradual
Em entrevista à imprensa, os pediatras Moises Chencinski e Maria José Carvalho Sant’Anna recomendam que a transição do berço para a cama deve ser feita aos poucos. Mudanças bruscas podem assustar a criança e gerar traumas, já que ela está sendo afastada de algo que gera conforto.
Para isso, uma dica é colocar a cama nova junto com o berço, no mesmo quarto, e esperar que a criança veja o novo local de sono como uma opção vinda dela mesma. Outra alternativa é realizar a mudança por etapas, colocando o colchão do próprio berço no chão e, com o tempo, substituir por um da cama. Isso irá facilitar a adaptação da criança para um ambiente sem grades e mais próximo ao chão, estruturas diferentes dos berços.
Higiene do sono deve ser mantida
Outra recomendação é para que a criança mantenha a mesma rotina de sono durante a transição. O estudo da ScienceDirect conclui que o horário fixo ajuda o bebê a adormecer mais rápido e despertar menos durante a noite.
A sugestão é evitar brincadeiras agitadas na hora do sono e realizar ações que indicam que o momento de dormir chegou. Isso pode ser feito com um banho e um pijama, de forma calma e sem agitações. Quando começar a acontecer a mudança, a criança vai sentir sono e aceitar o novo ambiente de descanso, o que torna a adaptação mais tranquila.
Paciência é pré-requisito para o sucesso da mudança
O processo de transição do berço para a cama pode ser exaustivo para os pais e para o bebê. A recomendação é ter paciência para enfrentar possíveis estresses durante a transição. O estudo da ScienceDirect revela que a atenção dos pais é um dos principais motivadores do comportamento, sobretudo dos bebês.
Quando a criança apresenta ações de teimosia ou não aceita permanecer na cama, é indicado evitar reações negativas. Ao invés de brigar, é preciso ser paciente e refazer o processo para evitar comportamentos exagerados e tornar a transição mais leve.
Outra orientação é para que cada passo seja comemorado pelos pais. Na primeira noite na cama nova, recompensar a criança com um passeio ou um brinquedo pode fazer com que ela se empenhe mais na adaptação, facilitando o processo.
Truques que podem auxiliar os pais
Algumas estratégias podem ajudar os pais nesse processo de transição. A psicóloga clínica infanto-juvenil, Carla Valverde, explica à imprensa que fomentar uma rotina na hora de dormir ajuda a criança a entender o que acontecerá antes de que ocorra a separação ao ir para cama.
A rotina pode incluir atividades como vestir o pijama, escovar os dentes, contar uma história ou cantar a mesma canção de ninar, além de oferecer carinhos, beijos e afagos. Assim, a criança aprende a reconhecer o momento de ficar com os adultos e o momento de ir para a cama.
A psicóloga também indica o uso de objetos tranquilizadores, como um ursinho, uma foto dos pais, um prendedor de sonhos ou um cobertor muito leve. Além disso, deixar uma luz acesa inicialmente pode ajudar as crianças a lidar com seus medos se ficarem sozinhas no quarto. Esses apoios podem ser retirados progressivamente após a adaptação.